quinta-feira, 31 de março de 2016

Blog Daileon em nova temporada

Como devem saber o dia 1 de abril é uma data importante para o Japão, pois é nesse dia em que começa mais um ano letivo, fiscal e de novas temporadas na TV do país. Mas como amanhã também é o dia da mentira, adianto logo esse editorial pra ninguém pensar que é alguma pegadinha do Mallandro (há! Yé yé! Glu-glú) nem nada do tipo.

Primeiramente, falando de modo particular, estive reorganizando algumas coisas e ainda estou terminando de arrumar outras. Decidi que neste ano vou intensificar os meus estudos. Ainda assim vai dar pra conciliar com o trabalho, algumas atividades pessoais, compromissos cristãos e hobbies nas horas vagas (inclusive este blog). Como não dá pra fazer tudo o que a gente quer, devo diminuir minhas participações em palestras nos próximos meses para equilibrar meu tempo e colocar minhas atividades em dia. Trabalhar com isso é prazeroso, mas também muito cansativo e puxa muito tempo pra preparar. Devido à demanda de convites para eventos que o grupo Henshin Gattai vem recebendo, não estou conseguindo manter o mesmo pique que os demais amigos por querer investir em futuros rumos profissionais e projetos pessoais.

Mas isso não quer dizer que vou desaparecer pra todo o sempre dos eventos, deixar de palestrar ou muito menos sair do grupo. Nada disso. Aliás, estou desenvolvendo junto com mais alguns palestrantes da HG um tema especial para o último dia do Sana de julho. Tema esse em que estou bastante empolgado, apostando minhas fichas e esperando que faça algum sucesso. Não posso adiantar o assunto ainda, só nas vésperas. Aguardem.

Então, oficialmente em abril começo um "novo ano" para o blog. E o que muda por aqui? Como vocês devem ter percebido, lancei no mês passado a seção "Revisitando os Ultra filmes no Brasil", com resenhas semanais sobre todos os nove filmes de Ultraman lançados no Brasil. Isso é apenas uma prévia do que pretendo escrever durante o ano. Aviso que vários posts sobre Ultraman ainda virão com o tempo. Minha sede pela franquia só aumenta e está se tornando uma das minhas favoritas ao lado dos Metal Heroes. E isso eu devo aos DVDs nacionais, aos streaming oficiais e também aos materiais de divulgação da internet que me influenciaram nisso. Assim como venho curtindo novas e velhas tramas desse maravilhoso universo dos guerreiros de M-78, quero ajudar o público a, digamos, sair um pouco da entoca do museu da Manchete (que também é maravilhoso) pra indicar séries, filmes e quem sabe curiosidades da Família Ultra. Afinal, são 50 anos da série original. Ultraman é obrigatório pra quem é fã de tokusatsu e possui uma marca que está crescendo no Brasil e no mundo. Arrisco a dizer que Ultraman é equivalente ao um Star Trek e Star Wars do tokusatsu. Todo fã de tokusatsu deveria assistir e deixar de lado a subestimação.

Não só Ultraman está em comemoração, mas também as franquias Kamen Rider e Super Sentai. 45 e 40 anos, respectivamente. Na medida do possível farei uns posts especiais sobre estas também. Resenhas sobre nostalgia de animes e tokusatsu também devem pintar e estão programadas algumas para este trimestre. E os tradicionais comentários eventuais sobre séries de anime e tokusatsu da atualidade vão aparecer como sempre e do jeitão solto de sempre. Coisa que marcou como carro-chefe e movimenta a "programação" do blog. Ah, materiais de séries japonesas que andei acompanhando e outras que hei de assistir nos streamings serão analisados por aqui. Essas resenhas serão postadas de preferencia às sextas-feiras. Alguma ou outra deve entrar em algum dia da semana também.

Mais algumas surpresas devem surgir no blog. Vai depender muito do desenrolar. Bom, outra novidade que aconteceu no blog, como vocês podem ver, é o visual que mudou. Muito mais clean e melhor do que aquele fundo cinzento, né? (Eu já tava entediado). E outra é que resolvi criar uma fan page do Blog Daileon no começo do ano, servindo como extensão e procurar uma boa interatividade com o público e lançar alguns posts "extras" que você não verá nesta coluna diária. Se você ainda não viu, dê uma olhadinha no painel lateral ao lado, curta e compartilhe.

Para abril tenho vários posts prontos que vão ao ar nas próximas semanas. Dicas, nostalgia e novidades. Fique ligado.

Por ora é só, velhinhos. Nos vemos no futuro.

Schwatch!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Casal gay vai brilhar mais do que tudo e todos em Sailor Moon Crystal

Haruka e Michiru estão de volta (Foto: Reprodução/Tokyo MX)

O terceiro arco de Sailor Moon Crystal vem aí na semana que vem, agora com exibição semanal nos fins de noite de segunda-feira pelo canal japonês Tokyo MX. Por enquanto não há confirmação de transmissão mundial via streaming como na vez passada. Bom, mais do que o próprio quinteto formado por Usagi e sua turma, quem tem tudo mesmo pra brilhar, ou melhor, roubar cenas é o casal lésbico Haruka Tenoh e Michiru Kaioh. Respectivamente as Sailors Uranus e Neptune.

Quem acompanhou a era clássica de Sailor Moon sabe que isso repercutiu bastante (para um anime taxado como "infantil" para os leigos). Houve até censura nos EUA que alegaram que ambas eram "primas" (Cuma?), dentre mudanças em diálogo e cortes. No Brasil isso não passou do nicho, uma vez que Sailor Moon S jamais passou na nossa TV aberta. Menos mal, pois daria uma polêmica chata daquelas como teve por aí com outros animes da época.

Agora a coisa deve ficar um tanto liberal nesta nova versão, mas com certos limites. É claro. O horário original de exibição é um dos fatores que certamente deverá contribuir pra tal. Usagi e Mamoru já tem seus rivais garantidos para esta primavera/verão. Não tenha dúvida.

terça-feira, 29 de março de 2016

Ultraman vai ultrapassar as séries Metal Hero no Brasil

Em tempos onde a Toei Company quer investir suas séries de tokusatsu apenas no Japão (e o resto do mundo que se exploda), a Tsuburaya aposta no mercado com suas séries via

Ultraseven X será a décima
série da Família a passar no Brasil
streaming. Aqui no Brasil tivemos apenas quatro séries exibidas na TV brasileira. São elas: Ultraman, Ultra Seven, O Regresso de Ultraman e Ultraman Tiga.

Desde 2014 a Crunchyroll vem lançando séries da Família Ultra inéditas na nossa telinha. Atualmente podemos assistir através de fonte oficial as séries Ultraman Leo, Ultraman 80 (Eighty), Ultraman Max (leia mais aqui), Ultraman Mebius e Ultraman X. Não custa lembrar de novo que esta última tirou o posto de Jiban como a série que estreou mais rápido no Brasil. E o que é uma diferença de um ano para uma de uma hora, né?

Ultraseven X está confirmado oficialmente para estrear no próximo dia 1 de abril na Netflix. Isso significa que o revival comemorativo dos 40 anos de "Sebun" será a décima série Ultra a passar no Brasil. Ainda neste semestre deverão ser lançadas também Ultraman Gaia e Ultraman Nexus na Crunchyroll. Daí não teremos mais 10 e sim 12 séries Ultraman exibidas no Brasil.

O número é expressivo e tende a crescer numa era digital que permite um acesso onde o espectador não fica dependendo de programação de TV (nem de downloads dos mesmos títulos) e tem o poder de escolha de criar a sua própria grade. Agora, o interessante é que Ultraman vai superar ainda em 2016 a franquia Metal Hero em quantidade de séries exibidas em nosso país. Tivemos 10 destas exibidas na TV e três delas (Jaspion, Jiraiya e Jiban) serão retransmitidas via Netflix, com distribuição da Sato Company. Enquanto isso a história do tokusatsu no Brasil teve 4 séries Kamen Rider (duas originais e duas adaptações gringas) e mais 4 séries Super Sentai.

Ultraman perde apenas para Power Rangers em números, pois a franquia nipo americana tem mais de 20 temporadas disponíveis e mais dois spin-offs (VR Troopers e Big Bad Beetleborgs). Ah, e pra somar ainda mais essa bagagem, já tivemos 9 filmes de Ultraman lançados em home-video pela Focus Filmes (sendo sete destes disponíveis na Netflix). Além das mídias áudio-visuais que citei, o excelente mangá ULTRAMAN é publicado bimensalmente pela Editora JBC. Fora isso, haverão mais relançamentos de outros clássicos do tokusatsu e a estreia oficial de Garo no Brasil.

Tem como a gente dizer que não temos mais tokusatsu no Brasil? Não dá mesmo. Os tempos mudaram, amigos. E Ultraman é uma franquia forte e rentável no Brasil e no mundo e vai crescer mais que Rider e Sentai que estão "engaiolados", comercialmente falando. Se você ainda não viu nada sobre os guerreiros da Nebulosa M-78, não sabe o que está perdendo. Embarque em jornadas fascinantes e aventuras inesquecíveis. Você não vai se arrepender.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Rede Brasil põe fim às exibições piratas de tokusatsu


Essa pegou de surpresa. Na tarde desta segunda (28) a Rede Brasil emitiu uma nota em sua página no Facebook sobre o fim das séries de tokusatsu em sua programação. Veja:

"Olá! Gostaríamos de informar, que estamos renovando nossas séries, por isso, os Tokusatsus que eram transmitidos sempre de segunda a sexta não estão mais em nossa programação. Mas, não se preocupe, porque VÊM MUITA NOVIDADE POR AÍ! Aguarde."

Seja lá o que tenha acontecido nos bastidores, a Rede Brasil acertou mão ao retirar as séries. Tem o fato dela passar Jaspion, Ultraman e cia sem direitos. É vero. Mas fora isso, lá no fundo da alma, sejamos honestos. As séries de tokusatsu não mereciam um espaço numa programação onde é tudo bagunçado, muda de horário quase que constantemente (com total desrespeito ao público) e muitas vezes sem obedecer a ordem cronológica dos episódios.

Vai ter uns que vão reclamar, mas a verdade é que o tokusatsu merece um espaço melhor na TV. E a Rede Brasil mostrou com o tempo que ela não sabe cuidar de "suas" séries clássicas. Há quem ainda defenda a bagaça que é o canal.

Vegeta foi favorecido pela estranha mudança de regra em torneio de Dragon Ball Super

Vegeta salvo por um triz na luta contra Magetta

Essa mudança de regras repentina no torneio que está rolando em Dragon Ball Super desde o episódio da semana passada foi bem esquisita, não acha? Primeiro que no episódio que foi ao ar neste domingo (27) deixou uma impressão de que Champa havia "comprado" o juiz para favorecer o seu time. Mas logo ficou claro que isso não aconteceu.

Ainda assim parecia que tudo ficou favorável para o robô Magetta vencer, uma vez que a cúpula passou a ter uma temperatura mais quente devido à uma cobertura de larvas ao redor da arena (cobertura essa protegida por vidro para não causar morte). Isso deixa mais estranha essa mudança de regras. Foi pra dificultar o nível ou coisa assim.

Bom, essa mudança, por incrível que pareça, foi imprescindível para salvar Vegeta da derrota. O príncipe dos Saiyajins foi jogado para fora da arena e pisou num pedaço do solo que estava fora do ringue. O juiz considerou como parte do arena e a luta prosseguiu.

Falta valer de tudo nesse torneio. Enfim Vegeta deu um show na luta contra Magetta. E foi melhor que o fiasco que foi a luta contra o Frost. Vegeta foi forte, mas o Freeza alternativo poderia ter reagido. Ainda sobre última luta, foi engraçado ver o robozão chorar depois da luta. Talvez por ter sido xingado por Vegeta. Forte, não?

sábado, 26 de março de 2016

Com a burocracia da Toei aprendemos uma lição: que Power Rangers não são "o mal" coisíssima nenhuma

Quem ainda tem raivinha de Ranger Verde, hein?

Anteontem falei aqui no blog sobre a falta de interesse da Toei Company em lançar suas séries de tokusatsu via streaming e em simulcast (transmissão simultânea) fora da terra do sol nascente. Coisa que a Toei Animation, seu próprio departamento de animes e a Tsuburaya apostam há um bom tempo no ocidente.

E olha só, o que é mais engraçado se a gente calcular é que essa informação de bastidores somente reforça um fato que só os fãs pacíficos e os bem informados já sabiam há trezentos e cinquenta anos. Qual? Oras, que Power Rangers não tem nada haver com impasse nenhum. Simplificando, a franquia americana faz sua parte na divulgação do tokusatsu. Coisa que a Dona Toei deveria fazer desde sempre.

Aqui no Brasil foram formados dois tipos de fãs: 1) os que curtem Super Sentai e Power Rangers sem pecado e sem juízo (faço parte desse meio); 2) Os fãs passaram a odiar Power Rangers e pregam por aí lendas urbanas como que a Saban "tem o poder das trevas de proibir as séries originais no Brasil". Essa segunda opção ainda tem uma certa resistência na nossa tokunet e a cada dia que se passa esse papo furado cai por terra mais e mais. Hoje só acredita nessa história da carochinha quem quer.

A verdade é que a Saban é oito mil vezes mais visionária do que a Toei nesse sentido. Visto que Power Rangers é uma franquia de longa data e tende a ser promissora, apesar dos seus altos e baixos. Seu investimento em tokusatsu pela Netflix é uma prova disso. Quer mais? A Saban criou nos últimos meses seu próprio estúdio, a Saban Films. Dá até pra imaginar o que pode vir por aí, né? E desde quando Haim Saban voltou a adquirir os direitos da franquia - que estavam nas mãos da Disney, o empresário vem investindo fortemente na marca que é sua galinha dos ovos de ouro.

Reforço o que disse no post anterior sobre o assunto pra não deixar mais dúvidas pra ninguém: a Toei permite ainda que suas séries de Kamen Rider e Super Sentai sejam licenciadas para fora do Japão - mesmo não tendo nenhum interesse em manter uma transmissão oficial para o mundo como muitos estúdios de animes fazem atualmente. Como? Com o interesse de alguma distribuidora local que assim queira levar para o seu devido país. É o que acontece com a brasileira Sato Company e a americana Shout! Factory. Do contrário, ela mesma não vai licenciar tão cedo por uma birra que não tem o menor cabimento no nosso reles entendimento humano. Ou seja, pra você que sonhava em ver o Kamen Rider Ghost, por exemplo, licenciado para o Brasil através de TV, home-video e streaming, só com o interesse de alguma empresa de distribuição braileira. Isso demora cerca de um ano ou mais e as chances de assistir simultaneamente com material legalizado é absolutamente zero. A não ser que apareça algum milagre no meio do caminho. Coisa improvável na nossa realidade. Por isso não alimente mais esperanças pela Toei. E digo mais: aposte na Tsuburaya. Ela deu seu passo para o futuro há um ano meio atrás e tem dado resultados.

Voltando sobre Power Rangers, definitivamente a franquia não tem culpa no cartório por não passar mais tokusatsu japonês na TV brasileira. Se você ainda pensa assim, acabe logo com essa droga besta de uma vez por todas, comece a redefinir seus conceitos e se atualize. Mas se atualize mesmo. Você pode não gostar de Power Rangers. Ok, é um direito que assiste a qualquer um de nós aqui. Mas não condene a franquia e nem quem curte ela. Querendo ou não, os heróis americanos fabricados no Japão são também os grandes divulgadores do tokusats no ocidente e principalmente para a molecada de hoje. Eu mesmo comprovei isso num evento onde trabalhei recentemente.

Então se há algum inimigo nessa história, ele se chama Toei Company...


...e mais ninguém.


Tá cientificamente comprovado.


E como diria Bertoldo Brecha: Zefini, zefini. Tá na boca do Brasil e tá na boca do mundo.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Erased deixa escapar uma desculpa bizarra na reta final

O último encontro de Yashiro e seu aluno Satoru Fujinuma

O capítulo final de Erased foi ao ar nesta quinta (24). O anime é bem construído e envolvente. Agora a sua única falha está nos dois últimos episódios. É que o Professor Yashiro assumiu ser o autor dos crimes e passou a suspeitar que Satoru estava atrapalhando o seus planos vendo que ele praticamente previa os seus crimes antes de acontecerem. E nós sabemos bem o porquê. Satoru tem o poder de reviver o passado e sabia do que estava por vir. Só custou a acreditar que seu professor era o vilão. Coisa que qualquer espectador atento já suspeitava, apesar dele ter disfarçado muito bem.

Yashiro deteu o garoto afogando em seu carro. Por isso Satoru passou 15 anos em coma. Aí chegamos a tal falha. Yashiro estava com a faca e o queijo não mão. Ou seja, teve todo o tempo do mundo pra matar Satoru antes que ele recobrasse a consciência e agisse contra ele. Foi intragável a desculpa do roteiro em dizer que o próprio criminoso cuidou de seu algoz. A qualquer momento Yashiro poderia tramar a morte de Satoru debaixo dos panos e não o fez por piedade. Ou seja lá que sentimento passou por sua cabeça. Vai entender. Se fosse na vida real isso seria fato consumado, mas foi essa desculpa que manteve o protagonista vivo até aqui.

Apesar disso, o desfecho de Erased foi considerável. Frustrante mesmo é de não ver Satoru ao lado de Kayo Hinazuki. O rapaz fez estripulias pra salvá-la de todo o jeito e acabou não descolando a garota. Ela constituiu sua própria família e só. Me decepcionou um pouco. E ainda por cima, esse salto de 15 anos deixou uma lacuna enorme e os crimes poderiam ter sido solucionados lá mesmo no passado, em 1988, e poderia ser mais elaborado e instigante. Pena que se perdeu no caminho.

Bom, Erased foi um bom anime e me prendeu a atenção. O mangá original foi concluído e um gaiden será publicado a partir de junho. Vai demorar uns bocados pra ganhar uma adaptação em anime. Em tempo, foi lançado o filme live action da série nos cinemas do japão no último final de semana. Quem está estrelando é o ator Tatsuya Fujiwara, que protagonizou na versão cinematográfica de Death Note como Light Yagami e viveu o Shishio Makoto nos dois últimos filmes de Samurai X.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Toei não quer saber de investir tokusatsu em streamings oficiais. Isso vai ser um tiro no próprio pé

Distribuição internacional da Toei está bem restrita

No início da semana comentei por aqui sobre o ataque da Toei Company contra as fansubs brasileiras e disse que a empresa deveria investir no seu público que existe fora do Japão. Meu amigo Danilo Modolo explicou na edição desta quarta (22) do TokuDoc News (assista o vídeo aqui) que a nossa querida e amada "toda poderosa" mandou o servidor Mega fazer uma varredura para apagar todos os links de suas séries que lá estavam hospedadas. Isso por ser uma distribuição "ilegal" na visão comercial. Quando nada mais é que uma divulgação (considerando que tais títulos não possuem direitos no Brasil) feita de fã pra fã e sem fins lucrativos.

Tem mais. Segundo fontes ligadas às plataformas oficiais, há interesse sim de lançar tokusatsu como Kamen Rider e Super Sentai através dos serviços. A própria Crunchyroll, que é bastante transparente, já mencionou sobre isso numa entrevista recente. O impasse mesmo é a própria Toei que sequer faz questão de liberar suas próprias séries originais para o mercado internacional, pelo menos através destas novas mídias.

Que a Toei tem visão de boi, a gente já sabe de cor e salteado. Isso só confirma duas coisas que a gente suspeitava (ou sabia). Primeiro: a Toei se restringe apenas no público japonês. Segundo: Power Rangers está anos-luz de ser o problema (há quem ainda acredite nesse conto do vigário batido), quando na realidade é uma opção da própria empresa japonesa. Nada a ver com americanos e muito menos com o suposto "contrato".

O mais engraçado é que a outra divisão, a Toei Animation (da logo do gatinho), investe nos animes via streaming e com transmissão simultânea. No Brasil, por exemplo, temos legalmente séries como Digimon Adventure tri, Sailor Moon Crystal, Os Cavaleiros do Zodíaco (clássico, Hades, Omega e Alma de Ouro), etc. E daí fica a pergunta: qual o problema da Toei Company (da logo do triângulo) investir suas próprias séries de tokusatsu para fora do Japão? Medo? Represália? Não dá pra entender mesmo essa burocracia toda.

Por mais que gostemos de acompanhar suas séries, ela está fadada ao prejuízo que ela mesma está criando em sua volta. Quer dizer, a Toei está perdendo uma bela oportunidade da atual acensão dos streamings e de reconhecer sua popularidade no ocidente pra tentar um planejamento estratégico de expansão de mercado. Veja bem, do seu próprio mercado. Mal sabe ela que isso daria um retorno maior do que pode ser hoje.

Por outro lado, o fato valoriza ainda mais o esforço das fansubs. Ao contrário do que alguns pensam, não tenho nada contra elas. Sou a favor quando é feita uma divulgação de uma produção quando ela não é exibida num determinado local. O que eu critiquei em algumas ocasiões foi sobre algumas delas copiar materiais licenciados no Brasil - como é o exemplo das séries de Ultraman - e disse por A mais B que isso é prejuízo banal para o próprio mercado de tokusatsu que está para vingar no país. Mas fansubs foram feitas mesmo pra divulgar um material não licenciado, como é o caso das séries atuais/recentes de Sentai e Rider. E claro, jamais deixando de incentivar a audiência de uma série e filme de tokusatsu por meios oficiais. Quer seja dublado ou legendado.

Enfim, isso não quer dizer que a Toei Company vá proibir a exibição de suas séries exibidas no Brasil e em outros países, entenda. Por aqui a Sato Company detêm os direitos de tokusatsu como National Kid, Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya e Jiban. Nos EUA a Shout! Factory lançou Zyuranger, Dairanger e ainda vai lançar Kakuranger em DVD. Negociações com empresas locais como as citadas estão abertas, obviamente. A diferença é que a Toei não investe no novo e vai perder a potência do custo-benefício que os streamings oferecem com eficácia. Ou seja, nada de janela de uma hora entre o Japão e o ocidente.

Em contrapartida, a Tsuburaya está apostando forte com as Ultra Series e recebendo o retorno que ela merece. O único erro fatal dela foi em não liberar Ultraman Ginga/Ginga S para a América Latina. Ainda estou um tanto triste como fã de tokusatsu.

terça-feira, 22 de março de 2016

Faltam suspense e dinâmica em God Eater


Tudo bem que o anime tem uma arte belíssima - de deixar olhos marejados e diferente do que estamos acostumados. É baseado numa série de video games com o mesmo nome. Tem ação, violência, temática apocalíptica, monstros horrendos e tudo mais que um bom amante do gênero procura.

Só que God Eater tem um problema. A série é sisuda demais e seu desenvolvimento não é tão atraente assim a ponto de criar situações imprevisíveis. Não é tão surpreendente (com exceção de algumas cenas sangrentas). Tudo é muito arrastado e excessivamente triste que dá sono muitas vezes (isso se você deixa pra ver animes antes de ir pra cama).

God Eater gerou uma certa expectativa nos fãs. O anime sofreu um atraso no acabamento final da produção que levou a adiar a estreia em uma semana na temporada de verão do ano passado. Os últimos quatro episódios estão em exibição no Japão (no Brasil é transmitido gratuitamente via Daisuki) e eu esperava um diferencial nesta reta final. Algo mais frenético. Dá pra entender que é o clima da trama é assim mesmo, mas o anime poderia ter ousado mais em seus elementos. Tentou ser legal, mas não chega ao top 5 dos animes do último verão e deste inverno (japoneses).

segunda-feira, 21 de março de 2016

Em Dragon Ball Super, Frost vira um baita fiasco e deixa disputa contra Vegeta sem graça

Vegeta dando uma sova em Frost

Quando saiu o preview do episódio desde domingo (20) de Dragon Ball Super eu esperava uma luta mais arrebatadora entre Frost e Vegeta. Infelizmente nem chegou a metade disso. Vegeta socou a contraparte de Freeza para fora do ringue quando ele se mostrava mais ameaçador que o vencido vilão do Sétimo Universo.

Frost até tentou agir debaixo dos panos ao tentar roubar o prêmio do torneio, mas foi impedido com muita facilidade por Hit (que tinham combinado um plano entre eles). A luta entre o Saiyajin e o "Freeza" alternativo poderia ter durado até o final desse episódio. Pelo menos Magetta, ao que parece, vai dar um trabalho para o Príncipe dos Saiyajins. Assim espero.

Toei ataca fansubs e complica a divulgação de tokusatsu

Kamen Rider Ghost mais incerto do que nunca

A tokunet brasileira tomou um baque neste fim de semana com notificações da própria Toei Company contra links de séries de tokusatsu como Dobutsu Sentai Zyuohger e Kamen Rider Ghost. Ambas atualmente estão em exibição no Japão via TV Asahi. Até onde foi apurado, quatro fansubs brasileiras foram denunciadas pela "toda poderosa". O que é bem chato quando esta é a única alternativa que temos para acompanhar, visto que não há nenhum licenciamento de novas/recentes séries da Toei no Brasil (salvo alguns clássicos como National Kid, Jaspion, etc).

Por um lado dá pra entender o lado da Toei. Por outro é ruim pois a própria produtora investe apenas no mercado local e ainda não abriu um leque de opções para licenciamento mundial através de streamings oficiais. Coisa que a Tsuburaya vem fazendo no último ano e meio.

Mas fica uma perguntinha no ar: não seria melhor a Toei parar de restringir as séries Rider/Sentai e começar a investir em plataformas legalizados para facilitar e ampliar a divulgação de suas séries de tokusatsu? Só denunciar, mandar apagar links e manter seus títulos num iglu não resolve. Apesar destes meios serem alternativos, são suas maiores divulgadoras quando não há licenciamento. Tá na hora da Toei começar a investir nisso e fãs fora do Japão não faltam.

Apesar de ter uma posição neutra em relação à fansubs, eu me compadeço das mesmas, até porque acompanho Rider e Sentai através dos meios alternativos (e também fico prejudicado). Mas como fã que também apoia materiais licenciados, eu espero que a Toei repense as estratégias e um dia lance mais séries via streaming. Hoje em dia o simulcast tornou-se uma necessidade extrema pra quem quer acompanhar séries de anime, tokusatsu e J-dramas. Digo isso por experiência própria. Pois evita atrasos, ajuda o próprio mercado e o crescimento de audiência.

Falta essa proximidade do estúdio para com o público. Fato.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Revisitando os Ultra filmes no Brasil #3 - Ultraman Tiga: A Odisseia Final (2000)

A volta triunfal de Tiga nas telonas

Após uma fase onde a Tsuburaya tentava solidificar sua maior franquia, em setembro de 1996 surgia na TV japonesa a série Ultraman Tiga. Um acerto em cheio da produtora que conseguiu chamar atenção do público infanto juvenil com boas doses de drama, romance e suspense. O sucesso rendeu uma continuação direta - Ultraman Dyna (1997~98), que gerou um crossover com seu antecessor no cinema. Ambos os heróis voltariam mais tarde no filme de Ultraman Gaia (1998~99). Mas o público japonês queria mesmo era ver uma volta triunfal de Tiga e que não fosse apenas mais uma mera participação especial.

Seis meses depois do final de Gaia na emissora TBS, um novo filme da franquia foi lançado nos cinemas do Japão, em 11 de março de 2000. E desta vez era prometido algo digno da série do Guerreiro da Luz. Ultraman Tiga: A Odisseia Final se passa dois anos após o fim da série (portanto, algum tempo antes dos eventos de Ultraman Dyna). A equipe da GUTS fica ciente da identidade do gigante, que usou Daigo Madoka como hospedeiro. Agora o jovem está noivo de Rena Yanase, sua parceira de equipe, e os dois tentam levar uma vida comum longe das lutas contra monstros e seres espaciais.


A vilã Kamilla atormentado Daigo

O estopim da então nova aventura se dá quando a Capitã Iruma investiga ruínas da recém encontrada ilha Ruruie e descobre três estátuas que são da mesma linhagem do gigante de Tiga. Os três gigantes - Kamilla, Hyudra e Dahram - despertam e iniciam os seus planos de dominar a Terra com o poder das trevas. Daigo é a maior vítima, que por ser o hospedeiro de Tiga é atormentado por visões. Isso porque o gigante, outrora conhecido como Dark Tiga, é chamado para voltar a se aliar aos inimigos.

Ultraman Tiga: A Odisseia Final, além de agradar o público local da série de TV, serviu como desfecho da saga de um dos grandes heróis japoneses apresentados também na TV brasileira. E voltou em grande estilo, com os elementos que ajudaram a consagrar a série. Sem contar com a excelente trilha sonora de Tatsumi Yano. Afim de ligar a cronologia de Ultraman Dyna, os membros da futura Super GUTS aparecem para auxiliar os antigos oficiais. A última cena do filme é o ponto chave importante para a ligação das duas séries.

Não por se tratar de um filme de um herói exibido na Rede Record (que teve parcela de descaso com a série), mas A Odisseia Final é um dos melhores filmes de Ultraman já exibidos no Brasil. A Mundial Filmes tinha planos de levar esse mesmo longa para os cinemas brasileiros, apostando que Tiga tinha tudo para fazer sucesso e fazer por merecer uma popularidade que merecia. Mas infelizmente, a pedidos da apresentadora infantil Eliana (que dividia o espaço da atração em seu extinto programa), Ultraman Tiga saiu do ar no mesmo dia em que as fitas masters de Ultraman Dyna chegaram ao Brasil. O que causou desistência da licenciadora em investir no projeto (leia mais sobre o caso aqui). Tenho certeza que se a Record acreditasse no potencial de Ultraman Tiga, talvez esse filme ganhasse uma certa repercussão como aconteceu por lá com o primeiro filme do Arquivo X. Seja em lançamento nos cinemas, seja em numa exibição para a TV (que nunca aconteceu).


A equipe da Super GUTS, de Ultraman Dyna

Felizmente o elenco de dublagem de Dyna estava escalado antes da chegada do material vindo da Tsuburaya. E pudemos conferir esta formação neste filme e anos mais tarde também no filme Ultraman Tiga & Ultraman Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz (1998). Em 2006, o filme A Odisseia Final foi lançado em DVD pela Impact Records, junto com Ultraman: The Next (tema da próxima resenha desta seção). Ambas tiveram dublagem do estúdio carioca Áudio News, do dublador Marco "Yusuke Urameshi" Ribeiro, que havia trabalhado com a série de TV do Tiga. Eu destaco a interpretação de Miriam Ficher como Kamilla (em japonês se pronuncia em oxítona) que deu um tom que lembra um pouco vilãs de novela mexicana. E aqui não é um exagero. Quem acompanhou o clímax do filme, poderá entender a humilde comparação.

Ambos os filmes foram relançados em setembro de 2011 em DVD pela Focus Filmes, como inclusão de outros filmes de Ultraman até então inéditos no Brasil. Desde o dia 15 de dezembro de 2014, Ultraman Tiga: A Odisseia Final pode ser conferida pelos assinantes da Netflix junto com outros filmes dos heróis gigantes da Tsuburaya. Bom para comemorar os 50 anos de Ultraman, perfeito para comemorar as duas décadas do gigante de luz.

PS: Em virtude da semana santa, a próxima resenha sobre os filmes do Ultraman irá ao ar no dia 1 de abril. Schwatch!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Novo traje do Kamen Rider original fica desproporcional para Hiroshi Fujioka

Talvez você já tenha visto na internet as fotos do ator Hiroshi Fujioka vestindo o novo traje do Kamen Rider 1-gô (Ichigô). A vestimenta que será utilizada no filme solo do heróis nos 
cinemas japoneses em março que vem é diferente das anteriores (o Rider original teve dois visuais) e ficou mais, digamos, bombada para os padrões.

O real motivo na trama fica pro filme. Mas em parte dá pra perceber um bem curioso: o porte físico de Fujioka atualmente. O ator está com 70 anos, tem 1,80cm e está com o biotipo mais forte do que no tempo em que tinha 25 anos e atuava na como Takeshi Hongo na série original de 1971. Fujioka apareceu na coletiva de imprensa do novo filme comemorativo de aniversário do Kamen Rider vestido como o Ichigô (obviamente sem o capacete em uso) e mal dá pra ver o seu pescoço, como na foto ao lado. A impressão que fica é que o traje ficou exageradamente maior do que o próprio ator.

Bem, coisas inusitadas que acontecem em visuais de Rider e Sentai podem deixar uma boa ou má impressão à primeira vista. Mas logo logo o que vai interessar mesmo pra todos - ou pelo menos uma boa parte do público - é como a história vai se desenrolar. Particularmente espero que a Toei não faça nenhuma prezepada como vem fazendo em alguns de seus filmes. Embora isso seja mais provável e voltado para uma velha muleta chamada fanservice que só a "toda poderosa" sabe usar como ninguém.

De qualquer forma, vai ser legal ver o Fujioka em ação mais uma vez.

Suspeito de Erased era mais óbvio do que parecia

Quem acompanha o anime Erased deve ter ficado numa grande expectativa para saber quem está por trás dos assassinatos das crianças que chocaram o final da era Showa (isso na ficção). Não sei quanto a você, mas as minhas suspeitas eram bem óbvias.

Sempre suspeitei de Yashiro. Alguma intuição me dizia que ele era o assassino e digo os motivos. Ele sempre esteve próximo de Satoru Fujinuma e de sua mãe (que foi assassinada no tempo presente da trama). Além de sempre ser o primeiro a informar a ausência de Kayo Hinazuki quando não ia pra escola.

Yashiro era o tipo do cara que sabia demais e bonzinho demais para acobertar os seus planos. Por si só já dá pra levar muitas suspeitas. O vilão se revelou no episódio da semana passada de maneira, digamos, simples demais para os padrões. Deu pra acertar o bolão sem grande esforço. O grande furo de roteiro foi o fato de Fujinuma não ter prestado atenção (ou rejeitado) a possibilidade de Yashiro ser o suspeito. Sendo que seu nome estava na lista e passou despercebido pelo garoto (adulto). Bola fora.

Suspeitamos desde o princípio (Foto: Reprodução/Crunchyroll)



segunda-feira, 14 de março de 2016

A imprensa "otaku" pode sim vazar informação, desde que seja verídica

Mangá de Hokuto no Ken está confirmado no Brasil

Semana passada aconteceu algo meio inusitado na imprensa especializada e também a especulativa "otaku" (siga em frente, Mara, please). O site Jbox havia noticiado na última quinta sobre um possível lançamento do mangá Hokuto no Ken para o Brasil. A nota não havia divulgado o nome da editora que lançaria. Possivelmente não havia uma permissão pra tal. Quem tem, pelo menos, uma noção básica sobre jornalismo deve saber como funciona esse tipo de ética. O que não é muito diferente de outros portais sérios de outros segmentos (e que não deve ser confundido com "técnica de informações ocultas").

O negócio quase pegou no dia seguinte quando o blog Mais de Oito Mil especulou que a informação seria um "vazamento" do portal de notícias. Segundo o mesmo blog, "rolaram muitas críticas após essa revelação", pelo simples fato do Jbox ter noticiado. O Jbox respondeu através de sua coluna Editocrítica às tais reclamações.

Não digo que isso seja um "vazamento", até porque como disse acima, informações do tipo são comuns nesse e em outros segmentos, desde que haja permissão pra tal divulgação. Acredito que um portal de credibilidade não daria uma nota falsa ao léu pra se ganhar audiência. E como foi dito no editorial, tudo depende de pautas. Se há alguma informação verídica nos bastidores e há liberação para anunciar apenas o título em primeira mão, isso não é errado e não é motivo de mimimi. Muito pelo contrário, isso incentiva uma ou outra editora a ir atrás de outros títulos relacionados/semelhantes e isso pode criar uma concorrência massiva no mercado. O que na prática é muito bom e eleva os mangás em evidência.

Em tempo, segundo o portal de notícias da Crunchyroll, Hokuto no Ken deve ser confirmado até a data do evento Henshin+. Pelo visto isso está anos-luz de ser um boato. Melhor uma notícia com uma certa fidedignidade do que boatos furados que jamais se concretizam. E esta última opção já foi criticada em certas oportunidades aqui no blog.

sábado, 12 de março de 2016

Em novo novo arco de Digimon tri, Jo "brilha" como o personagem mais chato dos digiescolhidos

Jo chega à perfeição da chatice na nova saga

Assim como muitos fãs de Digimon, fiquei ansioso durante os últimos quatro meses pela estreia deste arco. "Ketsui" (Determinação), o mais novo arco de Digimon Adventure tri (crianças, não custa lembrar de novo, lê-se: "trái"; em inglês) tem um desenvolvimento longo e enfadonho. Tudo bem que um pouco de drama e momentos "kawaii" fazem parte da fase clássica. Só que em "Ketsui" a coisa ficou bem mais exagerada e a impressão é que a coisa andou por uma via parecida com alguma novela da Globo. O que deixou a qualidade aquém se comparado ao "Saikai" (Reunião), o arco anterior apresentado no final do ano passado.

Como as releases anunciaram, o foco esteve em Jo (Joe) e Mimi. Eu esperava mais da participação dos dois. Mimi se mostrou bem egoísta e precipitada num dado momento de risco. Mas quem se revelou o campeão da chatice foi Joe. Sério. Tipo, você espera um tempão por um arco empolgante e dá de cara com o dramalhão de Joe fugindo das batalhas para estudar. Tá certo que ele é esforçado, luta para um futuro melhor como adulto e tal. A indecisão de Jo foi tanta que isso se arrastou praticamente em todos os novos quatro episódios. Nem o Gomamon aguentou tamanha frescura de seu parceiro digiescolhido.

Pra quem esperava uma engrenada de deixar o espectador roendo unhas e babar o chão, vale a pena percorrer essa "via crucis" para assistir até o final. Todo o clímax perdido durante Ketsui foi compensado no último episódio lançado até o momento. Aliás, vale citar a volta dos rivais Leomon e Ogremon. Além do estranho retorno de um importante inimigo. Até agora foi mencionada sobre uma estranha força que está afetando dos Digimons e os influenciando para a invasão no mundo real. Mas o real motivo fica preso num gancho para os próximos episódios (previstos para o meio do ano). É bom prestar atenção em Meiccomon, pois aparentemente é um Digimon bobo/mimado, mas possui um potencial determinante para o que vem por aí.

Agora, fazendo justiça, Mimi e Jo são úteis quando ajudam Palmon e Gomamon, respectivamente, a alcançarem uma megaevolução de deixar qualquer fã de queixo caído. Vibrei mesmo foi com o golpe de um deles. Vocês saberão de qual estou falando quando assistirem. Outro dos poucos pontos positivos de "Ketsui" foi a nova versão da música "Seven", de Koji Wada, que entrou como o segundo tema de encerramento da série/filme. Demais.

PS: Curiosamente, até o fechamento deste post, um certa certa sub muito bem conhecida pela otakada ainda não pirateou os novos episódios. O que é ruim para quem (ainda) depende disso e bom para o novo mercado de animes. Quem assistiu em primeira mão via Crunchyroll só teve a ganhar. Os serviços oficiais estão aí (com preços irrisórios que até uma criança paga brincando) pra quem ainda está na "idade da pedra". Fica a dica amiga deste blogueiro e compare o custo-benefício. Depois não diga que eu não avisei, otakada.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Revisitando os Ultra filmes no Brasil #2 - Ultraman Gaia: A Batalha no Hiperespaço (1999)

Gaia em sua primeira aventura no cinema

Este pode ser tido como o filme mais infantil da Família Ultra a vir ao Brasil. Mas Ultraman Tiga, Ultraman Dyna & Ultraman Gaia: A Batalha no Hiperespaço pode ser encarado como um típico título de Sessão da Tarde. Não precisa o espectador saber tudo sobre a série Ultraman Gaia (1998~99) e muito menos de Ultraman para assistir. É simples e um tanto curioso para os padrões da franquia dos heróis gigantes.

+ Mordomo de Preto é uma digna adrenalina a ser prestigiada nos cinemas brasileiros

+ Revisitando os Ultra filmes no Brasil #1 - Ultraman Tiga & Ultraman Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz

A história começa quando Gamu Takayama - o alter-ego do herói - enfrenta seu próprio sósia, que revela ser o monstro Satanbizor. No momento ápice da batalha, a cena é interrompida e logo somos apresentados a uma realidade parecida com a nossa (de telespectador). O protagonista do filme é Tsutomu Shinsei, um pequeno estudante de dez anos que é fã dos Ultras, especialmente do Gaia (o então herói vigente, é claro). Um dia Tsutomu encontra uma esfera vermelha que lhe concede qualquer desejo. O garoto confia esse segredo para seu melhor amigo Yu Hirama e a novata Lisa Nanase.

A situação fica complicada quando a esfera é roubada por uns bad boys da escola e invocam o monstro Satanbizor para o "mundo real". Nesse momento Tsutomu se vê em desvantagem e faz o seu pedido: de conhecer Gamu Takayama, o Ultraman Gaia da série homônima da TV. Após salvar a cidade, uma série de anomalias e fenômenos paranormais ocorrem em volta das pessoas do convívio de Tsutomu, incluindo até mesmo o seu admirado herói.


Ultraman Gaia se passa em um multiverso diferente dos Showa Ultramen e de Tiga/Dyna. A concepção de multiverso se tornou uma característica de Ultraman anos depois com a série Ultraseven X (previsto para estrear no Brasil em 1 de abril pela Netflix) e do filme Ultraman Zero: A Vingança de Belial (disponível em home-vídeo e streaming). O filme é uma ideia do que talvez a Tsuburaya já planejava para as próximas produções. Gaia pode ser uma grande referência disso por ter o mesmo desejo de Guliver em querer viajar por diferentes mundos. Ponto mencionado no filme, inclusive. 

A Batalha no Hiperespaço procura unir a ficção com a realidade através de um simples desejo de uma criança em querer conhecer um herói da TV. Algo parecido vimos no tokusatsu nipo americano Big Bad Beetleborgs (versão americana de Juukou B-Fighter). Enfim, o filme diverte com situações cômicas. Consequências como uma enxurrada de crianças correr atrás de Gamu pedindo para que ele se transforme em Ultraman e coisas do tipo. Como todo filme escolar com criança, sempre tem um ou mais valentões que tocam o terror. O mesmo acontece aqui com o trio que invoca os monstros e que, sem perceber, acabam sendo dominados pelo poder das trevas. Não por isso, a esfera revela com o passar do tempo que é mais perigosa do que se pode imaginar e seu uso pode custar caro para a existência da humanidade.



Há pouca participação dos membros da XIG, e por incrível que pareça, acaba tendo uma significatividade para a motivação de Gamu na trama. Cenas de destruição são bem intensas, do jeito como deve ser sempre nos tokusatsus (com kaijus e muita maquete). A luta final de Gaia contra King of Mons é de deixar qualquer inveterado roendo unhas. Mas isso causou um problema de continuidade no filme. É que o Color Timer de Gaia pisca por mais de três minutos. A impressão que fica é que o tempo foi estendido no "melhor" estilo Akira Toriyama de contar histórias. A aparição de Ultraman Tiga e Ultraman Dyna ficou no fanservice, como era de se esperar. Foi legal vê-los em ação mais uma vez, ajudando o então novo herói da TV japonesa, mas não teve consistência alguma. Em outras palavras, foi mais um desejo de criança em momento crítico.

Apesar da boa intenção da Tsuburaya, o público não se agradou do tratamento de Tiga e Dyna no filme. Isso não tira de maneira nenhuma o mérito do enredo, que como falei acima, diverte. Além do mais, arrisco em dizer que pode ser visto como um filme para a família, especialmente ao remeter a referência ao lendário herói do passado que veio da Nebulosa M-78 para algum pai de família da velha guarda. Particularmente, apesar de não ser um dos melhores, A Batalha no Hiperespaço é um dos meus filmes favoritos do Ultraman.

Estreou nos cinemas japoneses em 6 de março de 1999. Mesmo se situando entre os episódios 26 e 27 da série de TV, o monstro Satanbizor aparece só depois do filme, mais precisamente no episódio 42.


Ultraman Tiga, Ultraman Dyna & Ultraman Gaia: A Batalha no Hiperespaço foi lançado em DVD nos EUA em maio de 2002. Os fãs brasileiros receberam o título em DVD pela Focus Filmes em 2011, através de um pacote de lançamento de outros filmes da Família Ultra. Foi o segundo filme de Ultraman a ser dublado pelo estúdio Dubrasil, do proprietário Hermes "Ultraman Dyna" Baroli.

Seu alter-ego não aparece no filme, mas trabalhou na direção de dublagem e interpretou o caça XIG Fighter e um policial abobalhado. Gamu/Ultraman Gaia foi interpretado por Fábio Lucindo, um velho conhecido do mundo dos animes como Ash Ketchium em Pokémon, Kuririn em Dragon Ball Z, Nagate em Knights of Sidonia, entre outros. Fábio voltaria a dublar o seu então novo herói de tokusatsu no filme Superior Ultraman 8 Brothers (que falarei em breve), assim como os respectivos dubladores de Ultraman.

Desde 15 de dezembro de 2014 o filme pode ser visto em streaming pela Netflix. Ainda sobre Ultraman Gaia, uma boa notícia para os fãs de tokusatsu no Brasil. É que a série de TV estreou em fevereiro no catálogo da Crunchyroll, inicialmente nas versões americana e britânica do serviço. A América Latina está na lista da Tsuburaya e a qualquer momento deste semestre a série vai pintar aqui no Brasil, junto com Ultraman Nexus. Enquanto a série de Gaia não chega em português, pode ser assistida aqui nas versões já mencionadas da Crunchy (confira as opções de idiomas no painel inferior do site). Não deixe de conferir os novos títulos de tokusatsu através dos serviços oficiais.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Frost é um guerreiro apelão e pode mudar o rumo de Dragon Ball Super

A contraparte de Freeza do Sexto Universo

O clima começa a esquentar em Dragon Ball Super com as ações de Frost. Mais conhecido como o "Freeza do Sexto Universo", ele conseguiu enganar a todos com o seu ar heroico de moço bom. Por si só mostra que é um adversário à altura de sua contraparte do Sétimo Universo, que foi morto duas vezes por Goku.

O Saiyajin perdeu de forma tosca que o deixou adormecido por uns instantes. Piccolo seria a próxima vítima, mas visivelmente lutou com mais vigor do que Goku. Em parte, a determinação do Namekuseijin se justifica pelo desejo em derrotar o oponente do outro time. Mas nem Goku nem Piccolo perceberam que Frost escondia uma carta na manga. Uma agulha sonífera em seu próprio corpo. O que é uma trapaça para as regras do torneio.

Frost é o inimigo que Dragon Ball Super precisava, por mais trapaceiro que seja, e sua atuação no episódio deste domingo (6) foi oito mil vezes melhor do que os remakes dos dois últimos filmes de Dragon Ball Z. Agora com a vitória de Piccolo renunciada, quem vai enfrentar Frost será Vegeta. Quem acompanha DB há longa data sabe que Vegeta não é de sossegar fácil quando se trata de uma boa luta e por si já deixa uma grande expectativa para o espectador. E não duvido se surgir uma brecha para Frost estragar o torneio e querer dominar os dois universos. Isso deverá ser bem divertido se assim acontecer.

Mordomo de Preto é uma digna adrenalina a ser prestigiada nos cinemas brasileiros

Mordomo de Preto está em cartaz no cinemas

A Sato Company está voltando a apostar no ramo de séries e filmes japoneses no mercado brasileiro. E uma dessas "fichas" que está sendo lançada atualmente é o filme Black Butler - O Mordomo de Preto (Kuroshitsuji em japonês; Black Butler na romanização oficial em inglês), que esteve em cartaz em março deste ano nos cinemas do Rio de Janeiro e passou por algumas mostras de cinema e arte. A partir do dia 23 de junho, o filme estreia nas cidades de Fortaleza, Recife e Salvador, como parte do Projeto Cinema de Arte, pela Rede Cinépolis. Outras capitais como João Pessoa e Natal devem receber o filme a partir do dia 30 do mesmo mês.

Baseado na série de mangá/anime da autora Yana Toboso, a produção conta com o cenário japonês do ano 2020 (originalmente se passa na Inglaterra, século XIX) e gira em torno de Genpô Shiori, também conhecida como a aristocrata Genpô Kiyoharu (Ayame Goriki), que teve seus pais assassinados e passou a assumir identidade masculina para liderar o posto da família. Afim de vingar a morte de seus país, Kiyoharu contrata o demônio Sebastian Michealis (Hiro Mizushima), que atua como seu mordomo fiel, em troca de sua alma.

O filme carrega elementos urbanos, empresariais e aborda o tema sobre máfia/terrorismo de forma apropriada. Kiyoharu e Sebastian são convocados para trabalhar numa investigação sobre uma organização criminosa que inicialmente vitima seus alvos com mumificação e passa a trabalhar com a fabricação de uma droga letal capaz de ameaçar a existência da humanidade. Tal caso pode ter alguma ligação com interesses pessoais no passado da família Genpô.

Mesmo para quem não é aficionado pela cultura pop japonesa, O Mordomo de Preto atrai atenção pelas suas sequencias de ação e uma elaborada linha investigativa que leva a várias pistas e surpreendentes revelações. Uma falha a ser apontada seria inclusão de diálogos em meio à plena linha de fogo. Mas esse detalhe é o menos importante e não chega a atrapalhar o desenrolar. Aliás, tais diálogos são imprescindíveis para acrescentar o teor do enredo. Com adrenalina e drama bem equilibrados, o longa passa rápido e deixa um gostinho de "quero mais".

Produzido pela Warner Bros., Mordomo de Preto estreou nos cinemas do Japão em 18 de janeiro de 2014 e contou com o excelente trabalho dos diretores Kentarô Ôtani e Keiichi Sato (este último trabalho em Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário). O astro principal é Hiro Mizushima, mais conhecido no universo tokusatsu como o Kamen Rider Kabuto da série homônima da Toei Company de 2006. Ele perdeu 5kg para interpretar o mordomo demoníaco. A produção marcou o seu retorno na mídia após 4 anos (devido à um desentendimento com a agência que o representava). Nesse tempo, Mizushima passou a dedicar sua carreira escrevendo para peças e roteiros. Vale reparar na interpretação de Mizushima  que deu um tom mais sarcástico e sombrio do que o famoso "Minha vó dizia que...".

A atriz Ayame Goriki também brilhou no meio tokusatsu na adaptação cinematográfica de Gatchaman, em 2013. Além da atriz Yuku, que surpreende no papel de tia de Shiori. Outro destaque vai para o ator Masatô Ibu (como Kuzo Shinpei) que já trabalhou em filmes de tokusatsu como Sukeban Deka, Godzilla vs. Megaguirus, Godzilla Final Wars, Tetsujin 28-gô e em alguns animes importantes como Patrulha Estrelar (1973) e The Ultraman (1979). Curiosamente o ator Ken Kaitô aparece diversas vezes em flashbacks e está no elenco principal da série Atelier (o primeiro J-drama original da Netflix).

Infelizmente, pelo menos para os mais insistentes, Mordomo de Preto não possui dublagem brasileira. O próprio licenciador Nelson Sato, em entrevista exclusiva ao portal Jbox, explica que teve problemas com este tipo de custeio (que é caro sim) e que tinha o desejo de inserir o áudio em português. Há de ser considerado o provável fator crise do qual o Brasil ainda enfrenta. Independente disso, não é desculpa de não prestigiar a produção que está e exibição oficial. Mordomo de Preto vale cada centavo. Quem sabe mais filmes japoneses possam ser evidenciados com o tempo. E é isso mesmo que a Sato Company pretende com um novo filão que inclui títulos como Garo, por exemplo. Se depender da boa vontade do público, claro.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Revisitando os Ultra filmes no Brasil #1 - Tiga & Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz (1998)

Dyna em sua primeira aparição no cinema

A partir de hoje, semanalmente às sextas-feiras deste semestre, apresentarei no blog esta seção especial. Postarei aqui resenhas sobre os filmes da Família Ultra lançados no Brasil em home-vídeo pela Focus Filmes e que muitos desses podem ser encontrados facilmente em streaming via Netflix. Nada melhor do que comemorar o aniversário de 50 anos do Ultraman comentando e divulgando esta maravilhosa franquia que vem me encantando há um certo tempo.

Começo falando sobre Ultraman Tiga & Ultraman Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz. O filme estreou nos cinemas do Japão em 14 de março de 1998, durante a exibição da série Ultraman Dyna na emissora japonesa TBS (a mesma que exibiu várias outras séries da franquia até meados dos anos 2000). Nos anos 90 a Tsuburaya lançou outros filmes de Ultra como Ultra Q The Movie: Legends of Stars (1990), Ultraman Zearth, Revive! Ultraman (ambos de 1996) e Ultraman Zearth 2: Superman Big Battle - Light and Shadow (1997). Mas este filme de Tiga & Dyna ajudou a vitalizar a franquia Ultra nos cinemas, assim como na TV.


O herói Asuka e sua parceira Mai

A história se passa entre os episódios 26 e 27. O filme começa quando a Super GUTS luta contra o monstro Geranda na Lua. Para ajudar a equipe (como sempre), aparece Ultraman Dyna que tem seus poderes resistidos pela criatura. Quando parecia não haver solução, Dyna é salvo por um navio de guerra espacial que desferiu um terrível feixe de luz contra Geranda. Ao voltar para a Terra, a Super GUTS se reúne na base secreta da ilha Coreomoes (que pode ser vista na série Ultraman Tiga) e descobre que o tal navio foi construído pela TPC. Batizado como Prometheus, a nave projetada pela Dra. Kisaragi possui uma devastador canhão chamado Neo-Maxima - que nem mesmo o Ultraman pode deter tamanha força. Seu potencial supera também os humanos, uma vez que sua força é gerada por ondas cerebrais. Apesar de sua arrogância, Shin Askua (o alter-ego de Dyna) teme o poder de Prometheus. Mas decide manter sua determinação de combate em defesa da Terra, uma vez que foi escolhido pela luz. 

No decorrer do filme, Geranda reaparece e luta contra Dyna. É nesse momento que Prometheus é tomado pelos Alien Monera que revelam possuir a mente de Kisaragi e transformam a nave no robô Deathfacer, aumentando o poder de prever os ataques do Ultraman. Derrotado pelos Monerianos, Asuka não tem outra escolha se não tentar descobrir como Tiga, o antigo gigante de luz, venceu a batalha final contra os monstros. Para isso, a Capitã Megumi Iruma reaparece e entra em ação contra o novo invasor.


Deathfacer, a terrível arma letal

Apesar do filme ter um pouco mais de uma hora, Tiga & Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz é um filme divertido. Não precisa acompanhar a série para assistir. É mais um filme de tokusatsu que não faz ligação direta com a exibição regular na TV, apesar de ser canônico. O filme tem momentos de tensão que exigem maior reflexão do herói como defensor da humanidade. Ao invés de ter a serenidade de Daigo Madoka - o hospedeiro de Tiga, Askua é temperamental e explosivo. Porém possui um senso de justiça elevado.

Metade do filme parece ser um episódio estendido de Dyna que apela (propositalmente) para uma sequencia de Tiga. O título chama atenção pela volta de um dos maiores e melhores heróis da história do tokusatsu. Durante o filme, há breves referências da luz de Ultra que ajudou na luta contra o mal no passado (Detalhe: os eventos de Ultraman Dyna começam cerca de dez anos após o final de Ultraman Tiga). A humanidade mais uma vez precisa ajudar a si mesma para que os Monerianos sejam dizimados.

Tiga aparece de uma forma triunfal. Melhor talvez impossível (a considerar as expectativas da época). Porém a luz revive apenas a figura do gigante de Tiga no momento de súplica. Infelizmente o ator Hiroshi Nagano não aparece para voltar a interpretar o alter ego de Tiga. Mas o restante do elenco fixo da série retorna num momento oportuno e especial, o que é simples e marcante para os mais nostálgicos. Tiga & Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz serviu não apenas como um mero crossover, mas também para acrescentar a mitologia daquele determinado multiverso futurístico distante dos Showa Ultramen (do original ao 80 [Eighty]).


A atriz Aya Sugimoto como Dra. Kisaragi e Rainha Beryl (de Sailor Moon)

A título de curiosidade, Hiroshi Tsuburaya, o falecido neto de Eiji Tsuburaya (o pai dos Ultras) e famoso por interpretar o Policial do Espaço Shaider (de 1984), aparece como o Staff Seiji Miyata. Um personagem secundário da série de TV que atua na alta cúpula da TPC. Tsuburaya aparece em toda a trilogia dos Heisei Ultramen (Tiga/Dyna/Gaia). Ainda sobre isso, tanto neste filme como na série Ultraman Dyna podemos ver o ator Joe Onodera - filho do saudoso mangaká Shotarô Ishinomori - como o oficial Tsutomu Nakajima. Onodera é um rosto conhecido de algumas séries clássicas da Toei exibidas no Brasil como Kamen Rider Black RX, por exemplo.

Outro destaque vai para a atriz e cantora Aya Sugimoto como Dra. Kisaragi. Ela é conhecida no mundo dos animes e dos tokusatsus nas versões live-action de Sailor Moon e Jigoku Shojo, respectivamente como Rainha Beryl e Hone Onna. Também trabalhou em Ultraman Cosmos 2: The Blue Planet e Kamen Rider W Forever: A to Z/The Gaia Memories of Fate. E Hironobu Kageyama (conhecido por cantar temas de abertura de Changeman e Dragon Ball) interpreta o tema principal do filme, "SHININ' ON LOVE". Kageyama também canta o segundo tema de encerramento da série de Dyna, "Ultra High", ainda como integrante da banda Lazy.


Em agosto de 2011, Ultraman Tiga & Ultraman Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz foi lançado no Brasil em DVD pela Focus Filmes, junto com o filme Ultraman Tiga & Ultraman Dyna & Ultraman Gaia: A Batalha no Hiperespaço (de 1999). Ambos os filmes foram lançados num pacote que trazia sete filmes (sendo cinco inéditos e mais dois relançamentos) de Ultraman durante o segundo semestre daquele ano. A dublagem ficou a cargo do competentíssimo estúdio Dubrasil, de Hermes "Seiya de Pégaso" Baroli, que é conhecida por unir elencos de dubladores de Rio e São Paulo. É preciso que se diga que Hermes originalmente estava escalado para fazer o papel de Asuka quando a Mundial Films planejava exibir a série televisiva de Dyna no Brasil. Na época ele passou uma temporada de três anos dublando no RJ. Aliás, não somente ele, mas a maioria dos dubladores dos demais membros da Super GUTS fariam os respectivos personagens na série (caso a dublagem fosse investida como era pra ser). Márcio Seixas, por exemplo, emprestaria sua voz para o Comandante Hibiki. Vale lembrar que o mesmo elenco de dublagem de Ultraman Dyna trabalhou anteriormente no filme Ultraman Tiga: A Odisseia Final, lançado por aqui em 2006 pela Impact Records.

O elenco original de dublagem de Ultraman Tiga também foi mantida. Porém, Luciana Baroli, que é relativamente nova na dublagem, interpretou Mai Midorikawa. Este é o seu segundo trabalho em tokusatsu. Seu primeiro papel foi da sacerdotisa Umi Sayonji em Ryukendo. Atualmente sua voz pode ser ouvida em Power Rangers Dino Charge como a vilão Poisandra. Além de outros trabalhos como no filme CG do Capitão Harlock, entre outros. Outro nome em destaque fica para Marli Bortoleto (a primeira eterna voz de Sailor Moon) como Kisaragi. Interessante é que apesar de Daigo não aparecer no filme, Eduardo Borgerth teve seu nome nos créditos de dublagem. Merecida homenagem. 

Ultraman Tiga & Ultraman Dyna: Os Guerreiros da Estrela da Luz pode ser assistido pelos assinantes da Netflix, onde está disponível desde 15 de dezembro de 2014. Um dos títulos oficiais de tokusatsu no Brasil nos últimos tempos (especialmente pra quem acha que não há opção do estilo no Brasil).