Os piratas espaciais no glorioso episódio final |
Próximo fim de semana estreia a série Dobutsu Sentai Juohger no Japão via TV Asahi. Particularmente falando, não guardo muitas expectativas sobre o novo Super Sentai. Provavelmente a comemoração de 40 anos da franquia dos heróis multi coloridos fique no mesmo nível de Gaoranger e Boukenger ou mesmo aquém a estes.
Talvez o tempo esteja provando a nós que tão cedo veremos um Super Sentai que tente chegar aos pés de Kaizoku Sentai Gokaiger (Esquadrão Pirata Gokaiger). E nenhuma série da franquia precisa ser igual. Gokaiger foi uma série ímpar e perfeita que procurou homenagear os 34 Super Sentais anteriores com fidelidade, embora nem todos tivessem um tributo próprio.
Todos os piratas espaciais foram marcados com muito carisma. Alguns com personalidades fortes como o Capitão Marvelous/Gokai Red, Joe Gibken/Gokai Blue e Luka Millfy/Gokai Yellow. Outros mais animados como Don "Hakasê" Dogoier/Gokai Green (erroneamente apelidado por aí como "Doc"), Ahim de Famille/Gokai Pink e o sexto integrante (e o único terráqueo do grupo) Gai Ikari/Gokai Silver. Cada um com dramas diferentes e que venceram seus demônios com garra e ousadia ao longo da série. Além de aprender a conviver com a humanidade e entenderem o porquê do nosso planeta ser tão amado pelos lendários heróis que passaram pela história.
Foram tantos tributos que resgataram alguns atores originais da franquia na pele de seus respectivos personagens. Destaco o episódio 28 onde Gai Yuuki/Black Condor, de Jetman, retornou. Simplesmente o melhor, por quebrar padrões e possuir uma carga dramática sombria jamais feita nos episódios de Gokaiger. Aliás, este foi o único roteirizado por Toshiki Inoue que fez questão de convidar o ator Toshihide Wakamatsu de volta ao papel que o consagrou. Do contrário, Inoue recusaria.
Outro episódio memorável foi o tributo ao Ohranger. Lá, os atores Masaru Shishidô e a exuberante Tamao Satô voltaram como Goro Hoshino/Oh Red e Momo Maruo/Oh Pink, respectivamente. Ao final do episódio, o vilão Basco revelou ter roubado os poderes supremos de Changeman, Flashman e Maskman. Coincidência ou não, logo os três esquadrões exibidos aqui no Brasil pela extinta Rede Manchete. Cair na brincadeira do tipo "o fantasma do Adolpho Bloch estar assombrando a Toei" era irresistível. Tinha também quem dissesse bobagens como o estúdio "odiar os Sentais exibidos no Brasil", mas ainda assim era curioso demais e de arrancar risadas desse tipo de situação.
Falando nisso, esse ponto rendeu um gancho para o que viria ao final da série com o tributo aos três esquadrões mais famosos no Brasil junto com Sun Vulcan e Fiveman. As emoções foram grandes, principalmente ao ver atores da era Manchete de volta como Kazuoki Takahashi (Sho Hayate/Change Griphon), Kihachirô Uemura (Dan/Green Flash) e Issei Hirota (Akira/Blue Mask). Poderia haver uma participação maior e individual. Ou mesmo eles poderiam aparecer socando os Gormin. Mas foi muito bom do jeito que foi.
O Império Zangyack teve seu valor, embora não fosse um Gear, não fosse um Gôzma, nem um Mess, um Tube, um Volt ou um Vyram da vida. Há de se concordar que seus ataques foram mais ofensivos que os demais que já passaram antes deles. Acho que o único problema era o Príncipe Warz Gill, por ser mimado e irascível. (Sim, Kylo Ren teria um rival à altura.) Dentre os Zangyack, gostava mais do Damaras e do Barizorg (este último infelizmente teve um fim prematuro e a desejar). Porém nenhum deles chegara aos pés de Basco Ta Joloika. Seu jeitão ligeiramente lembrava o Kamen Rider Diend, da série Kamen Rider Decade. Foi o que mais deu trabalho e dor de cabeça para os heróis. Fazia aquele tipo de vilão que você odiava pelo resto da vida por causa das suas maldades. E é esse elemento que se faz um "bom" vilão. Saburo Hatte (a equipe de roteiristas) acertou a mão na concepção do personagem.
Gokaiger tem um erro à parte na cronologia da franquia por deixar entender que os eventos da série se passam poucos anos depois do final de Tensou Sentai Goseiger. Talvez uns dois, no mínimo, mas jamais oficializado. Isso foi "corrigido" com a estreia do Sentai seguinte, Tokumei Sentai Go-Busters. Um dito por não dito no fim das contas. Durante esse "hiato", acontecia a Legend Taisen, que foi contada com certos detalhes no filme Gokaiger Goseiger Super Sentai 199 Hero Great Battle. Inclusive, o filme trouxe outras participações especiais como Mika Kikuchi (Umeko/Deka Pink), Sayoko Hagiwara (Rei Tachibana/Dyna Pink), Junichi Haruta (Kanpei Kuroda/Goggle Black), Kenji Ohba (Daigoro Oume/Denzi Blue), Hiroshi Miyauchi (Sokichi Banba/Big One), Keiichi Wada (Ryo/RyuRanger) e tantos outros. Pra quem ainda não viu a série, recomendo este filme à título de curiosidade. Outro filme marcante é o Kaizoku Sentai Gokaiger vs. Uchuu Keiji Gavan: The Movie, o primeiro crossover entre um Super Sentai e um Metal Hero. Pretendo escrever sobre estes dois filmes no futuro.
Yui Koike inspirou encantos como Ahim de Famille/Gokai Pink |
Gokaiger foi um Super Sentai que de alguma maneira "roubou" a coroa dos Kamen Riders durante a temporada do Super Hero Time. Considerando que na década passada, os Motoqueiros Mascarados da atual era Heisei tinham mais destaque que os esquadrões. Hoje em dia a coisa fica no empate. Eram vários boatos por cima de notas oficiais. Uma confusão dos diabos. Alguém lembra, por exemplo, de Gokaiger vagar de ilha em ilha atrás das versões alternativas dos Super Sentais? Pois é. Loucuras como essa - a la Decade - eram discutidas quase que sem parar na tokunet e muitas vezes tomadas como verdade. Esse foi o exemplo mais bizarro que pude lembrar. Super Sentai não precisaria chegar a tanto, né?
O ano 2011 foi um daqueles bem movimentado para os heróis de tokusatsu. Gokaiger deixou uma marca para quem assistia semanalmente e cravou saudade com o seu final. Particularmente falando, uma atriz que marcou bastante foi a Yui Koike (Ahim/Pink) com sua graciosidade apaixonante que faz qualquer pai de família ficar louco para cortejá-la. Acredite, até escrevi versos românticos... mas isso é uma outra história. Ah, não venha me dizer que ela é feia só porque ter um dentinho torto. De japonesa do tipo princesinha este blogueiro entende bem e não fica atrás de uma Rin Takanashi, uma Yumi Sugimoto ou uma Suzuka Morita da vida.
Gokaiger foi um dos poucos Sentai que chegaram ao nível de excelência. Algo raríssimo após o final da saga dos piratas espaciais. Pode ser este o maior tesouro do universo perdido pela Toei atualmente.
César, acabo de assistir o final de Gokaiger e vim pesquisar sobre sua opinião em relação a série, realmente foi um ótimo sentai, me marcou positivamente, enredo, personagens, homenagens. Agora preciso falar sobre algo que realmente me marcou, os episódios 47 e 48, não sei ao certo porque. O destino de Sally foi muito triste a tempos não ficava chateado ao ver um personagem morrer (mesmo que isso já tenha acontecido a vários anos) acho que a macaca merecia um final melhor, ser traída por aquele que ela seguia e ainda sim morrer daquela forma se sacrificando foi muito triste, Basco teve o que mereceu foi um vilão exatamente como um vilão deve ser mas não consigo parar de achar que Sally merecia muito mais do que isso, gostaria de sua opinião sobre isso.
ResponderExcluirAbraço.
Olá, Ronye. Boa observação. A morte da Sally foi brutal. Esse foi um dos motivos pra gente ter muita raiva do Basco. De longe ele é um dos grandes vilões que passaram pelas séries Super Sentai. Abraços.
ExcluirSó um adendo, acho que ela deveria ser lembrava no episódio final, afinal ela salvou o Marvelous duas vezes.
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