quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Robo Gigante: 50 anos do herói com a força de um Megaton

Daisaku Kusama ao lado do seu Robô Gigante

Em 11 de outubro de 1967, iniciava mais um cult da ficção científica que marcou a era dos heróis gigantes e monstros de borracha na TV japonesa. Robô Gigante (Giant Robo) é uma criação de Mitsuteru Yokoyama (1934~2004). O mesmo de títulos como Tetsujin 28-go e Akakage e um dos mais renomados mangakás do Japão. Antes da TV, o herói apareceu pela primeira vez nas páginas da Weekly Shonen Sunday, entre maio do mesmo ano e março de 1968. Dividido em três volumes. Hoje Robô Gigante é uma franquia formada também por uma OVA de 1992 (lançado em vídeo no Brasil) e uma série de anime de 2007 (distribuída por aqui via Sato Company).

O semanal televisivo focava no garoto Daisaku Kusama que conhece logo Juro Minami. Um jovem que trabalha secretamente como um agente do Esquadrão Unicórnio. Organização que luta em defesa da paz mundial (bem como os esquadrões anti-monstros das séries Ultra). A Unicórnio luta contra os ataques do grupo Big Fire, liderado pelo temível - e horrendo - Imperador Guilhotina que sempre mandava robôs/monstros gigantes e sempre contava com fiéis vassalos. Durante um dos ataques, Daisaku e Juro salvam um cientista que desenvolveu um gigantesco robô - baseado na egípcia Esfinge de Gizé - que possui um poderoso arsenal de batalha e é sacrificado em seguida.

O robô só poderia ser controlado pela primeira pessoa que gravasse sua voz num dispositivo de pulso. Essa pessoa é Daisaku que testou por acidente e, não por acaso, o garoto foi recrutado para o Esquadrão Unicórnio. Mesmo em missões de alto risco, Daisaku fazia dupla com Juro. No Esquadrão Unicórnio eles são respectivamente os agente U7 e U3. Lá também se destacam o Comandante U1, a bela agente U5 e a pequena Marie, que aparece no meio da série. Aparentemente esta baixinha é inútil, mas se mostra muito esperta (se duvidar, é bem mais que o resto do grupo). O Esquadrão Unicórnio se comunicava com o código "Cartão de Napoleão", respondido em seguida como "Diamante 15". Os agentes também se saudavam com estalar de dedos que faziam um efeito sonoro engraçado.

Os primeiros 16 episódios de Robô Gigante foram exibidos nas noites de quarta-feira pela NET (atual TV Asahi) pontualmente às 19h30. A série mudou para o mesmo horário nas segundas-feiras, entre 29 de janeiro e 1 de abril de 1968. No total, foram produzidos 26 episódios pela Toei Company.

Em 1969, Robô Gigante foi lançado nos EUA como Johnny Sokko and His Flying Robot, por intermédio pela extinta American International Pictures. Produtora que esteve em atividade entre 1954 e 1980. Por isso a alteração nos créditos que faziam o espectador pensar se tratar de uma série japonesa feita na terra do Tio Sam. Algo muito comum na época e que ainda existe, não com a mesma proporção de antes. A cronologia desta versão tinham alguns episódios trocados.

Atualmente a Orion Pictures, subsidiária da MGM, possui os direitos do Robô Gigante e a mesma cedeu os direitos para a Shout! Factory lançar o clássico em DVD-box com quatro discos. A coleção foi lançada por lá em 2013 e teve brindes com pôster e livreto especial. Quer mais? Na ocasião, o lançamento de Robô Gigante contou com evento comemorativo em Los Angeles.

Veja as imagens de divulgação:





No Brasil, Robô Gigante estreou pela TV Globo no dia 29 de novembro de 1969 às 18h30. Indo ao ar aos sábados. No mesmo dia, a emissora estreava também o programa infantil Lilico & Cócegas, apresentados pelos humoristas Lilico e Rony "Galeão Cumbica" Cócegas. Este ia ao ar às 18h, também aos sábados. Curiosamente o primeiro programa comemorou os 1000 gols do Pelé.


Anúncio das estreias de Lilico & Cócegas e Robô Gigante na Globo, 
em 29 de novembro de 1969 (Foto: Reprodução/O Globo)

A série passou também nos anos 70 pela extinta Tupi e nos anos 80 pela Record. As matrizes foram trazidas da versão americana. Infelizmente esse material se perdeu. Em dezembro de 2012, a série ganhou lançamento brasileiro em DVD pela Cult Classics. A primeira remessa teve apenas o áudio em inglês e a segunda com o áudio original adicionado. Porém, ambas tomaram como base a versão estadunidense da extinta AIP, com alguns episódios sem abertura e nomes e diálogos gringos mantidos pela tradução.

E um triste registro: O ator Mitsunobu Kaneko (Daisaku Kusama) morreu no dia 11 de junho de 1997, vítima de um acidente de carro. Ele era irmão do ator Yoshinobu Kaneko, que interpretou Zerosen no episódio 15 de Ultraman.

Ao lado de Ultra Seven, o faraônico (sem trocadilho) Robô Gigante é um cult imperdível que garante diversão com muita ação, espionagem, maquetes, explosões e um misto de fantasia e inocência. O final da série é um dos melhores e mais emocionantes ao lado de Metalder e tantos outros clássicos do tokusatsu.

Assista, faça sua pose de batalha e "dê um soco de um Megaton".

Agradecimentos: Matheus "Dyna Black" Mossmann

9 comentários:

  1. Ótima matéria! Mas porque você nunca cita a dublagem brasileira? Quem é da época como eu que acompanhou a série na Record a dublagem marcou muito também....e para nós que somos da época não citar a dublagem é um crime !! Mas como não é da sua época talvez não seja importante para você! Felizmente a Dublagem brasileira manteve o nome dos personagens igual do original japonês! E a abertura que passou aqui era a americana instrumental.

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  2. E na década de 90 foi lançado no Brasil um único VHS com o primeiro episódio do OVA do Robô Gigante ! Se me lembro bem foi pela Fhash Star e era dublado.

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    1. Oi, Livre. Acabei confundindo a informação sobre o VHS do OVA do Robô Gigante. O pior é que eu tenho uma edição da Herói com essa mesma informação e não lembrei na hora de revisar o texto. Falha mia. (rsrs) Corrigi acima. Obrigado.

      Sobre a dublagem brasileira, não é porque não seja importante pra mim, veja bem. A escassez de material na internet dificulta a pesquisa. No YouTube tem um vídeo com um trecho dublado do primeiro e outro do último episódio. Ainda assim, sou curioso em assistir o Robô Gigante com a dublagem clássica. Abraços.

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    2. Entendo César! É que para nós que acompanhamos a série na época a dublagem marcou muito...! Conheço a pessoa que gravou aqueles trechos que você viu no YouTube! Mas parabéns pela ótima matéria seu blog dá gosto de ler pois você sempre apresenta o melhor de várias épocas! É isso aí!

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  3. Gostei da análise César. Me lembro que tinha um VHS dessa série lá nos anos 2000 (2006 ou 2007 se eu não me engano) e eu até gostava, porém não tinha o mesmo impacto na qual eu tive com o Ultraman naquela época. Fui procurar na internet pra ver mais episódios, mas todos estavam legendados, acho que deve ter sido isso que você acabou de escrever sobre a versão americana da série. Enfim, é uma ótima análise sobre o seriado perdido da minha infância (digamos "pérola") e espero que você faz mais depois porque o seu trabalho é 10!

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    1. Obrigado, Ranger Hawk. Robô Gigante é bem divertido. Tem lá a sua ingenuidade e tal, mas diverte qualquer idade. Um pena que o clássico não tenha aqui no Brasil o mesmo tratamento como acontece lá nos EUA. Mas fico feliz quando vejo os mais novos curtirem séries antigas. Abraços.

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  4. Teve uma versão coreana em CGI no Netflix, os direitos estão com a Sato Company, anunciaram um novo anime
    https://www.youtube.com/watch?v=J3CCvb5KehQ

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    1. Oi, Quiof. Esse vídeo foi um piloto comemorativo dos 40 anos do Robô Gigante, em 2007. No mesmo ano foi lançado aquela série animada que a Sato lançou há alguns anos via Netflix (atualmente não está fora do catálogo). Aliás, a produção é japonesa. Abraços.

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  5. Robô Gigante marcou muito minha infância/adolescência.O episódio final me levou as lágrimas,uma pena a dublagem original ter se perdido.Excelente sua matéria.

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