quarta-feira, 1 de abril de 2015

Os 7 piores erros (mentirosos) na tokunet brasileira

Sabe aquele jogo dos sete erros? Então, existem pelo menos sete destes também pela tokunet brasileira afora. São mitos que foram quebrados de vez por outra e acabam voltando como se fosse uma "verdade absoluta". Confundindo totalmente a cabeça dos fãs brasileiros do gênero. Neste dia da mentira, saiba quais são os mitos informativos mais corriqueiros sobre o tokusatsu na web brasileira e que devem ser esquecidos pra todo o sempre:




1) Episódio zero de Turboranger?

Sabe-se lá quem inventou isso. A confusão toda se deu pelo primeiro episódio de Kousoku Sentai Turboranger (o Super Sentai de 1989) se parecer com um "especial" qualquer. Na realidade o que acontece é uma espécie de prólogo onde acontece uma reunião dos primeiros 10 esquadrões da franquia (lembrando que Gorenger e JAKQ só foram incluídos oficialmente a partir dos anos 90, ok?). A história só começa mesmo a partir do episódio 2. Como diz a foto aí acima (do livro Keibunsha Kousoku Sentai Turboranger Dai Hyakka), isso prova que este é realmente o #1 de um total de 51 episódios.




2) Filme dos Policiais do Espaço?

Nem filme e muito menos um especial. Trata-se de um epílogo formado no 49º e último episódio de Shaider (1984~85). A própria Toei Company assim enumera e isso pode ser conferido nas listagens oficiais de DVD e reprises no canal pago japonês Toei Channel. Veja mais aqui.




3) Super Sentai abandonado por Ishinomori?

Tem lá uma certa informação errônea de uma famosa enciclopédia (mais precisamente na versão pt-br) que afirma que o saudoso mangaká Shotarô Ishinomori teria abandonado a franquia Super Sentai. Simplesmente por causa da autoria da equipe Saburo Hatte a partir de Battle Fever J (1979~80). Ora, Gorenger (1975) e JAKQ (1977) jamais foram criados com a intenção de ser uma franquia gigantesca como é o Super Sentai. Ambas as obras de Ishinomori (que também é o pai dos Kamen Riders) eram apenas sentais até a inclusão oficial, como dito anteriormente. Eu escrevi um texto com maiores detalhes.




4) Black, o primeiro Rider da história?

Essa vai para as fontes menos especializadas no ramo (diga-se: leigas). De vez por outra alguma dessas já andaram referindo as séries recentes de Kamen Rider e dando a entender o Kamen Rider Black como o "primeiro Rider da história". Quando nós já sabemos na ponta da língua quem foram os 10 Riders que antecederam Issamu Minami na TV japonesa.




5) Ultraman Hayata?

Essa é uma das afirmações mais cabulosas e cabeludas que surgiu em meados da década passada e nem Freud explica tamanha arrumação. Hayata é apenas o nome do hospedeiro habitado pelo astronauta prateado da Nebulosa M-78 e nada mais. Isso é totalmente fora de lógica e não bate nem na versão original japonesa e muito menos na versão dublada americana. Sem chance. Conversa pra boi dormir. Coisa inventada e desconexa com a própria concepção original de Eiji Tsuburaya. Antes que alguém possa dizer que o caso é "semelhante" com o Kamen Rider 1-gô (Ichigô), isso é diferente sim, pois o nome foi dado oficialmente no mangá original de Ishinomori e na série de tokusatsu na TV, para diferenciá-lo do Rider 2-gô (Nigô). Leia mais aqui.




6) Jaspion brasileiro?

Houve um tempo em que Jô Soares (ainda pelo clássico late night Jô Soares Onze e Meia, no SBT) entrevistou um tal ator que interpretou o Jaspion e falava fluentemente português. Tal ator era do Circo Show do herói aqui no Brasil e foi confundido pelo "gordo". Resultado: teve gente que achou que aquele era o próprio Hikaru Kurosaki em carne e osso. A coisa foi desmentida por várias fontes especializadas em tokusatsu e o verdadeiro Kurosaki chegou até a ser entrevistado pela primeira versão do site Herói, em 2001. Nos extras do DVD de Jaspion (lançado pela Focus Filmes em 2009), Ricardo Cruz, da banda JAM Project, havia comentado o fato que culminou na TV nos anos 90. Mas parece que uma minoria desavisada infelizmente continua acreditando em tal bobagem, e ainda em plena era digital, né? True story.




7) Power Rangers, os responsáveis pelo fim do tokusatsu na TV brasileira?

Ah, essa sim é a mentira mais insistente e (por que não?) a maior causadora de intrigas abobadas nas redes sociais. O tempo, os sites especializados e também este blogueiro que vos escreve já afirmaram/desmentiram/explicaram/alfinetaram e a briga ainda continua sem nexo algum. Mesmo depois dos recentes encontros e de alguns atores da fase Mighty Morphin com os do sentai Zyuranger. Não tem jeito mesmo! Por mais que se prove o contrário, a famigerada franquia do egípcio Haim Saban é culpada por algo que (em parte) são inocentes. Power Rangers - que também é tokusatsu, sim senhor - nunca foram pivô do fim da era das séries japonesas com monstros de borracha e heróis que sangram faísca na TV brasileira. É preciso que se diga que lá nos anos 90 tivemos reprises de várias séries tokusatsu, ao mesmo tempo que os garotos de Alameda dos Anjos estavam no auge. Atualmente as licenciadoras locais e internacionais estão investindo neste produto para o nosso nicho e não falta material por aqui. 

Atualizado e revisado em: 1 de abril de 2017

5 comentários:

  1. Sobre o fim dos tokusatsus no Brasil, eu penso que os animes (os mesmos animes que na época do Jaspion e Changeman foram relegados à segundo plano pelos licenciadores de seriados japoneses) tiveram um peso maior nisso que os Power Rangers após o sucesso do Cavaleiros do Zodíaco em 1994. Até por que um dos empresários que trouxeram tokusatsus para o Brasil, o Toshihiko Egashira da Everest Vídeo e da Tikara Filmes, resolveu investir em animes a partir de 1996, trazendo para cá o Shurato em 1996 e Yu Yu Hakusho em 1997. Mas antes deixando bem claro uma coisa: tanto os Power Rangers quanto os animes chegaram em uma época em que o gênero já estava bem combalido devido à saturação que foi submetida principalmente a partir de 1990.

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  2. Esse ‘episódio-encontro’ dos 3 policiais do espaço tava no YouTube há uns anos atrás. Cheguei a ver. Inclusive, o Kenji Ohba aparece careca ali!rs
    Ele tinha raspado a cabeça por causa de outro trabalho que tava fazendo na mesma época.
    Mas o capítulo em si mostra os 3 personagens lembrando as suas antigas lutas. E aí aparecem cenas dos 3 seriados como sendo as memórias deles.
    Eu realmente pensava que aquilo era um especial à parte reunindo os 3.

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  3. Eu acredito que não haja interesse por questões de $$$ e o horário que derruba qualquer possibilidade. Afinal de contas estamos numa época em que qualquer programa precisa ser "classificado por idade" para entrar numa emissora. Changeman, Flashman, Cybercops só entrariam na faixa das 21 horas e olhe lá. São seriados mais violentos e um pouco pesados para os "entendidos" que classificam as séries, novelas e programas....

    Restrições não há, pegando exemplo foi na época que passaram Masked Rider e era exibido Kamen Rider RX. Então....

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  4. Não gostei de como você se referiu aos sentais que passaram no Brasil: "monstros de borracha e heróis que sangram faísca"... Ok, pode até ser verdade, mas pelo contexto deu a entender que você desdenhou dos heróis que fizeram a infância de muitos. Na certa você deve ter nascido na era digital pra falar assim. Pois saiba que eu e milhares de outros vamos continuar amando esses heróis que "sangram faísca" e os considerando como meus preferidos pra sempre. Abraço.

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    1. Oi, Carlos. Eu nasci antes da era digital, cresci na era Manchete e sempre amei os heróis do tokusatsu. Foi só uma maneira carinhosa de falar deles. :]

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