sábado, 26 de março de 2016

Com a burocracia da Toei aprendemos uma lição: que Power Rangers não são "o mal" coisíssima nenhuma

Quem ainda tem raivinha de Ranger Verde, hein?

Anteontem falei aqui no blog sobre a falta de interesse da Toei Company em lançar suas séries de tokusatsu via streaming e em simulcast (transmissão simultânea) fora da terra do sol nascente. Coisa que a Toei Animation, seu próprio departamento de animes e a Tsuburaya apostam há um bom tempo no ocidente.

E olha só, o que é mais engraçado se a gente calcular é que essa informação de bastidores somente reforça um fato que só os fãs pacíficos e os bem informados já sabiam há trezentos e cinquenta anos. Qual? Oras, que Power Rangers não tem nada haver com impasse nenhum. Simplificando, a franquia americana faz sua parte na divulgação do tokusatsu. Coisa que a Dona Toei deveria fazer desde sempre.

Aqui no Brasil foram formados dois tipos de fãs: 1) os que curtem Super Sentai e Power Rangers sem pecado e sem juízo (faço parte desse meio); 2) Os fãs passaram a odiar Power Rangers e pregam por aí lendas urbanas como que a Saban "tem o poder das trevas de proibir as séries originais no Brasil". Essa segunda opção ainda tem uma certa resistência na nossa tokunet e a cada dia que se passa esse papo furado cai por terra mais e mais. Hoje só acredita nessa história da carochinha quem quer.

A verdade é que a Saban é oito mil vezes mais visionária do que a Toei nesse sentido. Visto que Power Rangers é uma franquia de longa data e tende a ser promissora, apesar dos seus altos e baixos. Seu investimento em tokusatsu pela Netflix é uma prova disso. Quer mais? A Saban criou nos últimos meses seu próprio estúdio, a Saban Films. Dá até pra imaginar o que pode vir por aí, né? E desde quando Haim Saban voltou a adquirir os direitos da franquia - que estavam nas mãos da Disney, o empresário vem investindo fortemente na marca que é sua galinha dos ovos de ouro.

Reforço o que disse no post anterior sobre o assunto pra não deixar mais dúvidas pra ninguém: a Toei permite ainda que suas séries de Kamen Rider e Super Sentai sejam licenciadas para fora do Japão - mesmo não tendo nenhum interesse em manter uma transmissão oficial para o mundo como muitos estúdios de animes fazem atualmente. Como? Com o interesse de alguma distribuidora local que assim queira levar para o seu devido país. É o que acontece com a brasileira Sato Company e a americana Shout! Factory. Do contrário, ela mesma não vai licenciar tão cedo por uma birra que não tem o menor cabimento no nosso reles entendimento humano. Ou seja, pra você que sonhava em ver o Kamen Rider Ghost, por exemplo, licenciado para o Brasil através de TV, home-video e streaming, só com o interesse de alguma empresa de distribuição braileira. Isso demora cerca de um ano ou mais e as chances de assistir simultaneamente com material legalizado é absolutamente zero. A não ser que apareça algum milagre no meio do caminho. Coisa improvável na nossa realidade. Por isso não alimente mais esperanças pela Toei. E digo mais: aposte na Tsuburaya. Ela deu seu passo para o futuro há um ano meio atrás e tem dado resultados.

Voltando sobre Power Rangers, definitivamente a franquia não tem culpa no cartório por não passar mais tokusatsu japonês na TV brasileira. Se você ainda pensa assim, acabe logo com essa droga besta de uma vez por todas, comece a redefinir seus conceitos e se atualize. Mas se atualize mesmo. Você pode não gostar de Power Rangers. Ok, é um direito que assiste a qualquer um de nós aqui. Mas não condene a franquia e nem quem curte ela. Querendo ou não, os heróis americanos fabricados no Japão são também os grandes divulgadores do tokusats no ocidente e principalmente para a molecada de hoje. Eu mesmo comprovei isso num evento onde trabalhei recentemente.

Então se há algum inimigo nessa história, ele se chama Toei Company...


...e mais ninguém.


Tá cientificamente comprovado.


E como diria Bertoldo Brecha: Zefini, zefini. Tá na boca do Brasil e tá na boca do mundo.

Um comentário:

  1. É por isso que eu nunca tive de querer ver nenhum material vagabundo da Toei Company. Já morreu.

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