Anitta estará na noite de estreia do musical (Foto: Divulgação/Viva) |
Olha, eu não tenho costume de acompanhar muitos programas de auditório da atualidade ou de ficar comentando sobre eles. Mas no caso do Globo de Ouro, é diferente. Ainda mais se tratando de um revival de um renomado programa musical que vem aí em novembro. A gente conhece o título (não confundam com o prêmio Golden Globe, ok?) pela nostalgia e pelo conteúdo das boas atrações musicais que tinham nos anos 70 e 80. Claro que aqui acolá podia-se encontrar umas atrações cabulosas, mas o grosso desse núcleo trash da música brasileira da época ficava a cargo de programas como Cassino do Chacrinha e do Clube do Bolinha, por exemplo.
A verdade é que o Globo de Ouro tinha muito mais atrações bacanas e de qualidade, porque o cenário musical era ocupado principalmente por uma época onde vivemos tempos marcantes/apaixonantes e de grande importância da Música Popular Brasileira. Quanto ao Globo de Ouro Palco Viva, desde que foi anunciado senti uma grande temorosidade pela possibilidade de haver uma mistura de certas atrações atuais junto com as atrações da época do programa original da Rede Globo. A desconfiança é tanta que já comentei algumas vezes aqui no blog.
Claro que não dá pra generalizar. Afinal a atual música nacional tem umas boas atrações - ainda - como Ana Carolina e Maria Rita. Isso pra citar algumas das poucas atrações de renome que pisaram lá nas gravações do palco. Mas também tem muita atração ruim no repertório atual. Daí então seremos obrigados a ver Anitta na primeira noite do programa cantando o terrível "Show das Poderosas", Emicida com "Malandro é Malandro", Gaby Amarantos com "Ex My Love", Lucas Lucco com "Mozão", Valesca Popozuda com seu insuportável "Beijinho no Ombro", e até a banda Psirico com (o terrível single vindo do inferno chamado) "Lepo, Lepo".
Tem muita mistura trash da atualidade. Senti falta de bons cantores desta década e da anterior também, como Jorge Vercilo, Seu Jorge, dentre outros. Se é pra escrachar, deveriam ter feito um Globo de Ouro só pro pessoal do "mundo obscuro" da Música Brasileira. Ou melhor não ter tido nada disso. Sinceramente, não sei porque ou qual a intenção de colocar atrações gabaritadas como Byafra, Djavan, Fafá de Belém, Hyldon, Kátia, Sandra de Sá no meio de tanta gente que taí só pra fazer fama passageira e que nunca mais será lembrada em décadas futuras. O nível dos cantores antigos é incomparavelmente melhor, mais nostálgico e perpetuável do que muita porcaria que aparece pra entupir as veias das rádios brasileiras.
De uma coisa temos que ter certeza e com os pés no chão: o novo Globo de Ouro tem, pelo menos, 50% pra dar certo e outros 50% pra ser um fiasco. Quando vierem os cantores que cresci e aprendi a admirar desde a infância, vou curtir bastante porque eles estão lá depois de tanto tempo e tem mais é que serem lembrados mesmo. Por outro lado, vou assistir com um certo desdém e com a impressão de que há um desconexo temporal de qualidade que vai embolar tudo duma vez em dez noites de programação.
Talvez melhor que tivessem somente as atrações originais de volta ou o programa deveria ficar apenas nas reprises nos fins de semana do Canal Viva.
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