quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Kamen Rider Black continua sendo o mistério dos mistérios do tokusatsu no Brasil

Black ainda incerto no Brasil

Você deve ter visto a última parte da entrevista do sr. Nelson Sato para o site Jbox que saiu nesta semana. Lá, o dono da Sato Company esclareceu pontos bem interessantes sobre os títulos que ele está licenciando para o Brasil. A mais esperada dos últimos seis meses, sem dúvida alguma, é quanto aos tokusatsus na NetflixSato confirmou os lançamentos de seis títulos do segmento: Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya, Jiban e National Kid. Além de Garo que será o mais novo título inédito (ao lado das Ultra Series via streaming).

Infelizmente Kamen Rider Black continua sem espaço e não passará para a plataforma, pelo menos não neste momento. Segundo o empresário, houve uma "surpresa" que fez com que ele não conseguisse adquirir os direitos da série. Tal imprevisto não foi especificado. Talvez Sato não esteja autorizado para dizer o que aconteceu. São coisas que acontecem nos tramites de licenciamento que a gente tenta entender o motivo e ficam na incógnita. Isso arrasta o Kamen Rider para mais um mistério sobre sua falta de espaço no Brasil.

Há alguns anos, a Focus Filmes havia divulgado que pretendia lançar a série em DVD. Mas ficou na promessa até a empresa de home-vídeo dizer que não lançou por "medo da pirataria". Uma afirmação vaga, diga-se. Supõe-se que a série tenha sido adquirida por outra empresa, mas por ora isso não passa de boato. Nada confirmado oficialmente. Pelo visto, o sonho de muitos de nós em ver o final de Black dublado ainda é longínquo.

Ainda na entrevista, o sr. Sato falou sobre a volta de Doraemon no Brasil e sua vontade de distribuir produtos do mascote mais famoso do Japão. Pra quem não sabe, os primeiros 26 episódios da atual versão (de 2005) estão disponíveis na Netflix. Aliás, a versão brasileira é excelente e uma das mais bem feitas por estas bandas. Doraemon merece uma nova chance e torço pra que dê certo.

Outro ponto a se destacar é quanto às dublagens. Há um bom tempo que comento, explico e ainda há pessoas que tem dúvidas e/ou relativizam o mercado de streaming. O sr. Sato só confirmou o que eu havia falado aqui no blog. Dublagem custa caro e a empresa não conseguiu realizar com o filme Mordomo de Preto, embora a vontade fosse maior. Esse é um dos exemplos de vários outros títulos que não possuem versão brasileira. Uma coisa extremamente importante que ele disse foi sobre a atual falta de espaço de produções japonesas na TV aberta. Garo é uma série que dificilmente passaria em canais abertos, mesmo que fosse nas madrugadas, por motivos que já sabemos. A salvação é o streaming e está cientificamente comprovada.

Veja bem: isso eu ando falando nisso há tempos, e o sr. Sato apenas confirmou o que eu vinha afirmando quando citava sobre streaming em oportunidades. Não é lá um descobrimento das Américas, mas sim uma questão de estudo e aceitação dos fatos. É preciso que se diga que TV aberta hoje já tem o seu próprio público e tanto a Netflix quanto a Crunchyroll (com quem Sato também está negociando) e o Daisuki trabalham com nichos específicos. Nada melhor do que um empresário do ramo falar sobre a importância disso, né?

As duas partes da entrevista devem são obrigatórias pra quem procura entender sobre o assunto e também pra quem acha que animes e tokusatsu não estão mais vingando no Brasil. E foi bacana assistir e ver a simpatia do sr. Sato. Referencial de primeira como pessoa e profissional.

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