Kamen Rider Dragon Knight era uma das atrações do bloco renegadas pelo público |
Pelo visto, mais de meio mundo que prestou prova ao ENEM andou reclamando a toa do tema de redação desta edição, e não se ligou que o assunto tem tudo haver mesmo com o fim da programação infanto-juvenil na TV aberta brasileira. No meio de tantas reclamações, acabam também por reclamar também da extinção do programa TV Globinho. Pra quem ainda não sabe, a Globo anunciou nesta quarta-feira (12) que a partir de abril do próximo ano a programação de sábado será ocupada pelos programas Mais Você, Bem Estar e Encontro. Estes vem sendo exibidos atualmente apenas de segunda à sexta, sendo que o programa da Fátima Bernardes ocupa o horário do bloco infantil há quase dois anos e meio.
É certo que tem tudo haver com uma possível proibição da propaganda infantil, que é adotada com mais vigor em alguns países do exterior. Por um lado a programação da TV enriquece de boa informação e por outra fica carente de uma programação diversificada para as idades menores. Não dá pra descartar o público adulto que assiste esta programação. Ok, a TV Globinho tinha o seu valor. Mas aqui vai um papo reto: quem se importa realmente com a programação infantil atualmente? Nos últimos anos o público reclamava que a programação do bloco estava uma m*** e uma b*** e que não estavam passando animes e tal.
O mais "trucidado" foi o memorável tokusatsu Kamen Rider Dragon Knight, que por ser uma adaptação americana (da série japonesa Kamen Rider Ryuki) não foi tão bem recebido. Por birra, perderam uma boa série dos últimos anos. Ao contrário do Japão que teve sucesso garantido e ganhou uma continuação em novel por lá.
Quando veio o programa da digníssima esposa de William Bonner, muitos, que reclamavam da falta de animes da TV Globinho, reclamaram da sua retirada da programação diária. Como se houvesse alguma "esperança" para passar Dragon Ball Z num péssimo horário e com a velha retalhação de cenas que só a Globo sabe fazer como ninguém. Vai entender, né? Mas venhamos e convenhamos o seguinte: se tem ou não animes, cartoons ou até mesmo tokusatsu na TV aberta brasileira isso não faz mais diferença. O mesmo vale para as séries americanas que são jogadas sem dó na madrugada ou são renegadas para alguma "geladeira" de emissora.
Tá certo que tem muito sentimento de nostalgia nesta hora. Isso é bom, mas tenhamos os pés no chão e vamos enxergar futuro. Cartoons e séries gringas caem bem na TV por assinatura e todos sabem disso. Não há mais espaço para as séries japonesas pra nossa TV. Infelizmente. Se aparecer, é lucro. Mas não vão passar de casos isolados. É por isso que eu venho dizendo há um bom tempo neste espaço que o futuro dos animes e dos tokusatsus - quando licenciados - são os streamings. E não venha me dizer que a pirataria é a "última saída" porque sabemos muito bem que não é e isso jamais deu e nem dará retorno algum. Aliás, o pessoal do JBOX escreveu uma crítica interessante e oportuna sobre essa escassez na TV brasileira. Leitura mais que obrigatória pra qualquer pessoa que se considera otaku. Ao invés de reclamarmos, temos mais é que ser coerentes com os fatos e ver o que mais pesa na balança numa hora como essas.
No mais, TV Globinho já fez a sua parte pra divulgar a programação do gênero. Por outro lado, ao invés de uma proibição, o mais viável seria uma reformulação na programação infantil. O Japão é um bom exemplo para ser seguido.
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