Os irmãos Ultra: Zoffy, Man, Ace, Jack e Seven |
Confesso a vocês que tenho os Metal Heroes no topo dos meus favoritos das séries tokusatsu. Também já tive Kamen Rider por um certo tempo no meu favoritismo (continuo sendo fã). Só que nos últimos dois anos, principalmente agora nas vésperas do cinquentenário de Ultraman, tenho me fascinado pelas séries Ultra e procurando mais e mais sobre a franquia.
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Incrível como, infelizmente, Ultraman não é tão comentado entre os fãs brasileiros como acontece quando o assunto são as séries da Toei Company. Isso é bem estranho e lamentável. Ainda somos pobres e limitados na cultura do tokusatsu se comparado aos aculturados fãs do resto do mundo e vejo o quanto ainda estamos presos ao saudosismo da extinta Rede Manchete e ao eixo Rider/Sentai que acabou sendo fadados a "modinhas" (assim como se comenta limitadamente sobre algo qualquer do momento) e mesmices. Claro, jamais desmerecendo a importância de Jaspion e cia e das principais franquias da nossa querida e "toda-poderosa". Só que o estilo tokusatsu não se resume apenas nisso aí não e tá mais do que na hora da gente sair do giro de 360º.
Ultraman é uma franquia fascinante. Quem diria que um simples programa despretensioso da TV japonesa se tornaria um cult aclamado. Algum desavisado pode mesmo achar estranho ou até torcer o nariz para um herói com cara de peixe que luta contra monstros de borracha e zíper nas costas. Então, a série é bem mais do que isso. É pura ficção científica pra toda a família. A coisa foi tomando forma com Ultra Seven, uma série que teve uma pegada mais séria e sombria. Eiji Tsuburaya deixou um legado para sua produtora, que criou O Regresso de Ultraman (o responsável foi seu filho, Hajime Tsuburaya). Em Ultraman Ace, foi formada a irmandade Ultra, que acabou criando uma família e todo um conceito e até diferentes universos paralelos.
O público brasileiro precisa prestar mais atenção, rever conceitos e descobrir esses diferentes mundos das séries Ultra e também de outras séries clássicas. Apesar da Tsuburaya se reciclar através dos mesmos elementos, faz escola à Toei que tem se desgastado com o tempo e se perdido com sequencias interruptas ano a ano. As séries Kamen Rider e Super Sentai estão cada vez mais presas às tendências de vendas de brinquedos como nunca. Não que elas nunca tivessem, mas hoje em dia isso tem sido uma dependência quase total.
Já nas séries Ultra, tem o lado comercial também (tanto que o vindouro Ultraman Orb terá cerca de quatro formas ou mais). Só que elas conseguem inovar e manter um lado mais maduro, apesar dos altos e baixos (como qualquer produção pode ter). Algo muito clamado pelos público (adulto) de Rider/Sentai.
Ultraman conseguiu evoluir e é coisa que é preciso ser muito mais que aprofundado pelos fãs. Tipo, sair da zona de conforto e se deixar levar por outras aventuras. Hoje há elementos claros de um Star Wars ou de um Star Trek da vida. Arrisco a dizer que Ultraman é equivalente à essas clássicas franquias no tokusatsu. Essa paixão me faz ter uma sede por explorar outros universos (séries) Ultra, também por outros clássicos da Tsuburaya e me informar cada vez mais sobre elas.
Jaspion que me perdoe, mas Ultraman é o que há. Não pelos seus 50 anos, mas por tudo o que a franquia é até hoje. E não tem Cavaleiros do Zodíaco nem Dragon Ball, Kamen Rider e Super Sentai que supere a graça das comemorações de 50 anos das séries Ultra. Ultraman não é só mais uma série a ser deixar entocada no armário e ter apenas um mero reconhecimento honroso, mas é sim uma grande série que deu vida a outros grande clássicos que deveriam ser apreciados e debatidos nas rodas de amigos.
Ultraman merece uma atenção redobrada no Brasil assim como uma boa franquia rentável de ficção científica.
PS: Hoje é aniversário do lendário Eiji Tsuburaya. A data de hoje também é o aniversário dos personagens Seiji Hokuto e Yuko Minami, ambos hospedeiros do Ultraman Ace. Daí a referência na foto acima, do primeiro episódio, junto com os demais irmãos Ultra que o antecederam. Falando nisso, o dia 10 de julho é o dia oficial do Ultraman (devido a exibição do episódio especial que antecedeu a estreia no Japão). Haverá um evento dedicado aos 50 anos do herói no próximo fim de semana.
PS 2: No próximo dia 17 de julho, dia do aniversário do Ultraman, o grupo Henshin Gattai fará uma homenagem especial no Sana 16 com uma palestra que vai abordar sobre as séries Ultra. A palestra acontece no espaço Sana Tokusatsu, que vai apresentar esta e mais outras palestras. Vamos juntos! Schwatch!
Excelente texto como sempre. Também me entristece um pouco a falta de atenção que o público brasileiro fã de tokusatsu em geral dá para essa franquia, que é a minha favorita desde a infância, e assim como você abordou no texto, possivelmente se deve ao saudosismo extremo que a maioria das fãs tem pela Manchete e, por conseguinte, fecham as suas cabeças apenas para as series provenientes deste extinto canal. Eu sempre pensei em Ultraman (principalmente o UltraSeven) como um Star Trek japonês, tanto em termos de temática como de importância histórica (proporcionalmente falando), e talvez seja por isso que essas series não sejam tão aclamadas (ao menos pelo público mais novo) por aqui, pois a pegada é bem mais distinta que a dos Riders/ Sentais, sempre com um pé mais voltado para o lado da ficção científica.
ResponderExcluirAh, e só a título de curiosidade, eu faço aniversário no mesmo dia que o Eiji Tsuburaya. Coincidência? Acho que não rs
César, acompanho seu blog há um tempão, e esse é meu primeiro comentário.
ResponderExcluirEu tinha certo preconceito com a família Ultra. Só havia visto o Tiga, na Record, quando criança.
Comecei a assistir Ginga, estou no Ginga S, acompanhando Orb, e estou adorando. Até dei uma freada nos sentais e kamen riders. As séries ultras são muito boas, e sua definição de Ficção pra família vem bem a calhar.
Sem contar os filmes que a Tsuburaya tem feito.
Grande abraço, e continue com o excelente trabalho!