Fátima e Donato na minissérie (Foto: Divulgação/Globo) |
Ontem foi ao ar a minissérie As Noivas de Copacabana em versão de telefilme para a sessão Luz, Câmera, 50 anos. Como o título do especial sugere, faz parte das comemorações de aniversário da Globo. Eu gosto de produções antigas da TV brasileira e independente de logo de canal, mesmo que alguns generalizem a programação da emissora carioca e digam que tudo de lá não presta. Não é assim que se cria um balanço. O negócio é julgar uma determinada produção e sua época primeiro, após assistir, é claro. Não é porque hoje as novelas são apelativas e enrolem tudo até o último capítulo que as mais antigas tenham que por obrigação ser assim da noite pro dia. Do contrário, poderia ter sido da Manchete e tudo perfect, né mancheteiros?
Destaco esta série por vários fatores peculiares. A linha investigativa envolvente e movimentada é um ponto interessante. Sem contar, é claro, da interpretação geniosa de Miguel Falabella como o serial killer Donato Menezes - anos antes de viver na pele de Caco Antibes (do humorístico Sai de Baixo). Vale a pena ser conferida de ponta a ponta pra entender.
Já era previsto que subtramas paralelas seriam cortadas. Oras, se virou telefilme, no mínimo isso iria acontecer, obviamente. Agora, a Globo acabou passando a "tesoura" em algumas cenas importantes do enredo. Quem viu ontem pela primeira vez pode ter notado alguma passagem brusca ou não percebeu ausência de certos detalhes.
[SPOILERS]
A grande cena ápice que ficou de fora desta versão foi a prisão de Donato pelo detetive França (Reginaldo Faria). Como o policial estava suspeitando das ações de Donato, ele havia bolado um plano com sua amante Leiloca (Branca Camargo) para que ela anunciasse um vestido de noiva num jornal. A intenção era atraí-lo para o "cheiro do queijo" e prendê-lo de vez. O que vimos ontem foi que após a denúncia de Fátima contra o capanga-loiro, o tempo saltou para um ano depois, onde ocorre o tribunal em que Donato responderia por seus crimes. Perdendo a graça por conta da cena mencionada acima não ter ido ao ar.
Também ficou de fora a trama da professora Marilene (Tássia Camargo). Assim destacando as tramas da socialite Kátia (Christiane Torloni) e da evangélica Fátima (Ana Beatriz Nogueira). Até aí, é compreensível. Mas algumas coisas ficaram estranhas. Exemplo: a morte de Eulália (Yara Lins) - a tia de Donato - não foi ao ar, uma vez que esta apareceu apenas no início do telefilme. Outra cena foi no primeiro diálogo de Helena (Lala Deheinzelin) com França e Leiloca. De repente a ex-noiva de Donato já estava em casa e nem ao menos foi explicado como ela conseguiu o contato do casal.
Como disse no início do post, subtramas paralelas foram suprimidas por motivos óbvios. Curiosamente, Cláudio (Marcelo Faria) só apareceu entre os que estavam assistindo o tribunal. Sua história não caberia no foco central da longa-metragem, mas ainda assim sua aparição foi estranha. Quem não fez falta mesmo foi Mariana (Zezé Polessa), a esposa de França.
Resumindo: a primeira metade do telefilme foi bem retratada. Porém, a segunda deixou a desejar pela pressa em fechar as duas horas de duração. A Globo poderia ter esticado uns minutos a mais que sairiam bem sem problemas e os principais conflitos de Donato serem bem mais explorados na medida certa do que foram no telefilme. Foi bom assistir As Noivas de Copacabana nesta versão, mas algumas coisas ficaram a desejar.
Mais emocionante mesmo é assistir aos 16 episódios originais na íntegra e ver que a interpretação de Falabella foi muito mais além do que foi mostrada no especial. Quem sabe outra reprise no futuro pelo Viva, né?
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