quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Kamen Rider Black continua sendo o mistério dos mistérios do tokusatsu no Brasil

Black ainda incerto no Brasil

Você deve ter visto a última parte da entrevista do sr. Nelson Sato para o site Jbox que saiu nesta semana. Lá, o dono da Sato Company esclareceu pontos bem interessantes sobre os títulos que ele está licenciando para o Brasil. A mais esperada dos últimos seis meses, sem dúvida alguma, é quanto aos tokusatsus na NetflixSato confirmou os lançamentos de seis títulos do segmento: Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya, Jiban e National Kid. Além de Garo que será o mais novo título inédito (ao lado das Ultra Series via streaming).

Infelizmente Kamen Rider Black continua sem espaço e não passará para a plataforma, pelo menos não neste momento. Segundo o empresário, houve uma "surpresa" que fez com que ele não conseguisse adquirir os direitos da série. Tal imprevisto não foi especificado. Talvez Sato não esteja autorizado para dizer o que aconteceu. São coisas que acontecem nos tramites de licenciamento que a gente tenta entender o motivo e ficam na incógnita. Isso arrasta o Kamen Rider para mais um mistério sobre sua falta de espaço no Brasil.

Há alguns anos, a Focus Filmes havia divulgado que pretendia lançar a série em DVD. Mas ficou na promessa até a empresa de home-vídeo dizer que não lançou por "medo da pirataria". Uma afirmação vaga, diga-se. Supõe-se que a série tenha sido adquirida por outra empresa, mas por ora isso não passa de boato. Nada confirmado oficialmente. Pelo visto, o sonho de muitos de nós em ver o final de Black dublado ainda é longínquo.

Ainda na entrevista, o sr. Sato falou sobre a volta de Doraemon no Brasil e sua vontade de distribuir produtos do mascote mais famoso do Japão. Pra quem não sabe, os primeiros 26 episódios da atual versão (de 2005) estão disponíveis na Netflix. Aliás, a versão brasileira é excelente e uma das mais bem feitas por estas bandas. Doraemon merece uma nova chance e torço pra que dê certo.

Outro ponto a se destacar é quanto às dublagens. Há um bom tempo que comento, explico e ainda há pessoas que tem dúvidas e/ou relativizam o mercado de streaming. O sr. Sato só confirmou o que eu havia falado aqui no blog. Dublagem custa caro e a empresa não conseguiu realizar com o filme Mordomo de Preto, embora a vontade fosse maior. Esse é um dos exemplos de vários outros títulos que não possuem versão brasileira. Uma coisa extremamente importante que ele disse foi sobre a atual falta de espaço de produções japonesas na TV aberta. Garo é uma série que dificilmente passaria em canais abertos, mesmo que fosse nas madrugadas, por motivos que já sabemos. A salvação é o streaming e está cientificamente comprovada.

Veja bem: isso eu ando falando nisso há tempos, e o sr. Sato apenas confirmou o que eu vinha afirmando quando citava sobre streaming em oportunidades. Não é lá um descobrimento das Américas, mas sim uma questão de estudo e aceitação dos fatos. É preciso que se diga que TV aberta hoje já tem o seu próprio público e tanto a Netflix quanto a Crunchyroll (com quem Sato também está negociando) e o Daisuki trabalham com nichos específicos. Nada melhor do que um empresário do ramo falar sobre a importância disso, né?

As duas partes da entrevista devem são obrigatórias pra quem procura entender sobre o assunto e também pra quem acha que animes e tokusatsu não estão mais vingando no Brasil. E foi bacana assistir e ver a simpatia do sr. Sato. Referencial de primeira como pessoa e profissional.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Romance em Ultraman X beira ao cúmulo da bizarrice

O monstro mais imprestável de Ultraman retorna perdidamente apaixonado (Foto: Reprodução/Crunchyroll)

O que era pra ser uma rivalidade romântica - a la Jetman - acabou se tornando a história mais nonsense de Ultraman X até agora. No episódio desta terça-feira (24), Wataru, um dos membros da XiO (leia: Zio), visitou sua amiga de infância por quem guarda uma paixão secreta. A rivalidade começa quando Hayato, também da Xio, conhece a moça e faz seu charme pra agradá-la.

Até aí poderíamos esperar por mais uma daquelas reviravoltas que encontramos facilmente em J-dramas. Só que o clima acabou perdendo espaço quando o monstro Uchuu Bakeneko (ou Space Cats na romanização oficial em inglês) entra em cena. Essa é a sua segunda aparição desde sua estreia nas Ultra Series, mais precisamente no episódio 16 de Ultraman Max. Aliás, considero este o episódio mais idiota do herói-título de 2005. Isso porque o monstro causou uma amnésia frenética em praticamente todos os personagens (inclusive Max). Vergonha alheia pura. Esse exemplo é um caso à parte e não é de se jogar fora Ultraman Max, que foi uma boa série. Entenda.

Bem, não lembrar de Max é inevitável. Uchuu Bakeneko (ou Mu, como foi chamado em X) chegou atacando a cidade e foi só aparecer o Ultraman que o monstro se apaixonou do acaso pelo herói. Totalmente sem graça. Mais constrangedor ainda era o fato do monstro soltar pum (!) e esquecer que um dia se apaixonou por X. Nesse balaio de gato (com trocadilho), X se lembrou que já salvou Mu de um monstro no passado. Isso antes de vir à Terra e se unir ao Daichi. Nem mesmo a participação do clássico monstro Red King salvou o episódio da bizarrice.

Mu atrapalhou todo um desenvolvimento romântico. Tudo bem que isso duraria apenas um único episódio isolado, mas seria mais divertido se surgisse um monstro e seu ataque tivesse uma duração menor. No fim das contas, Wataru tentou esconder os sentimentos pela sua amiga para Hayato, que não mediu esforços para se aproximar dela (com direito a cantar o tema de abertura da série no violão). O desfecho foi bizarro e toda a raiva que o espectador tiver de Wataru não é a toa. O episódio 18 de Ultraman X é poeticamente trash e não contribuiu em absolutamente nada.

Uchuu Bakeneko - ou Mu - é um monstro imprestável e suas duas participações nas Ultra Series provaram bem isso. Daqui em diante torço pra que esta seja sua última aparição e que seja esquecido por completo pelos roteiristas da Tsuburaya.

Um romance cairia bem na série. Ultraman Tiga é um bom exemplo disso. Basta trabalhar direito e conciliar os elementos a serem usados.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Digimon Adventure tri dublado sim, mas sem a música chata da Angélica

Angélica na abertura brasileira de Digimon (Foto: Reprodução/Globo)

Não demorou muito para os fãs dos seres digitais cogitarem novamente a campanha para a dublagem de Digimon Adventure tri. Particularmente, também torço muito pra que isso aconteça um dia. Os organizadores do grupo Operation Adventure criaram um abaixo-assinado pra que a série (filme) venha para o Brasil via Netflix, já que o serviço de streaming é o mais viável para trazer conteúdos dublados. Isso quando há licenciamento local ou quando o serviço lança algum título exclusivo (lê-se: selo "Original Netflix"). Vale reforçar que tri já está oficialmente licenciado no Brasil via Crunchyroll apenas com o áudio original e legendas em português. Claro que isso foi um outro tipo de licenciamento que atinge o nosso e outros países. Não dá pra reclamar, né? Então sejamos gratos a Toei Animation e vamos dar a resposta assistindo pela plataforma oficial.

Caso Digimon Adventure tri venha a ganhar uma versão dublada no futuro, um licenciamento local deverá ser feito. Em meio a tantos pedidos, tem lá alguns fãs nas redes sociais pedem pra que Angélica volte a cantar o tema brasileiro. Sério mesmo? Tudo bem que marcou época e tudo mais. Só que hoje em dia não cola de jeito maneira. Ainda mais que tri é uma produção que coloca Digimon num patamar acima do que vimos na série de TV.

A "clássica" musiquinha foi uma herança da versão americana da Saban. Ainda bem que as masters foram trazidas diretamente do Japão e não tivemos cortes. Apesar de muitos nomes e termos serem ocidentais. Bom mesmo é ouvir o "Butterfly", "I Wish" e "Brave Heart", mesmo que nas versões atualizadas. Mas ouvir uma nova versão do "Digimons/Digitais/Digimons são campeões" é intragável. Dá vontade de trocar o áudio pra ouvir o Koji Wada arrebentar. Claro que Angélica não é o problema em si, mas sim o ritmo e a letra que ajudaram na pavorosidade da coisa.

Fazendo justiça: Angélica poderia cantar um tema brasileiro inédito. Só que com um toque mais maduro e que se encaixe com tri. Considerando que sua voz não é tão adequada ao tom dos temas originais. Assim ela não ficaria de fora, hein?

sábado, 21 de novembro de 2015

Digimon Adventure tri começa mais dramático que a própria série de TV

Digimon de volta oficialmente ao Brasil

Foi uma grata surpresa da Toei Animation presentear os fãs do Brasil e do restante do mundo com a primeira parte da nova série Digimon Adventure tri. Os quatro episódios da primeira parte intitulada "Reunião" chegaram nesta sexta (20) - um dia antes da grande estreia nos cinemas japoneses.

Por um lado é uma felicidade assistir primeiro que o Japão (ou simultaneamente). Por outro lado, fica minha indignação contra alguns grupos nas redes sociais e até de fansubs que estão desrespeitando o material oficial do qual se dizem serem "fãs" apoiando a pirataria. Sim, os mesmos que estão aí chorando pelo fim da "plataforma" criminosa Mega Filmes HD (que lucrava clandestinamente e não pagava pelos direitos autorais). Lamentável, pois essa turma poderia muito bem estar comemorando essa vitória mundial, dizer NÃO à pró-pirataria, serem mais gratos a Toei em trazer a série em primeira mão e incentivar o público a caminhar pela via correta. A audiência de Digimon poderia triplicar e fazer jus ao próprio título antes que isso cause prejuízos maiores no futuro. Particularmente falando por um lado mais lógico da realidade, fico feliz em ver o resultado positivo dos trocadinhos meus e do restante do público (que não é caro como dizem os opositores) que apoia conscientemente a indústria do entretenimento de séries japonesas.

Mas vamos ao que interessa: Digimon Adventure tri começou trazendo aquela nostalgia esperada. Inevitável. Mostrou o que aconteceu com os Digiescolhidos após seis anos do fim da primeira temporada. Contrariando alguns revoltadinhos, a linha também é uma sequencia de Digimon Adventure 02 (Digimon 02 no Brasil). No começo vemos silhuetas de Daisuke (Davis), Miyako (Yolei), Iori (Cody) e Ken sendo atacados. Tudo muito rapidamente e sem explicação alguma por enquanto. Antes que alguém crie alguma teoria de que "eles foram apagados da história", é preciso prestar bem atenção em simples detalhes. Como os digivices de Takeru (T.K.) e Hikari (Kari) ainda estarem modificados em relação aos demais veteranos. Aliás, tri (lê-se: "trai"; em inglês, e com a inicial minúscula mesmo) é devido a ser uma terceira temporada do clássico Adventure. Ainda é estranho o porquê dos digiescolhidos de Adventure 02 não serem mencionados durante estes episódios ou sequer os personagens se lembrarem deles para se reunirem.

Adventure tri serve para mostrar os heróis na adolescência. Todos seguindo seus rumos e muito ocupados. Legal ver alguns lances românticos passarem de leve enquanto nada é assumido. Sabe aquela queda de Taichi (Tai) por Sora? Então, isso é levemente explorado no primeiro episódio. Sua timidez é perceptível logo nos primeiro minutos quando ele a vê recebendo um convite de Yamato (Matt). A impressão é de que Yamato e Sora ainda não são namorados. Quem assistiu Digimon 02 sabe que ambos se casam e tem dois filhos no futuro. Curioso também é ver a queda de Koshirô (Izzy) pela Mimi. Afinal, ela passou muito tempo nos EUA e agora está com 15 anos.

O pano de fundo da nova trama é uma equipe de investigação que pesquisa sobre o Digmundo e descobriu que um vírus está afetando Digimons, fazendo com que eles ataquem nosso mundo. Ainda não está totalmente esclarecido. Isso é um ponto que pode render muito mistério e impulsionar a dramaticidade de Digimon. Até aqui houve um rápido feeling de Digimon Tamers. Outra excelente série da franquia. "Reunião" inseriu uma nova digiescolhida, que ainda não há muitas informações sobre ela, além de seu próprio Digimon.

As digievoluções foram modificadas, mas poderiam ser melhoradas em CG. Bem, nada que venha estragar. Além disso, os temas de abertura e encerramento também foram recauchutadas. Uma pena que Koji Wada esteja com a voz estranha, devido a problemas de saúde. Mas nada mais digno de convidá-lo a cantar. Algumas BGMs também foram recauchutadas e tivemos também novas BGMs feitas para tri.

Digimon Adventure tri ganhou mais qualidade. Tanto em roteiro quanto em visual. De início é estranho pra quem viu a mudança pelos primeiros materiais promocionais, mas impossível não se acostumar. Ou melhor, se admirar com os traços. E pensar que um fandom japonês pensou em querer boicotar Adventure tri por causa dos traços feitos por Atsuya Uki, o mesmo de Cencoroll e Tsuritama (este último é exibido no Brasil também via Crunchyroll Brasil).

Digimon Adventure tri começou triunfalmente e seu desenvolvimento é melhor que a própria série. Sinal de que Adventure cresceu bem como os digiescolhidos. Mais um ponto que derruba o mito dos incautos que ainda pensam que Digimon é uma série "infantil". E é em partes. O que não significa necessariamente que seja ruim. Agora só resta esperar até o dia 12 de março (ou antes) para vermos a próxima parte, chamada "Determinação".

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Power Rangers Megaforce, uma série estranha com heróis quase cativantes

O elenco da adaptação americana de Goseiger

Quando Haim Saban recuperou os direitos de Power Rangers - que estavam com a Disney até meados de 2010, muita gente se surpreendeu com a aquisição da série japonesa Samurai Sentai Shinkenger. O excelente Super Sentai de 2009 era carregado de elementos da cultura milenar japonesa. O resultado foi duas temporadas tenebrosas atendidas como Power Rangers Samurai e Power Rangers Super Samurai, que não fez o mesmo jus à série original pela óbvia diferença cultural.

Com o tempo, a Saban Brands (antiga Saban Entertainment) anunciou duas séries que serviram como um arco de comemoração aos 20 anos da franquia. Power Rangers Megaforce (2013) e Power Rangers Super Megaforce (2014). Ambas são respectivamente as versões ocidentais das séries Tensou Sentai Goseiger (Sentai de 2010) e Kaizoku Sentai Gokaiger (Sentai de 2011).


Os vassalos do Império Warstar

Megaforce começa com cenas de uma guerra conhecida como Batalha Lendária (versão da Legend Taisen, de Gokaiger) entre os Power Rangers veteranos contra um grande exército espacial que veio para dominar a Terra. O tal evento era apenas (ou pelo menos parecia) um sonho de Troy Burrows (contraparte de Alata/Gosei Red), um adolescente que acabara de se mudar de cidade, e por consequência é solitário. Somos apresentados também aos rapazes Noah Craver (Hyde/Gosei Blue), Jake Holling (Agri/Gosei Black) e as garotas Emma Goodall (Eri/Gosei Pink) e Gia Morgan (Moune/Gosei Yellow). Nos primeiros minutos percebemos um certo interesse de Jake pela loirinha Gia.

Quando o Império Warstar (Exército Universal de Aniquilação Warstar em Goseiger) chega ao nosso planeta, Gosei (Master Head), um antigo guardião sobrenatural e discípulo de Zordon, presente o perigo que a Terra está para acontecer. Com a ajuda de Tensou (equivalente ao fliperama humanóide Datas), ele convoca os tais adolescentes para se tornarem os Power Rangers Megaforce. Também conhecidos como Mega Rangers (OBS: não confunda com a série Denji Sentai Megaranger, que serviu de adaptação para a série Power Rangers no Espaço).


Emma, a graciosa Ranger Rosa
O primeiro episódio começou de forma um tanto bizarra. Quando Gosei convoca os jovens, eles simplesmente são arrebatados para a sua base. A situação lembra o primeiro episódio de Mighty Morphin Power Rangers, mas ali na série clássica a situação era de extremo perigo onde Alameda dos Anjos sofria um ataque de Rita Repulsa com devastações e terremotos. Aqui a situação foi adiantada e os Rangers ainda estavam em plena paz. Antes do ataque da Warstar. Tudo bem a intenção de fazer um tributo ao clássico episódio "Day fo the Dumpster". Mas não precisava forçadamente imitar algumas situações de MMPR. Lá os novos Rangers souberam das suas missões, não acreditaram, rejeitaram, foram atacados, e na hora do perigo morfaram pela primeira vez. Até no final do episódio Emma deu uma de Kimberly dizendo que o capacete poderia amassar os cabelos, mas que iria aceitar a missão. Não convenceu em nada desta vez e a série poderia começar com leves referências, mas com toque de originalidade. Não é por ser uma adaptação de Super Sentai que não vá sair alguma novidade, né?


A produção de Megaforce não se preocupou em criar conceitos próprios. Um bom exemplo é que sequer houve alguma adaptação em relação aos símbolos originalmente criados em Goseiger. No caso, as tribos Skick (de Alata e Eri), Landick (de Agri e Moune) e Seaick (de Hyde e Magis/Gosei Green). Curiosamente, a Saban deixou transparecer propositalmente alguns detalhes como a rápida aparição de Alata nos primeiros segundos da abertura e os nomes originais dos Power Cards (Gosei Cards em Goseiger). A impressão é que a Saban voltou bem mais relaxada nesses detalhes. Aliás, a curta duração de 20 episódios também atrapalhou no desenvolvimento.


Troy invocando seu Power Card para morfar

Os heróis perdem em carisma, enquanto a série chega a ser um pouco melhor que o próprio Goseiger. A série japonesa começou bem, com leves toques de dramaticidade, mas do meio para o final infantilizou. Vale ressaltar que Alata era o principal dos heróis, mas não era necessariamente o líder dos Gosei Angels. Melhor dizendo: nenhum dos Goseiger era um líder de fato. Em Megaforce, Troy se mostra um bom líder ao invés de sua contraparte da terra do sol nascente. Só que sua solidão poderia ser melhor trabalhada e dar um pouco mais de garra no roteiro. O que infelizmente não aconteceu.

Os demais heróis ficam na superficialidade. Noah é aquele tipo de CDF que não tem acrescenta em nada. Ainda assim, Jake consegue divertir um pouco com a suas tentativas em investir na sua paixão secreta. Gia e Emma agradam em beleza. A última é a que mais inspira em graciosidade. Ela mostra uma certa empatia com Troy em alguns momentos.


Quem acompanhou Goseiger deve lembrar que a série foi dividida em quatro arcos. As sagas Warstar (nos primeiros 16 episódios), Yuumajuu (do 17 ao 32), Matrintis (do 33 ao 44) e Dark Headders (do 45 ao final). Em Megaforce as sagas foram comprimidas em uma só, criando algumas lacunas. Os primeiros sete episódios de Megaforce foram baseadas na primeira fase de Goseiger. A chegada de Robo Knight (Gosei Knight em Goseiger; Robô Guerreiro na versão brasileira) no episódio 8 marcou juntamente com a primeira aparição de Bluefur (Bigfoot no Kinggon) e Bigs (Blob no Makuin). Apesar de Robo Knight não ser tão frio quanto Gosei Knight, sua vontade de aprender sobre os costumes dos humanos agrada em alguns momentos.

Robo Knight em ação

A coisa mais estranha no decorrer das sagas é o porquê das mudanças de forma de Vrak (Burajira) durante os episódios. Falando nele, não dá pra engolir aquele sotaque latino-americano do personagem. Canastrão, se comparado a sua contraparte em Goseiger que foi um vilão frio e calculista que salvou Goseiger dos momentos de infantilidade. Aliás, é preciso que se diga que Burajira era a mola que impulsionava o espectador a assistir Goseiger.


Há um momento curioso durante o episódio 18 de Megaforce, intitulado "The Human Condition". Este é baseado no episódio 15 de Goseiger, o penúltimo do arco Warstar. Considerando que Gosei Knight ainda não havia aparecido em Goseiger até então (o que acontece em dois episódios depois), a desculpa para a ausência de Robo Knight na batalha final contra o Almirante Malkor (Daioh Wakusei no Mons Drake) foi que o androide havia deixado o seu celular, o Robo Morpher (Leon Cellular) numa biblioteca, enquanto ele se aprofundava em leituras sobre os humanos. Lembrou aquelas desculpas esfarrapadas que víamos em VR Troopers, por exemplo, se analisarmos as situações do episódio da versão americana com a versão original japonesa. Não chegou a ser terrivelmente constrangedor, mas ainda assim foi engraçado. Ainda mais pra quem assistiu ambas as versões.

Agora, o mais estranho nos episódios finais é a "troca de papéis" entre Goseiger e Megaforce. No penúltimo episódio, surge o vilão The Messenger (Tensai no Robogog) que é subordinado indireto de Vrak. Em Goseiger, Robogog era o líder do Império Matrintis. Logo, The Messenger é membro do grupo The Armada (versão do Uchuu Teikoku Zangyack, de Gokaiger) e tem participação pequena. Metal Alice (Agent no Metal Alice) tem uma atuação considerável, porém fica atrás da sua versão original. Como esperado, o final da série dá um gancho para a próxima temporada.

A impressão que temos é que Power Rangers Megaforce tentou agradar apressadamente e tem situações que são melhores que Goseiger e vice-versa. Apesar de não ter uma trama construída como em temporadas passadas, consegue divertir nas sequencias de ação. Ainda que o clima é de ver os Rangers sendo jogados nas missões sem expressividade.

A versão original de Megaforce: Tensou Sentai Goseiger

Power Rangers Megaforce rendeu dois especiais de TV. Os agora "tradicionais" episódios de Halloween e Natal. Respectivamente: Power Rangers Megaforce: Raising Spirits e Power Rangers Megaforce: The Robo Knight Before Christmas. Ambas são aquela coisa. Em nada acrescentam diretamente a trama e servem mesmo como flashback contadas em situações.

Em 2012, os heróis apareceram em público na cerimônia do Dia de Ação de Graças, ao lado das equipes Mighty Morphin e Super Samurai. Na mesma festa do ano seguinte foi a vez da equipe Super Megaforce se apresentar em palco.

No Brasil, Power Rangers Megaforce estreou primeiro via streaming via Netflix. A série completa está disponível no catálogo desde 1 de outubro de 2013. Bem como os dois especiais de TV. No ano seguinte, em 19 de maio de 2014 pelo Cartoon Network, onde era exibido nas tardes de segunda-feira.

Sobre a dublagem, esta foi a segunda feita em São Paulo. A primeira foi em Power Rangers Super Samurai. A qualidade ficou devendo às dublagens cariocas. Algumas vozes são consideráveis, com exceção de Noah e Gia que ficaram infantis demais para suas performances.

No futuro escreverei sobre esta tenebrosa adaptação norte-americana de Kaizoku Sentai Gokaiger.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Em Ultraman X, bastidores da XiO apela para perseguição policial

Kamiki interrogando um alien (Foto: Reprodução/Crunchyroll)

Sem dúvida alguma, Ultraman X está mandando bem e mostrando que é uma divertida série de tokusatsu nos últimos tempos. Nesta terça (10) foi ao ar mundialmente o episódio onde a XiO (leia: ziô) é tema de uma reportagem especial para um programa de TV. Algo que lembra um pouco o formato da série americana Cops, que mostrava policiais no ato contra o crime.

Interessante notar que o episódio foi bem atípico e tentou levar para um tom mais, digamos, cômico. A intenção da Tsuburaya talvez não seja essa, mas não teve jeito. Engraçado foi que durante uma patrulha da XiO, um humano foi abordado por dois dos membros da organização. Só que o rapaz que estava caminhando com uma sacola durante a madrugada era um alien kemuriano (chamado pela tal reportagem como "inescrupuloso") que fugiu e foi capturado no mesmo estilo. O mais legal nisso tudo é ver o Capitão Kamiki (Yu "Dr. Maki" Kamio) interrogando o monstro pacificamente. O preso na verdade parecia pacífico e queria apenas ir pra casa.

No mesmo episódio houve também uma perseguição contra uma adolescente que sugava seiva de uma árvore e agia como informante de uma fábrica de espécimes humanos e que era uma alien. Tudo muito realista e até um "pi" estava no meio da cena. Um tanto inapropriado para o público que atende também as crianças. Enfim, foi digno de um documentário do tipo e essa foi uma perseguição que rendeu raios lasers - com um certo realismo.

Claro, teve a tradicional luta entre Ultraman e o monstro da semana. Daichi quase foi flagrado pela imprensa na hora de se unir ao X, mas ele conseguiu escapar das câmeras a tempo. A luta não teve como não lembrar de filmes americanos recentes como Círculo de Fogo e o mais novo Godzilla. Tudo muito próximo a pseudo-realidade. Não foi o melhor episódio da série, mas vale umas boas risadas. Bom quebrar o gelo de vez em quando.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Toei despreza Kabutack e Robotack em nova linha dos Metal Heroes

Kabutack e Robotack juntos

A Bandai anunciou neste fim de semana uma nova linha das Metal Hero Keys. Pra quem não sabe, elas nada mais são que espécies de Ranger Keys (de Gokaiger) dos Metal Heroes. Apenas seis heróis da franquia tiveram suas chaves apresentadas no filme Kamen Rider x Super Sentai x Uchuu Keiji: Super Hero Taisen Z, em 2013. Inexplicavelmente, surgiram repentinamente na história do filme as chaves de Jiraiya, Jiban, Redder (de Exceedraft), Janperson, Blue Beet (de B-Fighter) e B-Fighter Kabuto.

+ Enquanto Bioman é reprisado na França, falsa ditadura da Saban impera no Brasil

+ Ultraseven X estreia na Netflix brasileira

Agora, comercialmente falando, surgiram as chaves dos heróis principais de cada série Metal Hero que não tinham sido lançadas até então. Agora temos as Metal Hero Keys de Gavan, Sharivan, Shaider, Jaspion, Spielvan, Metalder, Fire (de Winspector), SolBraver (de Solbrain), Shô (de Blue SWAT) e Gavan Type-G (de Uchuu Keiji Gavan: THE MOVIE).

Talvez muitos não perceberam ou torceram o nariz. Mas Kabutack e Robotack - ambas respectivamente de 1997 e 1998 - foram deixadas de lado. Não é a primeira vez que isso acontece. Considerando que Kabutack e Robotack são consideradas oficialmente pela Toei - até que se prove o contrário - como os dois últimos Metal Heroes, ambas as séries sequer foram citadas nos materiais promocionais do filme citado acima, que fez leve referências aos Metal Heroes. Tanto em episódios de net movie quanto em publicações impressas sobre o Super Hero Taisen Z.

Ano passado eu escrevi aqui um post sobre essas omissões da Toei quanto a Kabutack e Robotack nos últimos tempos. O que fomenta ainda mais um debate antigo na internet sobre as séries serem ou não da franquia Metal Hero. Só e somente a Toei é quem pode canonizar ou excomungar suas séries oficialmente de uma franquia. O fato lembra a inclusão de Gorenger e JAKQ como as pioneiras dos Super Sentais a partir de 1995 - com o anúncio oficial de Ohranger, quando historicamente a primeira série dos esquadrões foi Battle Fever J (de 1979). Independente disso, pra todos os efeitos, os dois caçulas ainda são Metal Heroes até a chegada de uma segunda ordem diretamente expressa da nossa "toda-poderosa" do tokusatsu.

Vale lembrar que Kabutack rendeu um crossover com Blue Beet e B-Fighter Kabuto num especial de natal lançado direto-para-vídeo chamado B-Robo Kabutack: Christmas Daikessen (B-Robo Kabutack: A Épica Batalha do Natal), no final de 1997. Sendo este marcado pela última aparição dos protagonistas das séries B-Fighter. Confira a capa do DVD do V-Cinema:



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ultraman merece um digníssimo espaço no dia do tokusatsu em 2016

Os Irmãos Ultra estão em alta no Brasil, caso não saibas

De uma coisa é certa: tokusatsu não é uma modinha no Brasil. Mas que dentro dessa gama alguns fãs brasileiros de tokusatsu (tokufãs) que acabaram transformando séries como Kamen Rider, Super Sentai e algumas exibidas na saudosa Manchete como Jaspion, Changeman e Jiraiya em modinhas. Isso é fato e não dá pra negar, se a gente analisar bem. Tanto é que sempre que essa parte do gráfico fala sobre tokusatsu, há uma limitação. Como se houvessem apenas esses tipos de tokusatsus e nada mais. Entenda, as séries da geração Manchete sempre tiveram e terão sempre o meu respeito. O que não signifique que eu tenha que ter uma rejeição, preconceito ou algo do tipo para com as séries clássicas, inéditas, recentes e novas. Se atualizar, nem que seja aos poucos, é importante.

É chato ver nas redes sociais quando alguns fãs andam desatentos (ou torcem o nariz) à nova safra de tokusatsu no Brasil que está surgindo oficialmente fora da TV no Brasil. Enquanto muitos ainda estão com a cabeça perdida no passado, aqui no ano 2015 os Ultramen estão dando continuidade ao legado que começou com o lançamento brasileiro de National Kid há cerca de cinco décadas. Sim, não adianta dizer que "os Ultras não voltaram". Pois apesar de um boom discreto, as Ultra Series estão defendendo o bastão através de títulos oficiais.

Eu disse recentemente numa entrevista ao Blog Toku Force que se formos calcular a história do tokusatsu em nosso país, estamos passando por uma transição dominada pelos Ultras. Época que sucede a era das séries japonesas do estilo tokusatsu na TV brasileira (sendo Ryukendo o último lançamento, na RedeTV!) e que antecede a estreia de Garo na Netflix e quem sabe de outros tokusatsus.

A verdade é que os Ultras voltaram no final de 2011 com os lançamentos dos filmes da franquia da era Heisei. Totalizando 9 lançamentos em home-vídeo pela Focus Filmes. Os oito primeiros atualmente estão na Netflix e em breve o filme Ultraman Saga poderá estrear na grande plataforma de streaming.

Para a surpresa de muitos, séries como Ultraman Max, Ultraman Mebius, Ultraman Leo e Ultraman 80 (Eighty) foram licenciadas internacionalmente pela própria Tsuburaya para a plataforma Crunchyroll. Dentre vários países, o Brasil não foi esquecido. Fomos mais agraciados ainda com a estreia de Ultraman X. Pela primeira vez o Brasil acompanha uma transmissão simultânea (simulcast) de uma série de tokusatsu. Ultrapassando Jiban que até então defendia o recorde de tokusatsu a vir mais rápido no país. As surpresas não pararam e há algumas semanas atrás foi confirmada a estreia de Ultraseven X na Netflix, cuja a data de lançamento será divulgada em breve. Alcançando outros públicos que curtem ficção científica em geral, por exemplo.

Isso tudo sem mencionar o mais novo lançamento da Editora JBC. O lançamento do mangá ULTRAMAN (com grafado assim mesmo com letras maiúsculas) que conta uma trama excelente que dá continuidade à primeira série clássica da franquia.

Com todo o crescimento gradativo da Família Ultra no Brasil nos últimos tempos, somado ao jubileu de ouro a ser comemorado ano que vem no Japão, Ultraman merece ter um lugar especial como tema do próximo dia do tokusatsu. E digo mais. Grandes campanhas de incentivo precisam ser massificadas ousadamente na tokunet brasileira, afim de despertar o interesse daqueles que nunca deram uma chance sequer ou que viram poucos títulos do gênero. Motivos não faltam pra se atualizar e sair da mesmice.

Ultraman tem tudo pra fazer bonito e marcar o próximo ano. Que me perdoem os Riders e os Sentais, que farão seus 45 e 40 anos, respectivamente. Mas Ultraman é praticamente uma prioridade e precisa de uma divulgação mais agressiva (no bom sentido da coisa). Pelos motivos citados acima e outros mais como a exploração de sagas e multi-versos. Então, que em 2016 façamos diferente e adotemos pelos menos um Ultra. Keep calm and... Schwatch!

PS: É apenas uma sugestão minha e não estou confirmando nada.

Enquanto Bioman é reprisado na França, falsa ditadura da Saban impera no Brasil

Bioman agita no horário nobre da França

Talvez você saiba que Bioman está sendo reprisado na França durante o horário nobre da TV local. O Super Sentai de 1984 (lançado por lá no ano seguinte) teve um sucesso equivalente ao Changeman no Brasil e caiu no gosto dos franceses. Bem mais que Gavan (onde foi o "Jaspion" do país e rebatizado de X-Or [X-Ouro]).

Bacana. Mas o que o Brasil tem haver com isso? Então, sabe aquela desculpinha furada que já foi desmentida umas trocentas vezes na internet, que volta e meia surge pelos anti-Saban com a reza de uma ladainha negativista que diz "tokusatsu não passa mais no Brasil por causa dos Power Rangers"? Bem, taí o Bioman pra provar o contrário. Outro exemplo é a volta de Shaider (que foi adaptado para a segunda temporada de VR Troopers) na TV filipina. Se a Saban fizesse alguma restrição mundial onde todos os países fossem proibidos de passar algum ou outro tokusatsu japonês, não estaria passando Red One e sua turma na França. Aliás, lembra que passavam reprises e alguns lançamentos inéditos do tipo na segunda metade dos anos 90 por aqui? Pois é. Além do mais, nos anos 2000 vieram apenas dois títulos na TV: Ultraman Tiga e Ryukendo, que fecharam o ciclo do tokusatsu na TV. Sem contar que séries e filmes da Família Ultra foram lançados recentemente em home-video e streaming em seguida.

A Saban pode sim ter adquirido os direitos de algumas séries da Toei Company. E isso não faz de Haim Saban um grande satã ou um ditador neonazista onde escolhe qual país vai passar ou não algum tokusatsu original fora do Japão. É uma invencionice muito louca que ainda tenta perdurar de um jeito ou de outro como se fosse uma verdade comprovada cientificamente. Os tempos são outros e a Saban lançou Zyuranger e o próximo Sentai a ir aos EUA será Dairanger. Há o interesse da Shout! Factory em lançar Kakuranger na terra do Tio Sam, mas ainda são planos. Enfim, foi graças aos Power Rangers que os americanos tiveram interesse no genuíno tokusatsu da terra do sol nascente.

Os franceses são gratos ao Haim Saban, pois o próprio levou séries japonesas de tokusatsu para a França. Enquanto praticamente metade dos fã brasileiros fazem uma tempestade em copo d'água achando que a culpa é dele pela queda do tokusatsu na TV brasileira. Esse problema é somente nosso e de mais ninguém. Fora do Brasil, outras séries foram lançadas depois da estreia de Power Rangers. Mas como a economia fala mais, os altos custos de um licenciamento de uma produção japonesa acabam desanimando as empresas. Veja bem, a Toei cobra caro de qualquer país. Aliás, quem ou o quê garante que o tokusatsu seria mais popular no Brasil, EUA, França, Filipinas, Itália ou qualquer outro país se por acaso não existisse a franquia mundialmente popular chamada Power Rangers? E o que seria do Super Sentai se não fosse pela Saban, né? Acho que nem preciso dizer que fim teria. Quem for esperto sabe do que se trata.

Noves fora: É verdade que a Saban errou feio em muitas produções. Algumas foram bem engraçadas de tão constrangedoras. Ainda assim conseguiu boas temporadas de Power Rangers, que são tão boas quanto um Super Sentai clássico. Não é muito diferente da Toei que continua acertando e errando. É preciso que se diga que nenhuma produtora é perfeita. Eu acho que os fãs brasileiros deveriam tomar os americanos e franceses como exemplo. Sendo menos ingratos e mais pacientes. Um pouco mais de informação e compreensão nunca é demais.

Gostar ou não de Power Rangers é outra parte da novela. Direito de cada um.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Jaspion ainda é um poderoso sinônimo de herói japonês que habita nas minhas velhas lembranças

O Fantástico Jaspion é celebrado por suas três décadas

Hoje é dia do tokusatsu e este ano estamos comemorando os 30 anos de Jaspion e Changeman. A iniciativa é do amigo Raphael Maiffre (a quem parabenizo), que administra os sites Mega Hero, Mega Sentai Brasil e Mega Power Brasil, além de escrever em seu blog, o Centro de Comando. Foi ele deu o ponto de partida para a data comemorativa em 2013, no mesmo dia em que Godzilla (o pioneiro do tokusatsu) estreou no Japão.

Pode parecer brincadeira, mas tenho lembranças de Jaspion de bem pequeno. Devia ter meus 2 ou 3 anos de vida. (!) O que eu lembro era de uma fita VHS e a imagens do quarto episódio da série (aquele em que o herói chega ao nosso planeta azul que a gente chama de Terra). Jaspion ficou calcado na minha memória desde as primeiras exibições na saudosíssima Rede Manchete, junto com Changeman, é claro. Cheguei a ter máscara, álbum de figurinhas, algumas HQs e por aí vai. Eu era fascinado pelos efeitos especiais, explosões, a história e tudo o que você puder imaginar. Tenho ainda lembranças das minhas brincadeiras com meus antigos vizinhos, onde também me reunia pra assistir ao episódios desta e de outras séries da época.


Pra uma criança que tinha lá seus cinco aninhos, não importava muito se era reprise ou não. Eu sabia na ponta da língua as falas, mas também fingia que era primeira vez que assistia aquilo. Minha mãe sempre reclamava das infindáveis reprises, mas eu sempre assistia com ela. Lembro das últimas exibições passarem na hora do almoço (meio-dia) e serem dois episódios na sequencia. Também lembro que já estava na reta final, na saga do Poderoso Satan Goss. Com certeza era início de 1993, pois essas últimas exibições antecediam o Horário Eleitoral Gratuito da campanha do plebiscito daquele mesmo ano (até isso eu lembro e com o corte do tema de encerramento pra rede obrigatória).

Só vim a ver o Jaspion novamente no dia 11 de agosto de 1995. Naquela sexta-feira que antecedia o dia dos pais estava eu mudando os canais num velho televisor de 14 polegadas e eis que paro no canal 14 UHF e estava passando a última luta entre Jaspion e Daileon contra o Poderoso Satan Goss. Fiquei lá assistindo e vi que a emissora era uma tal de Rede Record. Ali foi o primeiro contato que tive com a emissora, mas isso é um assunto que conto um dia. Bem, assisti séries como Sharivan, Terra de Gigantes, Os Três Patetas, Agente G, Arquivo X (eu já era um rato em TV) e esperei ansiosamente pela segunda-feira. Pois queria ver o Jaspion de novo, oras. Mas a Record estava em fase de testes por aqui e só voltou no ano seguinte, mas sem o Jaspion. Infelizmente nunca vi na CNT/Gazeta, pois a mesma chegou na minha cidade depois de sua passagem nas manhãs da emissora. Outra memória de chegada de canal que quero contar um dia aqui no blog.

O século XXI chegou e voltei a assistir os tokusatsus aos poucos. Conheci outras séries e até que revi o Jaspion nos DVDs alternativos. Foi anunciado o DVD da série pela Focus Filmes e não passei batido. Minha ânsia era tanta que cheguei bem cedo na loja pra comprar.

Confesso que apesar de ser fã dos Metal Heroes, Jaspion não é minha série favorita. Hoje tenho um carinho maior por Spielvan, Metalder, Jiraiya, Jiban, Janperson, etc. Mas sempre que assisto Jaspion as emoções se renovam em mim. Pode não ser a melhor série do segmento como muitos mancheteiros pregam por aí. Existem outras séries antigas, recentes e novas que superam sem medo e que tiram o herói do imerecido pedestal do saudosismo. Não que Jaspion seja ruim, entenda. Pelo brilho de uma época dourada ainda assim exerce uma sinergia que só quem realmente tem noção do que o herói representa para nós consegue descrever.

Jaspion continua sendo uma referência de uma geração que dominou a mídia brasileira como nunca houve e jamais haverá igual. Isso acontecia numa era distante da nossa tecnologia e que deixou pais de família e a própria imprensa de cabelo em pé. Jaspion foi, é, e sempre será uma série cultuada na cultura pop brasileira. Merece ser lembrado e reconhecido assim como tantos outros clássicos do tokusatsu que passaram pela história, mesmo ao lado de títulos que tiveram a infelicidade de permanecerem inéditos por aqui.

Em março passado escrevi um post aqui no blog sobre o Jaspion. É uma pesquisa que havia feito sobre a origem da série e sua concepção. Leitura obrigatória pra todo fã e amante do nosso Tarzan Galático.

PS: no próximo sábado (7) o grupo Henshin Gattai - do qual sou integrante - participará de mais uma edição do MasterSatsu, aqui em Fortaleza-CE. Estaremos palestrando sobre Jaspion e Changeman, em comemoração aos 30 anos de ambas e ao dia do tokusatsu. A coordenação é do senpai Wesley Mendes. Mais informações na fan page do evento no Facebook.