quinta-feira, 1 de maio de 2014

Estrelas Lendárias - Ayrton Senna


Hoje teremos mais uma edição da seção Estrelas Lendárias. Como você sabe, sempre trago aqui algum artista de forma humorada e descontraída que esteve ou ainda deve(ria) estar na lembrança de todos. Seja artista ou banda nacional ou internacional. Hoje vamos fazer um pouco diferente como sempre fazemos. Na data de hoje, há 20 anos atrás, morria um dos maiores orgulhos que este país já teve em toda a sua história. Morria Ayrton Senna da Silva. Um dos, ou senão, o maior piloto de Fórmula 1 que já existiu.


A paixão que elevou a velocidade

Ayrton nasceu em 21 de março de 1960, na cidade de São Paulo, bairro de Santana. Pelo incentivo de sua pai, Sr. Milton, que era empresário, Ayrton começou a ter sua paixão por carros e velocidade. Seu primeiro contato profissional foi aos treze anos de idade. Passando por vários campeonatos, Ayrton buscava fervorosamente o primeiro lugar em suas competições. Para ele, o topo era tudo para satisfazer o resultado de seu esforço. Por três anos consecutivos, conquistou o primeiro lugar em competições como Fórmula Ford 1600 em 1981; Fórmula Ford 2000 em 1982; e Fórmula 3 em 1983. Nesse período, Ayrton passou a adotar o sobre nome Senna, que é o sobrenome solteiro de sua mãe.



Senna foi sondado por várias equipes da Fórmula 1. No famoso torneio, passou por quatro equipes: Tolerman (1984), Lotus (1985-87), McLaren (1988-93) e Williams (1994). Aos poucos ele conquistava várias classificações no campeonato e atenção dos brasileiros e do mundo inteiro. Senna também teria o seu rival nas pistas. O francês Alan Prost, que fora ultrapassado nas pontuações nos primeiros anos de Senna na Fórmula 1. Coisa acirrada por vários anos, no período em que Senna esteve na Mclaren. Pela mesma equipe, Senna foi tri-campeão mundial de Fórmula 1, vencendo nos anos de 1988, 1990 e 1991.

Ayrton passaria para a equipe Williams em 1994. Tentou ingressar no ano anterior, mas foi impedido por Prost, que vetou sua participação. Após um problema de cláusula de contrato da equipe, Senna consegue se firmar na Williams-Renault, por ser uma equipe que estava no auge das vitórias.




O GP da morte

Nesta temporada, mais precisamente nos treinos livres para o GP de San Marino em Ímola-Itália, Senna estava determinado a iniciar bem nesta temporada. Antes, a temporada já havia começado com algumas corridas em que não obteve sucesso. Foi um fim de semana difícil para aquela temporada. 

Rubens Barrichello havia se acidentado na sexta-feira, 29 de abril. Lá ele perdeu o controle do Jordan Nº 14, passando por cima de uma zebra e voou da pista. O carro chocou-se em uma barreira de pneus. Rubinho teve leves escoriações e o nariz quebrado. Não poderia participar do GP de domingo. Senna foi ao hospital visitar o amigo e foi impedido pelos médicos. Senna teve que pular o muro para vê-lo. Assim percebendo que as normas de seguranças precisavam serem revistas.

No sábado, 30 de abril, acontecia os treinos livres. Lá morria o piloto austríaco Roland Ratzenberger em um terrível acidente. A primeira morte no mundial depois de dez anos.

Senna estava bastante preocupado com a segurança nas pistas da F1. Sendo um dos veteranos, se ofereceu para ajudar a recriar a Comissão de Segurança dos Pilotos. Era dada a largada da sétima volta. Senna entrou em uma curva Tamburello e perdeu o controle do carro. Senna tentou reduzir a velocidade de 300 km/h para 200 km/h.

A equipe médica socorreu imediatamente Senna. O mundo acompanhava o que acontecera. Pela transmissão, era possível ver a cabeça de Senna se mexer levemente. Todos pensavam que ele estaria bem. Mas infelizmente o tal movimento causou um dano cerebral. Senna foi removido de seu carro e recebeu os primeiros socorros. Antes de ser levado para o Hospital, Senna foi declarado morto.

O neurocirurgião Professor Sid Watkins (in memorian) declarou horas depois:


"Ele estava sereno. Eu levantei suas pálpebras e estava claro, por suas pupilas, que ele teve um ferimento maciço no cérebro. Nós o tiramos do cockpit e o pusemos no chão. Embora eu seja totalmente agnóstico, eu senti sua alma partir nesse momento."



Neste momento, o repórter Roberto Cabrini informava pelo tenebroso Plantão Globo com as seguintes palavras:


"Morreu Ayrton Senna da Silva... Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar."


Nos destroços do carro de Senna, foi encontrada uma bandeira da Áustria, que seria erguida por ele, caso vencesse, para homenagear o colega Ratzenberger, falecido no dia anterior.

Além destas tragédias em um mesmo GP, aconteceria também um acidente envolvendo os pilotos J.J. Letho e Pedro Lamy, onde feriu dois torcedores. Outro acidente com o piloto italiano Michele Alboreto (in memorian; 1956-2001), que perdeu um dos pneus na saída dos boxes, chocando contra os mecânicos da Ferrari e mais um da Lotus.

Havia um outro risco. O piloto Érik Comas apenas entendeu a situação quando fiscais da pista hastearam bandeiras vermelhas. Caso contrário, o carro poderia ter se chocado no helicóptero da emergência que havia pousado no asfalto da pista, para levar Senna ao hospital.




Crônica pessoal - Memórias do luto de um herói brasileiro

Naquele domingo de 1 de maio de 1994, todo o Brasil ficou cabisbaixo com a tragédia de Ayrton Senna. A alegria que perdurou durante toda uma década, se calou diante da morte de um ídolo do esporte. O governo brasileiro declarou luto oficial de três dias.

Neste período, vários programas jornalísticos passavam do horário de término. Lembro que no rádio, o Programa João Inácio Júnior, da Rádio Verdes Mares, chegou a passar trinta minutos depois das quatro da tarde. Eram tardes de brilho intenso do céu de maio, porém tristes com as lembranças da partida do herói. Na TV, o Jornal Nacional, que começava pontualmente às oito e tinha apenas meia hora de duração, acabou tendo edições especiais de 1h30.


O Brasil estava mais triste, pois morria um herói que era um verdadeiro orgulho da nação brasileira. O público sabia que aqueles domingos já não seriam mais os mesmos domingos de alegria. Haveria um vazio nas pistas da televisão. Muitos artistas diziam que não assistiriam mais a Fórmula 1. Não por eles, mas até hoje não tenho mais o costume de acompanhar o mundial. Torço para que vença o melhor. Mas o maior campeão das pistas não está mais entre nós.


Lembro-me bem que três dias após a sua morte, o Brasil parou para receber o corpo de Ayrton Senna do Brasil. Por volta das 5h30 da madrugada, as principais emissoras Globo, SBT, Bandeirantes e Manchete estariam com flashes direto do Aeroporto de Guarulhos. Assim como o Brasil parava para ver o cortejo que iniciou às sete da matina, eu deixei de ir a aula para ver a despedida do herói que fez parte dos meus domingos até os meus oito anos de idade.


Quem dera que Senna estivesse vivo... Ele seria tetra-campeão como seria a Seleção Brasileira meses depois na Copa. Se orgulharia de uma conquista honrosa para a pátria. Ayrton Senna deve ser visto e reverenciado pelas futuras gerações de nosso país como exemplo de determinação e perseverança.






Ayrton - o deus da velocidade

No Japão, Senna é admirado por sua garra e coragem. Senna é conhecido por lá como o "deus da velocidade". A repercussão próprio de sua morte também foi marcante para os cidadãos japoneses.

Ayrton era tão admirado que ganhou nas páginas da Shonen Jump em três séries de mangá entre os anos de 1990 e 1991. GP Boy, onde não era protagonista; Fastest One, onde sua rivalidade com Prost era abordada; e F no Senkou - Ayrton Senna no Chousen (O Brilho da Fórmula - O Desafio de Ayrton Senna).

Esta última publicação teve uma melhor projeção de narrativa. Com direito a flashbacks de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, entre outros pilotos.

Senna é tratado no mangá como um ícone de herói japonês, ao lado de seu amigo Gerhard Berger (então parceiro da McLaren) como coadjuvante. A revista mostrava um quadro com todos os pilotos da F1 da temporada de 1991. Seria interessante ver esta homenagem renomada pintar nas bancas do Brasil.




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