O grande Chesperito ao lado de sua criação, o Chaves |
Desta vez não é um boato que ouvimos em algumas vezes em tempos recentes. Morreu nesta sexta-feira - 28 de novembro - o grande humorista Roberto Gomez Bolaños. Mais conhecido dentre nós como o Chapolin Colorado e mais carinhosamente como Chaves. Fiquei sabendo da notícia assim que saí do serviço e a ficha demorou pra cair pra mim. Só me dei conta mesmo quando sintonizei o SBT e pude assistir à homenagem que a emissora prestou a ele. Ainda parece mentira, mas morreu uma lenda do humor genial de meu tempo. Uma parte da minha infância e de muitos outros que se vai.
Eu lembro que começava a assistir o Chaves quando era pequenino. Minhas tardes eram felizes ao ver aquelas trapalhadas do Polegar Vermelho e das travessuras do menino (que dizia morar na casa número oito) que só queria ajudar, mas que só sabia atrapalhar. Destas duas obras, Chaves foi aquela série que mais fez minha cabeça. Tanto é que eu chegava a imitar aquele que ainda é o meu personagem favorito e admirado, o Seu Madruga. Coisas de uma tenra criança de seus cinco ou seis anos.
Constantes eram as exibições da série pelo SBT e também eram quase constantes as intervenções da programação local. O que me deixava furioso, para um menino que já entendia e procurava entender sobre televisão com tão pouca idade. Cresci também ouvindo reclamações de adultos meio carrancudos que nem sequer sorriam ou entendiam o por quê de uma série tão antiga com personagens simples em que mostrava um menino de rua com pouca inteligência fazer tanto sucesso para as crianças. Verdade seja dita: Chaves era muito mais que um programa "bobalhão". Transmitia e ainda transmite valores morais que se encaixam perfeitamente para os dias atuais.
Seu humor é contagiante e agrada a quem olhar. Hoje, mesmo sendo um marmanjo de vinte e poucos anos, não tenho vergonha de dizer que assisto à esta obra de um gênio que veio com a missão de nos fazer rir e passar alegria. Ele que nos fez e ainda nos faz refugiar do mal humor. Atualmente não consigo ver com tanta frequência como antigamente. Mas sempre que posso, eu paro pra assistir aqueles episódios aleatórios e dou gargalhadas como se ainda fosse a primeira vez.
Bolaños criou um mundo onde o humor não tem apelações, não tem palavrões, e só há espaço para a diversão e à ingenuidade. E tudo foi feito sem pretensões. Este é um tesouro que poucos comediantes possuem e carregam consigo mesmos. Ele possuía uma tamanha inteligência que procurou cativar várias idades com criatividade simples, espontânea e um toque especial a mais.
Foi sem querer querendo que Bolaños conquistou quatro gerações de fãs no Brasil e ao redor da América Latina. Hoje é uma estrela do humor que não se apagará e deve ser reverenciado pelas gerações futuras que ainda hão de nascer e conhecer aquele com que não contava com a sua astúcia e que dizia um simples-repetido "isso, isso, isso".
Obrigado por tudo, Chesperito.
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