sexta-feira, 6 de maio de 2016

Revisitando os Ultra filmes no Brasil #7 - Mega Batalha na Galáxia Ultra (2009)

Os líderes supremos da Família Ultra

Quem acompanhou o desenrolar do tokusatsu no Japão em 2009 (o Brasil também teve novidades interessantes em paralelo), sabe que Kamen Rider rendeu duas séries que deram o que falar. Em 12 de dezembro daquele ano foi lançado nos cinemas o filme Kamen Rider × Kamen Rider W & Decade: Movie Taisen 2010. O crossover entre o(s) Rider(s) vigente(s) e o antecessor. Justamente naquele mesmo sábado surgia um filme "concorrente" à altura.

Ultraman: O Filme - Mega Batalha na Galáxia Ultra foi uma produção importante em vários parâmetros da Tsuburaya. Primeiro de tudo é que esta foi bancada e distribuída pela filial local da Warner Bros., complementou o segredo da Família Ultra e lançou mais um membro dela: Ultraman Zero. Ele é nada mais e nada menos que o filho do lendário Ultraseven (não me pergunte quem é a mãe, por favor!) e foi um dos queridinhos da franquia nos anos recentes. Até mesmo para quem não curte a franquia e prefere o eixo Rider/Sentai (da Toei).

O crossover pode servir como uma sequencia das séries Ultra Galaxy Mega Monster Battle (2007-08) e Ultra Galaxy Mega Monster Battle: Never Ending Odyssey (2008-09), respectivamente as 24ª e 25ª Ultra Series. Para quem não sabe, estas produções (de 13 episódios cada) contam como o humano Rei que herdou poderes do diabólico Alien Reiblood e se tornou o herói Reimon, ao lado do monstrão Gomora. Rei viajava pelo universo com seus colegas da equipe ZAP SPACY.


Belial em seu primeiro ataque contra os Guerreiros Ultra após sua prisão

Após sua redenção, Rei é procurado por Ultraman Mebius para ajudá-lo na luta contra Ultraman Belial. Um rebelde que no passado tentou roubar o Plasma Spark, sol artificial criado pelos ancestrais da Terra da Luz como fonte de sobrevivência, para obter grande poder. Após escapar da prisão, Belial apoderou-se da arma Giga Battle Nizer que tem o poder de controlar até cem monstros.

Mega Batalha na Galáxia Ultra pode não surpreender tanto em roteiro, mas consegue chamar atenção por alguns motivos específicos. A excelente superprodução utilizou cenários em CGI (imagem gerada por computador) que dispensou as tradicionais maquetes de combate (o que nada diminui os velhos cenários que até hoje ajudam os recursos de produções de tokusatsu); Diverte em sequencias de combate que tiveram mais desenvoltura e um toque de "realismo". Ou melhor, um toque do diretor Koichi Sakamoto que é impecável em seus trabalhos, como sempre.

A introdução de Ultraman Zero é interessante. Filho de Seven, passou a ser treinado por Ultraman Leo, que outrora foi treinado pelo pai de seu aluno. Zero tem um motivo especial para passar pelo treinamento. Mas sua relação de pai e filho não passou de algo superficial na história. Quem assistiu deve saber do que estou falando. Enfim, sua primeira batalha foi triunfal. O então caçula da Família dos gigantes prateados caiu no gosto do público e rendeu uma continuação no ano seguinte nos cinemas, sem contar outros Gaidens direto-para-vídeo. Ah, Mega Batalha na Galáxia Ultra tem uma participação meio inusitada de Shin Asuka/Ultraman Dyna (que está loiro!). Sabe-se que ele é um Ultra vindo de outra cronologia (multiverso). Apesar de parecer dispensável, o fanservice valeu simplesmente por conta do carisma do herói.


Ultraman King e Astra, o irmão de Leo

O filmaço teve uma disputa acirrada na primeira semana no Japão. Não só pelo filme de fim de ano dos Kamen Riders como citei acima, mas também por conta das estreias dos filmes One Piece Film: Strong World e Patrulha Estrelar: Ressurection que também estrearam na mesma data. Fato que deixou o público indeciso na hora de escolher o que assistir primeiro. O filme faturou $6.161.665 e se tornou a segunda maior bilheteria de Ultraman, perdendo apenas para Superior Ultraman 8 Brothers.

Retornaram os atores Shota Minami (Rei/Reimon) e o restante do elenco de Ultra Galaxy. Além dos veteranos Susumu Kurobe (Hayata/Ultraman), Kohji Moritsugu (Dan/Seven), Takeshi Tsuruno (Asuka/Dyna), Shunji Igarashi (Mirai/Mebius). Participaram apenas na dublagem original outros nomes como Jiro Dan (Jack), Keiji Takamine (Ace), Ryu Manatsu (Leo) - retornando aos papéis de origem. O destaque principal - e mais curioso ainda - fica para a atuação do Então Primeiro Ministro Junichirô Koizumi, que emprestou sua voz para o lendário Ultraman King. E não posso esquecer de Mamoru Miyano, que imortalizou sua voz como Ultraman Zero. O talentosíssimo seiyu (dublador) é famoso no Japão por personagens de animes como Light Yagami (Death Note), Cinque Izumi (Dog Days), Berg Katze (Gatchamen Crowds), entre outros e mais algumas participações em outros tokusatsus como Exceedraft (ainda criança) e Kyoryuger.


Mega Batalha na Galáxia Ultra foi o último dos sete primeiros filmes (todos resenhados aqui no blog) a ser lançado direto-para-DVD no Brasil durante todo o segundo semestre de 2011 através de um pacote da Focus Filmes. Por sua vez, este foi o primeiro Ultra filme a ser comercializado também em Blu-ray. Todos com áudios nas versões original e brasileira. O mesmo foi exibido no Canal Max (do grupo HBO), estreando na noite de 6 de fevereiro de 2014, apenas com áudio em japonês e legendas em português. Está disponível via streaming pela Netflix desde 15 de dezembro ao lado de mais seis filmes da franquia.

A dublagem foi realizada mais uma vez pela Dubrasil (de Sampa) em parceria com a Rio Sound (do Rio, óbvio). Retornam aos trabalhos em seus respectivos papéis: Márcio Simões (Hayata/Ultraman), Celso Vasconcelos (Dan/Seven), Orlando Viggiani (Ace), Hermes Baroli (Asuka/Dyna), Rodrigo Andreatto (Mirai/Mebius). O saudoso Ionei Silva não retornou para emprestar sua voz para o Ultraman Jack, sendo substituído pelo também falecido Hamilton Ricardo. Ricardo dublou também Hyuga (o comandante da ZAP SPACY). Silvio Giraldi (Dan o Rei Hiba em Shurato) volta a dublar Ultraman Tarô e com mais vigor do que em sua última participação, que foi curtinha. Também dublou o Ultraman 80 (Eighty).

Alfredo Rollo atuou como Ultraman Zero e tentou não ser como Vegeta (de Dragon Ball Z), embora a interpretação lembrasse e divertisse assim como o Príncipe dos Saiyajins. Outros dubladores em destaque são Gilberto Baroli (Saga de Gêmeos em Cavaleiros) como o Pai de Ultra (Ken); Cristina Rodrigues (Pink Flash no tokusatsu Flashman) como a Mãe de Ultra (Marie); Felipe Zilse (Haruto de Lobo em Os Cavaleiros do Zodíaco Omega) como Rei/Reimon; e Nestor Chiesse (Hypnos em Cavaleiros - saga de Hades) como Ultraman Leo. Agora, estranha foi a interpretação de Antônio Natal como Ultraman King, ao contrário da versão japonesa, as falas ficaram arrastadas. Muito esquisito.

PS: A próxima resenha dos filmes do Ultraman fica para daqui a duas semanas, no dia 20 de maio. Na próxima sexta teremos mais um anime aniversariante da Manchete. Até a próxima, amiguinhos.

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