Distribuição internacional da Toei está bem restrita |
No início da semana comentei por aqui sobre o ataque da Toei Company contra as fansubs brasileiras e disse que a empresa deveria investir no seu público que existe fora do Japão. Meu amigo Danilo Modolo explicou na edição desta quarta (22) do TokuDoc News (assista o vídeo aqui) que a nossa querida e amada "toda poderosa" mandou o servidor Mega fazer uma varredura para apagar todos os links de suas séries que lá estavam hospedadas. Isso por ser uma distribuição "ilegal" na visão comercial. Quando nada mais é que uma divulgação (considerando que tais títulos não possuem direitos no Brasil) feita de fã pra fã e sem fins lucrativos.
Tem mais. Segundo fontes ligadas às plataformas oficiais, há interesse sim de lançar tokusatsu como Kamen Rider e Super Sentai através dos serviços. A própria Crunchyroll, que é bastante transparente, já mencionou sobre isso numa entrevista recente. O impasse mesmo é a própria Toei que sequer faz questão de liberar suas próprias séries originais para o mercado internacional, pelo menos através destas novas mídias.
Que a Toei tem visão de boi, a gente já sabe de cor e salteado. Isso só confirma duas coisas que a gente suspeitava (ou sabia). Primeiro: a Toei se restringe apenas no público japonês. Segundo: Power Rangers está anos-luz de ser o problema (há quem ainda acredite nesse conto do vigário batido), quando na realidade é uma opção da própria empresa japonesa. Nada a ver com americanos e muito menos com o suposto "contrato".
O mais engraçado é que a outra divisão, a Toei Animation (da logo do gatinho), investe nos animes via streaming e com transmissão simultânea. No Brasil, por exemplo, temos legalmente séries como Digimon Adventure tri, Sailor Moon Crystal, Os Cavaleiros do Zodíaco (clássico, Hades, Omega e Alma de Ouro), etc. E daí fica a pergunta: qual o problema da Toei Company (da logo do triângulo) investir suas próprias séries de tokusatsu para fora do Japão? Medo? Represália? Não dá pra entender mesmo essa burocracia toda.
Por mais que gostemos de acompanhar suas séries, ela está fadada ao prejuízo que ela mesma está criando em sua volta. Quer dizer, a Toei está perdendo uma bela oportunidade da atual acensão dos streamings e de reconhecer sua popularidade no ocidente pra tentar um planejamento estratégico de expansão de mercado. Veja bem, do seu próprio mercado. Mal sabe ela que isso daria um retorno maior do que pode ser hoje.
Por outro lado, o fato valoriza ainda mais o esforço das fansubs. Ao contrário do que alguns pensam, não tenho nada contra elas. Sou a favor quando é feita uma divulgação de uma produção quando ela não é exibida num determinado local. O que eu critiquei em algumas ocasiões foi sobre algumas delas copiar materiais licenciados no Brasil - como é o exemplo das séries de Ultraman - e disse por A mais B que isso é prejuízo banal para o próprio mercado de tokusatsu que está para vingar no país. Mas fansubs foram feitas mesmo pra divulgar um material não licenciado, como é o caso das séries atuais/recentes de Sentai e Rider. E claro, jamais deixando de incentivar a audiência de uma série e filme de tokusatsu por meios oficiais. Quer seja dublado ou legendado.
Enfim, isso não quer dizer que a Toei Company vá proibir a exibição de suas séries exibidas no Brasil e em outros países, entenda. Por aqui a Sato Company detêm os direitos de tokusatsu como National Kid, Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraiya e Jiban. Nos EUA a Shout! Factory lançou Zyuranger, Dairanger e ainda vai lançar Kakuranger em DVD. Negociações com empresas locais como as citadas estão abertas, obviamente. A diferença é que a Toei não investe no novo e vai perder a potência do custo-benefício que os streamings oferecem com eficácia. Ou seja, nada de janela de uma hora entre o Japão e o ocidente.
Em contrapartida, a Tsuburaya está apostando forte com as Ultra Series e recebendo o retorno que ela merece. O único erro fatal dela foi em não liberar Ultraman Ginga/Ginga S para a América Latina. Ainda estou um tanto triste como fã de tokusatsu.
Não da pra entender...
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