Miguel como o inesquecível serial killer Donato Menezes (Foto: Divulgação/Globo) |
Tá certo que hoje em dia a imagem de Miguel Falabella esteja atrelada a personagens de humor, como Caco Antibes do clássico Sai de Baixo. Mas antes de cair no Largo do Arouche, Miguel interpretou um dos melhores personagens de sua carreira. Ou senão, o mais sombrio. A minissérie brasileira As Noivas de Copacabana (de 1992) retorna hoje à tela da Globo a partir das 23h00, como parte das comemorações de seu cinquentenário. Tendo parte do projeto Luz, Câmera, 50 Anos, o drama de 16 episódios será apresentado de uma vez nesta noite em formato de telefilme. Como a Globo vem apresentando durante este mês com algumas outras produções da emissora carioca.
Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir, a história conta sobre o serial killer Donato Menezes (vivido por Falabella), que por uma certa razão é obstinado por mulheres vestidas de noiva. Sem deixar vestígios de suspeitas, Donato trabalha como restaurador de obras de arte e é noivo da bela Cinara (interpretada por Patrícia Pillar), por quem tem dificuldades de se relacionar.
Mantendo uma vida dupla, Donato investe no mal procurando anúncios de vestidos de noivas colocadas nos jornais, com a finalidade de aproximar-se delas e conquistá-las. Independente de suas classes sociais. Ele ceifa suas vítimas ao pedir para que elas vistam como noivas, em momentos românticos, e as executam de forma inescrupulosa.
Miguel interpretou Donato como nenhum outro jamais poderia, pode ou poderá realizar nesta vida. Sem dúvida alguma, ele era o ator certo para dar vida ao personagem. É impressionante a atuação passada por ele. Ora Falabella era um pacato cidadão que tocava seu trabalho e seus problemas, ora afluía sua fria psicopatia demoníaca. Um exemplo perfeito de vilão que não se perdia nas suas próprias mentiras. Era um calculista perfeito e que talvez nenhum outro foi tão bem atuado como Falabella atuou. O ator é mais que um verdadeiro mestre do improviso. Um multitalentoso ímpar como nunca veremos igual na teledramaturgia nacional.
Curiosamente, a única falha na trama é por algumas datas do ano de 1989 (época onde a história é contada) não baterem com os dias da semana que caíram naquele calendário. Um furo de roteiro curioso, se formos analisar. Claro que isso não é nada que venha a estragar o desenvolvimento. As Noivas de Copacabana é uma obra que vale a pena ser acompanhada e apreciada, tanto pela trama quanto pela desenvoltura de Miguel.
Jamais haverá outro vilão tão bem construído nas séries brasileiras como Donato Menezes.
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