Na última semana eu vem sendo embalado por uma mega maratona do saudoso cantor Tim Maia em um canal de áudio na TV por assinatura digital SKY.
O motivo da maratona estar no ar é devido ao filme do eterno sídico que está em cartaz nos cinemas. Ainda não tive oportunidade de assistir, pois ando muito atarefado nesses dias. Principalmente nos finais de semana. Mas sempre que sobra um tempo livre estou parando pra ouvir enquanto este maravilhoso playlist está no ar.
A verdade é que Tim Maia e tantos outros cantores de sua geração são oito mil vezes melhores do que essa garotada que está aí só pra se aparecer na mídia. Não me envergonho de assumir meu gosto musical. Já fui confrontado algumas vezes pelos mais novos quanto à minha preferência pelas músicas mais antigas (sejam nacionais ou internacionais) e já fui chamado de tiozinho, velho, coroa e coisas do tipo. Não que eu viva perdido num saudosismo extremista e despreze as músicas atuais. Pelo contrário, tem muita música boa hoje em dia como também há muita porcaria sendo jogada à força nas rádios populares como se fosse estrume em cano de esgoto. Inclusive, eu já comentei isso algumas vezes quando toquei na ferida no assunto Globo de Ouro - e que devo tocar mais vezes nas próximas semanas durante o revival chamado Palco Viva.
Mas se tratando do repertório de Tim, ele como precursor da autêntica funk music tem muito para ensinar a molecada a COMO FAZER músicas de qualidade e de caráter. Tipo daquelas músicas pancada que você começa a escutar e dizer algo como: "Eita, rapaz! Vixe Maria! "Ô saudade lá de casa!" e coisas do tipo. Ainda bem que nesses dias a minha cabeça está ecoada de boas músicas do Tim como "Telefone", "Pudera", "Amiga", "Pede A Ela", "Amigo Verdadeiro", "Me dê Motivo" que tem me deixado com o coração meio "maltratado", mas com jeitinho. Fora também aquelas mais alegres como "Descobridor dos Sete Mares", "Do Leme Ao Pontal", "Somos América", "Acenda o Farol", "Vale Tudo", "Chocolate", "Além do Horizonte" (com a participação do tremendão Erasmo Carlos) e etc. Estas estão tocando à exaustão no tal canal especial de áudio. Curiosamente, ontem acabou tocando por acidente (ou talvez por referência) a música "Você" na versão dos Paralamas do Sucesso.
Confesso que gosto mais do estilo romântico. Daquelas que falam com mais profundidade/contemplação sobre qualquer situação de alegria ou sofrimento e que exprime sentimentos genuínos. Os arranjos oitentistas são os mais admirados deste blogueiro. Esse tipo de cuidado e tratamento é que falta para a música brasileira do século XXI. Mesmo após 16 anos de sua morte, Tim Maia ainda é lembrado pelos amantes da verdadeira Música Popular Brasileira e tem mais é que estar na OBRIGAÇÂO desse legado ser passado de geração pra geração. Que a memória musical de nosso país está entrando gradativamente em crise é fato e temos que preservar e manter a memória póstuma deste grande artista nacional como patrimônio histórico-cultural.
Ao contrário de Anitta, Valesca Popozuda, MC Serginho, Bonde do Tigrão e outros famigerados que jamais fizeram ou irão ousar fazer em vida (como ser profundamente romântico, por exemplo), Tim era multitalentoso e mandava brasa. Tocava vários instrumentos como violão, guitarra e bateria; Teve influência de vários cantores da black music como Ray Charles e James Brown; Sem contar que era maestro e empresário. Ainda inspira vários artistas, incluindo o filho Léo Maia e o sobrinho Ed Motta. Em 2004 reuniu vários artistas gabaritados para um dueto de tributo. E ainda tem gente que tenta me convencer de que os "representantes" do atual funk carioca e outros gêneros como sertanejo tem algum "talento" - com letras apelativas e sem sentido. Realmente essa piada não cola de tão sem graça.
Os fãs de Anitta e seus derivados que me perdoem, mas estes jamais terão a quantidade e qualidade curricular como teve o grande mestre da música funk brasileira. Não é com qualquer besteirol, mas sim com seriedade/profissionalismo/romantismo é que se enriquece a cultura musical de um país. Tim Maia tem tudo isso e outros dons que são indescrevíveis e que fazem bem à saúde e deixam o ouvinte com mais vontade de curti-lo várias e várias vezes sem se cansar. Este deve ser reconhecido e respeitado por uma geração que está oca, musicalmente falando, e é muito menos sensível à canções que falam e retratam sobre o amor. O que é uma lástima, infelizmente
Enfim, vale tudo pra apreciar a obra de Tim Maia e não existe idade para ouvir música boa. Nem que seja pra beber... um guaraná, suco de cajú e goiabada para sobremesa. E dá-lhe-que-dá-lhe Tim! ;)
veja essa entrevista:http://www.laparola.com.br/entrevista-tim-maia
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