sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A Justiceira era cafona com charme

Malu Mader como Diana (Foto: Divulgação/Globo)

Nesta terça (23) foi ao ar o último episódio de A Justiceira, pelo canal Viva. Série policial exibida e produzida pela Rede Globo no ano de 1997. Era protagonizada pela Malu Mader e agitava as noites de quarta-feira durante o outono brasileiro daquela época. Não assistia a série desde então e agora pude ver com mais calma e maturidade.

Era centrada numa equipe comandada pelo juiz Salomão (interpretado por Daniel Filho, que foi um dos criadores do programa) e liderada por Augusta (Nívea Maria). Diana Maciek (vivida por Malu) entrou para a equipe após ter seu filho raptado. Daí ela atua em várias missões arriscadas. Nos últimos episódios teria tido pouca participação, devido a gravidez da atriz. O que causou o fim prematuro da série.

As histórias podem ser meio cafonas. Mas aquilo, de certa forma, foi um diferencial para a Globo, na época. Um desafio de criar uma Kate Mahoney brasileira. Em suma, A Justiceira era uma série com personagens um tanto carismáticos para uma série violenta. Como nada é perfeito, lá tinha o seu personagem patético. Se tratava de Beto (Leonardo Bricio), que era apaixonado por Diana. Sua obcecação por ela era tanta que ao pegar uma mulher qualquer ele chamava por seu nome. Beto só funcionava mesmo como policial e nada mais.

Aqui vale destacar a participação de Anselmo Vasconcelos como Paco. Foi o melhor personagem da trama e que mais foi desenvolvido. Seja em momentos dramáticos como cômicos, era algo como "policial-malandro". Teve uma considerável atuação no último episódio, onde pousou de matador contra a bandidagem. Outro destaque vai pra Danielle Winits, que interpretou Marlene. Não foi a melhor personagem da atriz, mas antes de ser taxada por personagens em que pousavam como "devoradora de homens", ela fez um papel de garota indefesa que auxiliava nas investigações. Detalhe é que ela ainda não usava silicone. Pra citar: A Justiceira teve célebres participações como José Wilker e Francisco Couco. A atuação mais estranha mesmo foi de Edson Celulari como vilão no primeiro episódio.

O final de A Justiceira foi forçado. Visivelmente uma tentativa desesperadora pra desfechar o sofrimento, pelo motivo já citado acima. Pareceu mais um episódio isolado e não teve aquela emoção que deveria ter. Pra se ter uma ideia, o episódio já começa (como prólogo do final) numa missão onde Diana tem que salvar uma mulher de um sequestrador. Apontando a arma para o criminoso, Diana dizia coisas absurdas como: "Eu vou atirar em você, vou meter uma bala na tua cabeça". Sendo que o bandido poderia muito bem matar sua refém nesse momento. Não deu pra engolir essa. A última cena foi estranha com a morte de um personagem importante e sem mais. Ficou no vácuo e não mostrou o que aconteceu com todos após a última missão.

Apesar dos defeitos e furos que possui, para uma série dos anos 90, A Justiceira rendeu bons momentos de ação e suspense e não perdia o charme daquela distante década. Poderia ter continuado, mas 12 episódios foram suficientes pra tocar o barco de uma trama de atmosfera carregada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.