Os poderes dos Rangers que nunca existiram no universo da Saban |
Os dois episódios finais (19 e 20) de Power Rangers Super Megaforce nem foram ao ar ainda nos EUA e duas coisas estão dando o que falar, uma vez que estes foram ao ar primeiro na França nesta sexta-feira (19). Os mesmos irão ao ar na terra do Tio Sam em novembro.
Uma é sobre a versão da Guerra Lendária dos esquadrões americanos e outra é sobre os "novos poderes" chamados Legendary Dragon/Blitz, Prism, Thunder e Supersonic. Traduzindo seriam, nada mais e nada menos que, as respectivas versões americanas de Changeman, Flashman, Maskman e Fiveman. Vale salientar que os três primeiros Super Sentais citados passaram no Brasil pela extinta Rede Manchete. O episódio foi baseado no 49º da série Kaizoku Sentai Gokaiger, exibido em fevereiro de 2012 no Japão, onde tivemos a gloriosa (e rápida) aparição de alguns heróis de cada série homenageada.
Na adaptação americana, o poder de Vul Eagle, o líder de Sun Vulcan, foi trocado pelo TyrannoRanger de Zyuranger. Melhor dizendo, pela imagem do Ranger Vermelho de Mighty Morphin Power Rangers. Os motivos, ainda não confidenciados pela Saban para tal, seriam pela preferência do estúdio por uma representação da pioneira na liderança; e por Sun Vulcan estar ligada à parceria da Marvel Comics com a Toei Company - ainda quando vigorava no início dos anos 80. Porém teve um erro de edição onde aparecia o símbolo do sentai de 1981 no momento em que Red Super Megaforce usa a Ranger Key para se transformar. Típico do estúdio americano que deixava escapar até japoneses correndo de uns monstros na fase clássica.
Cena original do anti-penúltimo episódio de Gokaiger, com "Vul Eagle" na liderança |
Muito se tem discutido pelas redes sociais afora quanto à utilidade de tais poderes. Quando tivemos aquele susto ao ver as imagens de Pink Flash e Yellow Mask em Super Megaforce, além da aparição dos poderes de Dairanger (ou Legendary Squadron na adaptação), eu havia comentado aqui no blog sobre a necessidade de haver tais poderes - confesso que meu lado fã dos Sentais havia se exaltado na época. Tudo isso veio bem de surpresa, embora tinha muito disse-me-disse quanto ao uso ou não das imagens dos Super Sentais pré-Zyuranger.
No quesito roteiro, tudo não passa de uma furada que jamais será explicada para o universo de Power Rangers. A única desculpa que deram foi que tais poderes nunca foi vista na Terra (deles). No mais, não dá pra saber ao certo se são poderes interplanetários como dos Alien Rangers ou Trey de Trifória ou até mesmo vindos do futuro como no caso de Power Rangers RPM. Foi bem na cara de pau mesmo e sem satisfação nenhuma ao público. Obviamente, quem for fã de ambas as franquias há longa data pode nem sentir isso. Há não ser que o mesmo não seja um brasileiro "mancheteiro". (rsrs) Mas pode deixar um nó na cabeça de alguma ou outra criança que se acha hardcore no assunto.
Verdade seja dita: Haim Saban não está nem aí pra linha do tempo que criou para seus heróis e nem deve lembrar que os salvou, de alguma forma, dos furos que a Disney vinha cometendo. Se tem novos, velhos, ou Rangers desconhecidos na trama, isso não importa para ele. A ordem é vender brinquedo na praça e danem-se as regras.
Mas sabe aquela impressão de que a mão boba da empresa jamais deveria ter tomado os direitos de volta? De que deveria ter estado à beira do enterro com a adaptação da adaptação de MMPR? Lembram daquele constrangimento psicodélico? Então, tudo deveria ter parado ali.
Gosto de Power Rangers, assim como também gosto de Super Sentai. Mas tem coisas que admito que não colam de jeito nenhum na franquia americana. A atual era Saban que o diga: mexeram com Shinkenger e deu no que deu ao virar Power Rangers Samurai/Super Samurai. Material totalmente inadaptável se formos ver.
Nem preciso dizer de Gokaiger, né? Esta, por ter sido uma temporada comemorativa, foi feita com primor e esmero. Uma homenagem bem cuidadosa para com a franquia japonesa. O mesmo não pode se dizer de Super Megaforce, já que foi feito nas coxas e com contrapartes jogadas ao vento.
Esta é a Saban do século XXI.
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