quinta-feira, 27 de março de 2014

Kurumada nos bastidores de Saint Seiya


Outro dia eu estava com os amigos do Grupo Henshin Gattai  e estávamos lendo os depoimentos de Masami Kurumada na época em que trabalhava na produção do mangá de Os Cavaleiros do Zodíaco. Kurumada descreve de forma bem humorada a sua correria para publicar as edições semanais da Weekly Shonen Jump.


"Dentre os mangakás, há aqueles respeitam rigorosamente os prazos da revista semanal que ficam numa corrida até o último segundo do fechamento. Os últimos são mangakás perigosos que sempre estão a poucas horas do famoso "a obra de XXXXX não será publicado na edição desta semana por motivos de saúde". Não que eu me orgulhe disso, mas o Masami aqui disputa um dos primeiros lugares na já acirrada entre esses "mangakás perigosos". Toda semana quando o prazo se aproxima, eu grito assim: "Pare, tempo...!!""

(Publicado originalmente no vol. 7 japonês em 1987)


"Por conta da vez em que joguei o Game & Watch por mais de 24 Horas seguidas, de tanto que fiquei viciado, prometi que não iria me atrever a tocar no Famicom. Só que outro dia, o pessoal da Bandai me trouxe o tal do "Saint Seiya Ougon Densetsu". E assim por começo do fim, desde então não consigo parar de apertar os botões, o meu dedão inflamou, a pele da minha bunda começou a descascar de tanto ficar sentado e queimei todo o meu cosmo na batalha contra o grande mestre. Ah nããão!!"

(Publicado originalmente no vol. 8 japonês em 1988)


"Entre os meus fãs das antigas, cresceu o número de pessoas que são maiores de idade, se casaram e tiveram filhos. Daí, ultimamente, tenho recebido algumas cartas que dizem que a pessoa nomeou o próprio filho de Seiya! "Seiya"... modéstia a parte, eu acho um nome muito bonito. Para que as crianças tenham orgulho de serem chamados por esse nome, continuarei dando o meu máximo em "Saint Seiya"!!"

(Publicado originalmente no vol. 9 japonês em 1988)


"A criação de um mangá é sempre uma batalha consigo mesmo. O maior inimigo não é ninguém além do próprio criador. Por isso, toda semana quando o prazo se aproxima, começa uma verdadeira guerra de vida ou morte, inimaginável para os que estão de fora. É como enfiar várias pás no cérebro em busca de novas ideias. De vez em quando ouço notícias de casos de suicídio de mangakás, acredito que sejam soldados que foram derrotados na guerra. Quanto tempo irá durar a minha batalha...?"

(Publicado originalmente no vol. 10 japonês em 1988)

Créditos: Textos transcritos do Vol. 13 do mangá Os Cavaleiros do Zodíaco, publicado no Brasil pela Editora JBC.

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