Qual seria o posicionamento de Clodovil sobre tolerância religiosa, caso estivesse vivo? (Foto: Divulgação) |
Antes de qualquer mal entendido que possa vir ao meu respeito, quero deixar bem claro que como cristão que sou tenho profundo respeito pelos homossexuais. Isso é um ato de cidadania do qual fui educado e, logicamente que, não implica em concordar ou discordar. Já tem algum tempo que muito se fala na mídia sobre preconceito contra os gays, mordaça gay, entre outras coisas pertinentes ao assunto na política brasileira. Particularmente, eu apenas observo e não entro em discussão. Embora eu tenha minha opinião pessoal formada.
Um dos famosos que está na bancada dos deputados federais atualmente, e que foi reeleito, atende pelo nome de Jean Wyllys, conhecido por vencer o Big Brother Brasil 5 (em 2005) e por ser ativista-militante das causas LGBT. Até aí, é algo que ele deveria buscar com mais respeito e pudor. Uma vez que ele vem brigando ferrenhamente contra os cristãos numa "guerra" política-religiosa através de ofensas - se formos ver entrevistas pelos quais passou. Nos últimos dias foi vítima de um boato virtual que afirmava que o mesmo teria sido escolhido pela Presidente Dilma Rousseff para representar a juventude e que ele teria dito que "a Bíblia é uma piada". Nenhuma fonte oficial comprova isso de fato.
Se analisarmos melhor e calmamente, falta para Wyllys um referencial, que também era homossexual assumido e não fazia guerra, apesar de polêmico. O saudoso Clodovil Hernandes, que era apresentador de TV e deputado federal, mesmo tendo sido homossexual era contra certos princípios exagerados defendidos por tais movimentos e passeatas. Coisa que ele mesmo já declarou em rede nacional e jamais foi atacado ou acusado de homofobia - em vida - por aqueles que tem a mesma opção sexual que ele tinha. Aliás, há um fato curioso que envolvia os dois deputados. Em uma entrevista que Wyllys deu no início de seu atual mandato, ele havia dito que Clodovil tinha uma "homofobia internalizada". Isso por ele ter sido contra o movimento e nunca ter levado o assunto para a tribuna. Ou seja, houve uma rara contradição de um gay chamar outro gay de homofóbico. Clodovil estava no direito que lhe assistia para expressar sua opinião, sem ofender ninguém. Era a sua maneira de debochar e brincar com sua própria situação, como qualquer brasileiro faz ao satirizar com alguma determinada situação específica.
Opiniões pessoais à parte, eu fico analisando as notícias e pensando o seguinte: Se Clodovil ainda estivesse vivo, seria ele um exemplo a ser seguido e espelhado por Wyllys ou seria ele um empecilho para o ativista, na possibilidade do estilista defender as legítimas causas dos costumes tradicionais da família? Veja bem: uma coisa é a sexualidade de cada pessoa. O que jamais vou discutir isso aqui e nem em lugar nenhum, e não é o teor deste post. Outra coisa seria o posicionamento ético de cada pessoa. Se fizermos um rápido balanço dos dois deputados gays citados, veremos uma distância enorme de compromissos e valores entre ambos, quando os assuntos são família e religião.
Sobre Clodovil, ele era gay, respeitava a moral familiar, tinha sua crença particular em Deus, e já recebeu cristãos em seus programas de TV. A mais memorável foi quando ele recebeu a garota Ana Carolina Dias (que na época foi terrivelmente chamada na internet de "Menina Pastora Louca") no extinto A Casa É Sua, da RedeTV!, e foi carinhosamente chamado por ela de "Tio Clodovil". Como ninguém é perfeito, sobrava umas polêmicas de sua parte, como por exemplo no dia em que chamou a deputada Cida Diogo de "feia". Sobre Jean, começou humilde na TV, teve um certo destaque, apresentou um programa chamado Amigas Invisíveis na Rádio Globo, e só passou a ganhar repúdio dos cristãos quando resolveu trocar farpas com representantes evangélicos, por eles não irem de encontro aos seus ideais pessoais.
O deputado Wyllys está certo em defender a causa dos homossexuais? Se tratando de cidadania, sim. Mas o erro dele está na forma de militar ao fazer imposições radicais quanto a isso. O que o mesmo esquece é que todo cristão, ou qualquer membro de outra denominação religiosa, está amparado pela Lei 7.716, garantida na Constituição Federal. Entre demais ângulos gerais, os cristãos não tem ódio ou preconceito contra os gays. Se há preconceito de algum, este não é cristão ou Cristo não está nele. Por outro lado, vamos nos indagar o seguinte: os manifestantes de tais movimentos não deveriam ter uma ponderação quanto ao respeito ao próximo? Se eles querem ter respeito, ok. É direito deles e garantido por lei como para qualquer cidadão brasileiro. Não há mais o que acrescentar e discutir. Já podíamos encerrar o assunto por aqui. Mas precisa ferir símbolos, imagens, santos religiosos e até mesmo a Bíblia Sagrada e a santidade do Senhor Jesus Cristo pra dizer que merecem respeito? Não é por aí. Falando como cristão, tenho liberdade religiosa de crença, mas estaria errado se eu fizesse imposição de minha fé para que outros sejam "obrigados" a crer nela. Isso é ferir a liberdade de expressão do próximo. Concordam? Eu tomo por exemplo a Marcha das Vadias que foi realizada no ano passado durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Lá quebraram imagens e fizeram todos os tipos de sacrilégios que chegam a serem indescritíveis. Então, foi um "combate" ao preconceito usado por outro preconceito pior. Aí é uma situação constrangedora onde o direito de um começa quando termina de outro.
Ambos os lados merecem respeito e esse "estopim de guerra" é totalmente desnecessário para a nossa nação. Há muito o que ser discutido e debatido para rever os valores e outros problemas a serem resolvidos com urgência. E acredito que Clodovil defenderia a liberdade de expressão entre ambas as partes e acharia esta rixa um absurdo e ridícula demais para ser levantada como vem sendo após a sua morte. Ou ele estaria errado e seria preconceituosamente tachado de homofóbico, sendo que o mesmo era gay? É preciso que se diga que há homossexuais em nosso país que são contra a libertinagem promovida por estes movimentos, e estes mesmos homossexuais buscam suas dignidades de cidadania de forma pacífica e não-agressiva/apelativa.
Não sou lá um grande fã do Clodovil, mas sempre o admirei pela seriedade e inteligência que ele tinha quanto à certas realidades no Brasil. É um camarada que faz falta, tanto na mídia quanto na política. Como parlamentar, criou leis sérias como a obrigatoriedade de divulgação antecipada de materiais escolares para matrículas, criação do Dia da Mãe Adotiva (homenagem à sua mãe adotiva) e a menção do elenco de dublagem nos créditos finais de obras audiovisuais referentes. Se ainda estivesse vivo e fosse eleito, acredito que ele criaria leis de maior relevância para a sociedade e seria um grande trunfo na Câmara dos Deputados Federais. Clodovil tinha bons programas na TV e isso é incontestável. E era impossível de não rir de algumas polêmicas que ele fazia com seu jeitão independente e escrachado. Um dia ele até calçou - forçadamente - as tais Sandálias da Humildade, do pessoal do Pânico. Lembram? Mas em toda a sua vida pública nunca bateu de frente contra religião alguma, embora sempre houvesse divergências eclesiásticas.
Isso é o que falta em Jean Wyllys. Além da humildade, ele precisa ter paciência e flexibilidade e ser mais tranquilo e menos extremista para chegar num diálogo pacífico e sem desavenças, onde o cidadão cristão e cidadão homossexual sejam respeitados civilizadamente e não haja baixaria gratuita. Uma coisa é opinar e outra é fazer acepção de pessoas.
Direitos iguais para todos. Isto chama-se democracia.
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