Kamen Rider original ao lado de Ghost e Specter |
Caiu na rede há alguns dias o filme do Kamen Rider 1-gô (leia: Kamen Rider "Ichigô"), que esteve em exibição originalmente nas salas de cinema do Japão em março passado. Este é o nono filme do lendário herói criado pelo falecido mangaká Shotarô Ishinomori e serviu de comemoração aos 45 anos da franquia produzida pela Toei Company.
O veterano ator Hiroshi Fujioka está de volta ao papel de Takeshi Hongo, o alter-ego do primeiro motoqueiro mascarado. Durante a primeira fase nos anos 70 ele esteve atuando na série original e em mais 6 filmes, além de participar do final de Kamen Rider Stronger ao lado de outros atores principais. Em 2011, Fujioka teve uma participação significativa no fiasco longa OOO, Den-O, All Riders: Let's Go Kamen Riders, apenas dublando Ichigô. Voltou a encarnar Hongo em 2014 no filme Heisei Rider vs. Showa Rider: Kamen Rider Taisen feat. Super Sentai, outro filme caça-níquel da Toei que deu o que falar.
Após um período tomado por dispensáveis fanservices e em tempos onde a Tsuburaya está em alta com os 50 anos de Ultraman, a Toei conseguiu fazer uma homenagem de respeito ao Rider pioneiro. Apesar do título, o filme conta com o elenco do então vigente Kamen Rider Ghost.
Na trama, a organização Shocker está de volta (perdi a conta que vez foi essa) para sequestrar Mayu, neta de Tobei Tachibana, personagem importante das primeiras séries Kamen Rider (interpretado pelo falecido ator Akiji Kobayashi), que possui uma força oculta. Takeshi reaparece para protegê-la e conta com a ajuda de Takeru Tankiju (Shun Nishime) e seus amigos. Durante o filme a Shocker passa por uma divisão. Uma nova tropa alto-intitulada Shocker Nova Co., Ltd pretende dominar a economia mundial. Por outro lado, há a ambição de ressuscitar o Embaixador do Inferno (Jigoku-taishi), o clássico vilão da série original. Sem contar com uma estranha ligação entre um misterioso Ganma e o Eyecon de Alexandre o Grande que carrega um poder escomunal.
Kamen Rider 1-gô (o filme) mostra Takeshi debilitado pelo tempo e pelas batalhas travadas no passado. O herói se vê dividido entre continuar lutando para defender a humanidade ou proteger o sorriso da neta de seu mestre. A história é tomada pelo drama e boas doses de ação a la Steven Seagal. Nessas vemos como Fujioka está em plena forma aos 70 anos de idade. No clímax um tom de tristeza e despedida que mexe com o espectador. Os Riders Ghost e Specter utilizam Eyecons dos Neo-Heisei Riders anteriores (De Double ao Drive). Apesar do fanservice, isso não atrapalha o filme.
Infelizmente a atriz Nao Nagasawa (de Hurricaneger) não convence tanto como Eagla. Ela se saiu melhor num papel do tipo em Ultraman Max como a filha do famoso alienígena Zetton, mas a impressão é que ela não conseguiu captar a maldade da Shocker desta vez. Ao menos suas cenas em combate a salvaram. Já os vilões Wolga e Buffal foram interpretados respectivamente por Tsuyoshi Abe e Kozo Takeda. O primeiro é conhecido pelo público dos J-dramas e o segundo é um ex-peso meio-médio de kickboxer da fundação K-1. Ren Osugi volta reprisa o papel do Embaixador do Inferno. Ele esteve no filme Kamen Rider Decade: All Rider vs. Dai Shocker, de 2009. O ator que viveu o vilão na série de 1971 foi Kenji Ushio e morreu em setembro de 1993 aos 68 anos.
Não há uma explicação sobre a mudança de traje do Kamen Rider original. A explicação mais adequada é para o atual porte físico de Fujioka, que tem 1,80 cm. Fujioka apareceu apenas uma vez com o novo traje e sem o capacete numa coletiva de imprensa do filme. Não ficaria bem na tela. Bom, a mudança de visual é o que menos importa. Se você procura algo novo pra comemorar os 45 anos de Kamen Rider, o filme do Ichigô não te deixa na mão. É um acerto e tanto da nossa querida "toda-poderosa".
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