sexta-feira, 24 de março de 2017

Power Rangers supera o conceito da série clássica com primazia no cinema

Os Power Rangers da telona entram em ação (Foto: Divulgação)

Houve tempos em que dizer que Power Rangers é "coisa de criança" tinha ficado pra trás e com quem realmente não acompanhou a história da franquia ao longo destas últimas duas décadas. Afinal, algumas temporadas tinham enredos mais sérios e que aproximavam o público jovem e adulto. Porém, este novo filme, que traz uma releitura da saga dos heróis da fictícia cidade de Alameda dos Anjos, é um marco que ultrapassa o modo de criar enredo de produções tokusatsu nipo-americanos e até mesmo as tradicionais séries Super Sentai. Assim, contando um novo começo para os fãs e também para leigos. E tudo isso sem abandonar a sua essência.

O terceiro filme de Power Rangers cria um novo universo à parte do que conhecemos. Se você é do tipo saudosista e costuma se prender ao passado, pode parar aí mesmo ou dar uma chance a uma nova versão dos adolescentes. Diferente do padrão das séries tokusatsu em geral, onde os protagonistas tomam responsabilidade e assumem seus codinomes praticamente no começo de tudo, o reboot mostra a evolução dos personagens e o caminho que eles trilham até merecer o título de Ranger.

Ao contrário do que vimos nos anos 90 em Mighty Morphin Power Rangers, temos um Jason penalizado por delinquência (quase um James Dean da era moderna), uma Kimberly revoltada, um Zack sarcástico, uma Trini solitária e um Billy que rouba várias cenas com um ótimo alívio cômico. Um dias eles encontram as moedas do poder que lhe concedem superpoderes. Tudo é uma novidade para os adolescentes que acabam descobrindo uma nave soterrada onde vive o robô Alpha 5 e o mentor Zordon. Aqui os heróis não são "imaculados" ou de bom exemplo a serem seguidos como na TV, pelo menos na introdução. A releitura de Jason e cia é composta por rebeldes, em sua maioria. Nenhum deles se conhecem e a união do quinteto é natural, ao mesmo tempo que destinada para um propósito maior. Cada um carrega seus próprios conflitos e imperfeições e, para se tornarem Power Rangers, eles tem de superar as dificuldades. Eles são obrigados a passar por um treinamento para adquirir os poderes. É bom que se diga que esse elemento é um pilar das séries japonesas de super-heróis, que enfatizam os desafios a serem provados.

A primeira hora do filme é primordial para explicar quem são os Power Rangers, de onde veio Zordon, o drama dos heróis, etc. Tudo nos mínimos detalhes. Logo sentimos o clima sombrio que vai tomando mais cor conforme as revelações vão aparecendo. Nem é preciso ter tanta pressa pra vê-los em ação, pois tudo acontece no devido momento. As lutas são rápidas, porém mostram toda versatilidade das armaduras. Ao pilotar os Zords, os Rangers ficam com o rosto à mostra, dando mais expressividade ao heróis.

Outra diferença está em Zordon que, ao invés de confiar no potencial de cada jovem, é mais rigoroso. Seu passado é o estopim que liga à vilã Rita Repulsa. Tanto o grande Bryan Cranston (de Breaking Bad) quando a competentíssima Elizabeth Banks (dos filmes Jogos Vorazes) transmitiram uma nova aura aos respectivos personagens.

Muitas surpresas estão garantidas, com direito a uma velha trilha sonora tocando mais uma vez e levando o público ao delírio. Há breves referências à uma outra temporada clássica de Power Rangers e até mesmo ao Zyuranger (série Super Sentai que deu origem à franquia da Saban). Coisas que só os velhos fãs sacam na hora. Durante o filme temos participações de dois rostos conhecidos e bem queridos pelo público.

Se você ainda não assistiu ao novo Power Rangers, vá sem medo que a diversão está garantida. A nova versão é acima do nível morfenomenal, vale cada centavo e é digno de bis. A Lionsgate fez um belíssimo trabalho, sob a direção de Dean Israelite, que vai ficar marcada na memória. Ah, não saia da sala sem antes ver a cena pós-créditos. O gancho para uma possível continuação (de uma sequencia pretendida para seis filmes) está imperdível.

Um comentário:

  1. "Penalizado por delinquência " é um grande eufemismo para uma cena de
    extremo mau gosto que implica em abuso de animais(lembrando que já
    há várias crianças nas filas dos cinemas).E não sei como alguém
    pode achar que aquelas lutas 100% digitais e artificiais e o megazord
    imitando certos filmes ruims de Michael Bay sejam fiéis ao espirito
    dos sentais.Eaae fim de semana vou estar vendo Dino Charge e
    Time Force no Netflix e Changeman no canal da Sato e ganho muito
    mais com isso.

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