A nova versão do monstro gigante |
O ano 2016 foi difícil em vários aspectos, porém especial para o estilo tokusatsu. Quem brilhou de verdade foi Ultraman com cinquentenário celebrado com louvor. Já Kamen Rider e Super Sentai tiveram seus altos e baixos, demonstraram constantes sinais de cansaço e comemorações tímidas dos respectivos 45 e 40 anos de franquias. Godzilla completou seis décadas em 2014. Neste mesmo ano vimos uma espetacular versão hollywoodiana. Durante o período, a Toho já cuidava da produção de um novo filme.
Shin Godzilla (ou Godzilla Resurgence) é dirigido, escrito e editado por Hideaki Anno, em parceria de Shinji Higuchi (ambos trabalharam no anime Evangelion). A dupla mostrou como transformar velhos recursos de efeitos especiais criados pelo lendário Eiji Tsuburaya - o que faz o tokusatsu ser o que é - em algo muito mais majestoso que consegue chegar aos pés de filmes catástrofe dos últimos tempos como Independence Day ou mesmo o aclamado Círculo de Fogo. O reboot de Godzilla elevou o nível do tokusatsu e isso provavelmente irá se refletir em futuras produções cinematográficas.
A trama não tem relação com os filmes anteriores e mostram o novo Godzilla num processo gradativo de evolução. Á primeira vista o espectador pensa que pode se tratar de um kaiju rival, mas logo nos damos conta com sua transformação. Infelizmente nenhum monstro foi repaginado, fazendo com que este Godzilla seja a única criatura a devastar Tóquio. Enquanto os efeitos especiais são elevados, o desenvolvimento deixa o filme chato.
O estrelato divide a atenção dos personagens dos atores Hiroki Hasegawa e Yutaka Takenouchi - respectivamente como o Secretário Adjunto do Gabinete Rando Yaguchi e o Assistente do Primeiro Ministro Hideki Akasaka. Ambos passam todo o filme discutindo meios de deter a criatura gigante. O clima é tenso até mais do que deveria. Ao desenrolar surge Satomi Ishihara como Kayoko Ann Patterson, uma enviada especial da Casa Branca com pose, digamos, salto-alto. Em alguns momentos ele dialoga em inglês carregado e com direito a mencionar o nome americano de batismo do kaiju. Apesar de Ishihara dizer que seu inglês é "frustrante", a atriz conseguiu transmitir fluência e fugiu das pronúncias em katakana. Apesar de sua graciosidade, esse não foi um ponto forte do filme.
Em tempo, Shin Godzilla ficou em primeiro lugar na semana de estreia no Japão, arrecadando ¥625 milhões. Mais que o triplo do primeiro fim de semana de Godzilla: Final Wars, de 2004. Estreou em outubro do ano passado nos EUA com distribuição da FUNimation e arrecadou $1.9 milhões em apenas um mês de exibição nos cinemas. Por enquanto, nenhuma previsão no Brasil. Caso aconteça, um mero lançamento direto-para-vídeo seria suficiente. Shin Godzilla tem efeitos primorosos da dupla Anno/Higuchi. Mas em roteiro, não é melhor que o recente longa americano que está prestes a fechar trilogia até 2020.
O rei dos tokusatsus está de volta viva
ResponderExcluirMesmo assim deveria ocupar as salas de exibição.Estou farto de ver somente produções Norte-Americanas, tudo bem que somos "seu quintal" ,no entanto, temos direito de ver outras culturas
ResponderExcluirEste ressurgimento do Monstro mais famoso do Japão é um grande marco para o Tokusatsu e mesmo respeitando a opinião deixada no texto sou obrigado a discordar de que este movie é chato.......aliás muito pelo contrário pois o filme tem todos os ingredientes do filme original de 1954 onde a humanidade se depara com uma amaeaça destruidora e desconhecida que avança deliberadamente sem se importar com o que esiste na sua frente personificando o terror da rádioatividade.
ResponderExcluirEste novo filme mostra exatamente o medo humano mostrado em 1954 de forma repáginada e com todas as referencias ao filme de 1954, aliás é uma grata surpresa poder ouvir parte da trilha sonora original do Maestro Akira Ifukube servindo de fundo para cenas que nos remete a obra prima que é o primeiro filme da franquia.
E o fato de não ter outro monstro no filme acredito o titulo do filme já explica isso....rsss