terça-feira, 12 de setembro de 2017

Kamen Rider Ex-Aid desconstruiu homens e famílias?

Rosa sim e muito macho, sim, Senhor!

A internet é um terreno fértil para as mais altas bizarrices e criações de lendas urbanas. Essa surgiu durante o feriadão, através de um vídeo que fala sobre "desconstrução do homem" e tentando ligar o assunto aos Riders de ontem e de hoje. Mais especificamente sobre uma comparação entre Kamen Rider Black (1987) e Kamen Rider Ex-Aid (2016). Fora tentativas de associar a franquia com esquerdismo, bandeiras de diversidade sexual, destruição familiar e coisas que estão anos-luz do verdadeiro propósito da franquia da Toei.

Eu não discuto essas questões. Mas aqui vale a defesa em dizer que as séries Kamen Rider mudaram não para agradar minorias (e nem deve ficar nas mãos destes "especialistas", seja da direita ou da esquerda). Em Ex-Aid há mensagens sobre companheirismo, família e coisas do tipo. Foi uma declaração exagerada e fora do contexto, tentando ligar uma coisa com outra que não tem nada a ver. Se é por causa da cor do herói, isso não é um fato determinante que vai mudar a sexualidade de quem assiste nem a identidade do herói. Tivemos outros dois Riders que vestiram rosa: Kamen Rider Raia (de Kamen Rider Ryuki) e Kamen Rider Decade. Ambos são héteros. Já tivemos dois personagens gays na franquia: Kaba-chan em Kamen Rider Wizard e Kamen Rider Bravo em Kamen Rider Gaim. Foram casos isolados e não houve influências nas crianças nem muito menos imposições de ideologias.

O episódio só tende a reforçar algo bem chato no fandom brasileiro. O preconceito de boa parte dos saudosistas que teimam em colocar o Black no pedestal como o "melhor Kamen Rider de todos os tempos" e taxar os Riders como afeminados ou coisa assim. O chato é ver que ainda tem gente que quer especular sobre a sexualidade dos atores e dos personagens. Tá certo que Issamu Minami tem seu valor e é uma das referências de um grande e destemido herói do passado. Mas venhamos e convenhamos: ele não era nenhum Schwarzenegger, nem um Stallone, um Seagal, tampouco um Chuck Norris da vida. Por mais que a intenção seja boa, o discurso pareceu mais um pretexto para inflamar um mito que já deveria ter acabado há muito tempo. Ou seja, opinião sem base naquilo que está sendo debatido. Os tempos mudaram e existem certas coisas que não são mais como antigamente. Paciência.

Na realidade, Kamen Rider é uma franquia que teve constantes mudanças, principalmente nos visuais e nas narrativas. Alguns exageros surgem aqui ou ali, mas no geral são boas séries e que continuam trazendo valores para o público (algo que certos brasileiros precisam aprender para viver). São histórias que contam sobre lutas do bem contra o mal. E todas elas estão anos-luz de levantar bandeiras de minorias, maiorias, políticas, religiosas, futebolísticas, etc.

Isso não é exclusividade dos Kamen Riders. As franquias Super Sentai e Ultraman também sobrevivem de propaganda infantil. Caso não saiba, isso continua firme e forte e não deve desaparecer tão cedo no Japão. Ao contrário do Brasil que restringe esse tipo de divulgação e perdeu espaço para outros nichos de programação. Nem há o que comparar a realidade daqui com a do Japão.

São situações assim que geram lendas urbanas por anos a fio. E por aí vai algo que está sendo compartilhado irresponsavelmente, sem a menor pesquisa e com informações distorcidas. Lamentável!

Assista ao vídeo e pasme com tamanha desinformação:

5 comentários:

  1. A propósito, esqueci de dizer que eu nunca gostei desse Kamen Rider Black, o Rx pra mim é melhor.

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    1. Eu já achei melhor o Black, por toda a trama da história. E as motos eram mais legais (Battle Hopper e Road Sector). E Tambem pelo fato dele não usar armas. A Luta contra Shadow Moon foi épica (na verdade as duas, a que ele perde a a que ele vence). Talvez errou um pouco no quesito vilões, os de RX eram melhores (com exceção do Shadow moon, é claro).

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