Black Sun, um dos maiores símbolos do saudosismo brasileiro |
Essa semana uma página ligada ao tokusatsu nas redes sociais tomou uma decisão de proibir o termo "viúvas da Manchete" nos comentários. Obviamente o caso gerou polêmica entre os fãs. A alcunha é antiga e existe desde os tempos do extinto Orkut. Querendo ou não, o termo é pejorativo. Confesso que eu mesmo já usei esse termo aqui neste espaço, não com a finalidade de ofender, mas de chamar atenção do público saudosista que existem outras séries tokusatsu legais. Sejam antes ou depois do que vimos na era Manchete.
Infelizmente tem aqueles fãs que perdem a esportiva e levam tudo a sério demais. Até uma mera série é motivo de briga na tokunet (brasileira). Isso é um problema. Aliás, o saudosismo é um câncer na comunidade brasileira que curte o estilo. Vamos entender o seguinte: saudosismo é diferente de nostalgia. Esse é um termo que procuro levar, por exemplo, em resenhas que de vez em quando escrevo aqui pra ser relembrado. Isso sem deixar de acompanhar o que rola no presente e comentar sobre isso. Já o saudosismo é aquela tendência de se prender ao passado e ir naquela de "no meu tempo era melhor do que hoje". No meu caso, prefiro a nostalgia do que o saudosismo. Pois sei que tem muita coisa boa e ruim hoje em dia como também havia no passado. Tudo é questão de fazer uma boa análise e fazer um balanço do que deu certo e do que não deu numa determinada obra.
Proibir termos como "viúvas da Manchete", "viúvas do Black", "mancheteiro" e outras do tipo não resolvem o problema. Soa meio que uma tentativa de censura, por mais bem intencional que seja. Não estou aqui defendendo a liberdade ou não de se usar os termos, entenda. Estou dizendo que essa não é a saída que vai sanar a raiz do problema do tokusatsu no Brasil. O que falta mesmo é uma doutrina cultural sobre este estilo entre os fãs no Brasil e uma renovação de público. Trocar a ideia de defender o tokusatsu como uma "causa" por uma por um genuíno incentivo cultural e informativo e mostrar que isso é apenas um entretenimento. E não uma militância.
A comunidade tokusatsu é bastante dividida no Brasil. Ao contrário do que acontece no Japão, EUA, França e outros países onde os fãs mantém uma convivência saudável. O Brasil perde por ter uma fatia de fãs que continua sim presa ao passado. Lamentavelmente existe uma turma que não se permite conhecer antigas e novas séries, outras franquias além do que já foi mostrado na Manchete e sai por aí falando o que pensa sem ter acompanhado uma determinada série. Infelizmente o fandom insiste em se dividir por um ódio absurdo contra Power Rangers e uma resistência contra novos materiais de tokusatsu que estão chegando no Brasil por vias legais. E tais assuntos já foram abordos em várias oportunidades aqui no blog. Agora proibir termos não vai ajudar a conscientizar a garotada (de trinta e poucos anos) a se comportar direito e ensinar a união.
Quem perde com essa bobagem toda somos nós e o próprio tokusatsu. Por isso o estilo vai muito bem lá fora do que aqui em nosso país.
Eu vi o post deles em questão, lembrei do seu blog na hora, sabia que ia rolar um post, hehehe. Eu não gostei desta decisão deles, sou radicalmente contra qualquer tipo de censura. E também acho que isso não vai resolver nada no final das contas.
ResponderExcluirFalando nos Mancheteiros, essa semana me lembrei que o Power Rangers Ninja Steel vai trazer um personagem que, se aparecer mesmo, vai gerar muito ódio e polêmica na tokunet brasileira: a versão "sabanizada" de Jiraiya, o iIcrível Ninja!
Mas ainda prefiro os clássicos. Os novos são cheios de efeitos especiais e nada mais.
ResponderExcluirE outra: Os Metal Heroes, cada vez que se aproximavam da Terra, foram perdendo a intensidade. Enquanto haviam os Detetives do Espaço, Jaspion.. ou até mesmo Jiban, os heróis encaravam desafios a sua altura. Depois que veio Winspector, só via os heróis - com todos aqueles poderes e armadura, encarando pessoas normais. Cadê os monstros? Os super vilões? Nada disso tinha. Acabou virando um "maldito canal de conscientização da natureza". Os Metal Heroes perderam de mão e acabaram extintos. Power Rangers, mesmo tendo a popularidade que tem, não chega aos pés dos japoneses que eram exibidos na manchete.
Se os atuais fossem tão bons assim, de repente as emissoras abertas se interessariam. Mas deixaram de ser novidade há muito tempo. Não estou dizendo que sejam todos ruins, podem até render certo entretenimento. Mas é fato que as produções atuais de Tokusatsu tem o seu pé de nostalgia quando retornam interpretes (ou personagens) veteranos para fazerem uma pequena participação em determinada produção (é o exemplo que tivemos de Black Kamen Rider e Jiraya recentemente). Portanto, respeitem a velha guarda. Respeitem quem viveu a época da Manchete.
Olá, Synbios. Também sou contra esse tipo de censura. No final das contas não ajuda em nada e só cria mais nichos dentro do nosso próprio nicho. Isso só agrava o problema do tokusatsu em nosso país e deixa a divulgação mais difícil, por incrível que pareça. Sobre Power Rangers Ninja Steel, nada confirmado ainda sobre a aparição do Jiraiya. Espero que não aconteça, por mais que eu goste do ninja olimpíada e dos Rangers.
ResponderExcluirOlá, Mestre Ryu Kanzuki. Tanto os clássicos quanto as novas séries são legais. O problema é o excesso de infantilidade de algumas delas. Pra ser infantil não precisa ser ruim. Tinha muita série clássica com teor infantil e divertia. Nada de tão exagerado como hoje. Eu gosto de séries como Winspector e Solbrain. Pode não ter monstros, mas vilões humanos deu uma diferenciada na franquia Metal Hero. Tinha alguns episódios com temática sobrenatural, assim como em Daiki Daisakusen (da Tsuburaya Pro), por exemplo. Assim, tem séries muito boas atualmente. Te recomendo por exemplo Kamen Rider Amazons e Ultraman Orb (este último está em exibição no Brasil via Crunchyroll). Gosto bastante delas. Por serem ótimas produções ter histórias bacanas, não é uma garantia de que vá passar na TV brasileira. Aliás, as emissoras perderam total interesse no tokusatsu. É mais fácil chegar novos materiais via home-vídeo e streaming. Abraços.
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