segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Pitaco - Afinal, a quem os telejornais policiais ajudam?
Com essa foto aí acima, parece até que darei algum sermão. Fazer o quê se eu pego no pé desse tipo de programação, né? Como cidadão e telespectador, tenho mesmo é que expressar o meu ponto de vista. Doa a quem doer.
Já perceberam o quanto esse tipo de programa vem crescendo e inchando espaço na TV brasileira? Talvez até mais que há uns 10, 20 anos atrás. Se duvidar, meu amigo, tem até telejornal local que anda separando uns minutinhos "especiais" para mostrar a realidade dos fatos. Sim, realidade esta que a própria imprensa ajudou a fomentar nas últimas duas décadas.
Não estou dizendo que a imprensa tem parte diretamente com a criminalidade. E sim que antes destes programas ganharem o desmerecido boom, os índices de homicídios/assaltos eram muito menores que as de hoje. A coisa foi crescendo, crescendo, a ponto de Fortaleza ficar no posto de "segunda capital mais violenta do Brasil", há cerca de um ano.
Ou seja, pela lógica, quanto mais violenta for uma cidade ou mesmo um país, mais telejornais sanguinolentos vão surgindo por aí. Haja patrocínios manchados sangue para a divulgar pseuda "luta em defesa do povo" e marginais virando celebridades, ganhando status de privilégio e coisas do tipo. Enfim, é chato demais o cara ter que ligar a TV no café da manhã, no almoço ou no jantar e ter que aturar certas barbáries. Nem perco meu tempo vendo isso. Tenho outros programas mais interessantes pra assistir. Aliás, não consigo ficar nem cinco minutos e me sinto mal vendo esse tipo de noticiário. Tenho nojo disso. Mas tem gente que gosta mesmo é de um bom sangue (inocente) e desgraça alheia, pra apimentar as refeições. Diga se não é?
Pior mesmo é ver as autoridades de braços cruzados e defenderem os bandidos. E ai de quem mexer com eles. A contradição é tão absurda que quem acaba pagando com a vida são os cidadãos inocentes. É preciso urgentemente de uma vigência de leis mais duras contra os criminosos, seja qual idade ele tiver. Enquanto as autoridades competentes não tomarem as atitudes cabíveis, mais "Urgentes", "Alertas", "Barras" e "190"s da vida irão divulgar o crime (para o bem ou para o mal) e vão dominando como um câncer nas programações televisivas, com o intuito de esperar que aconteça alguma desgraça alheia com algum ente querido nosso. Essa é a triste realidade e é preciso mudar.
Entenda: Não sou contra a imprensa deixar de noticiar um determinado fato. Mas sou contra a toda uma exposição e exploração sádica contra a nossa cidadania em rede nacional/local como se fosse um show espetacular. E esses telejornais sabem fazer isso como ninguém. Fato.
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